Capítulo XXXXI : A Mão que tudo cura

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Mais uma mata à frente, foram tantas árvores e animais e tudo que cerca uma floresta que a vida daqueles jovens estava parecendo um documentário sobre a selva. Esse contato que eles demoraram a vida inteira para ter com agora venho de sobra e estava enjoando, porém, não tiveram a oportunidade de aproveitar essa paz natural, devido a sempre estar correndo, sempre está fugindo, isso impedia que aqueles momentos fossem vividos, foram apenas trechos que levam ao que eles realmente vão presenciar.

Chegaram ao outro lado, o mesmo lugar, a mesma árvore que Michaela estava alguns meses atrás eles se escoravam agora, tomando um fôlego para correr novamente. A caminho à casa de Nílton, aquele seria o primeiro lugar a ser procurado pelos guardas, eles tinham ciência disso, mas não havia outro local para se estar, era lá onde estava o passaporte deles para uma fuga completa.

Eles atravessaram a cidade naquela noite deserta, não havia ninguém na rua, e nas casas apenas algumas ainda havia luzes acesas, a cidade estava dormindo e eles em uma fuga alucinante em busca de seus sonhos. Nem um guarda no caminho, nada que pudesse atrapalhar mais. A cidade aparentava um clima sombrio, seria apenas impressão deles ou a cidade prévia o que estava para acontecer.

— E agora, o que iremos fazer? O barco não terminou, temos o dispositivo que eu ainda não entendi muito bem, mas penso que vai ajudar, eles estão no nosso encalço, é o fim da linha — Disse Alabama pessimista analisando a situação e parando fazendo todos pararem.

— Tenha fé, Alabama, você é o mais otimista desse grupo, apenas vamos fazer o que planejamos fazer, o que temos que fazer — Disse Owen segurando os ombros do amigo.

— Não, Owen, não podemos, nós tentamos, esse é o máximo, olhe a situação direito e verá que tenho razão.

— Olha o quanto nós nadamos, não podemos desistir agora, esse é o desejo de nós todos e vamos cumprir, estamos juntos e resolvemos tudo, lembra?

— Dessa vez não, amigo, dessa vez não. Foi tudo arrogância nossa imaginamos que podíamos simplesmente acabar com um mundo que vem sendo assim bem antes de nós, estamos sendo inocentes em pensar que isso daria certo!

— Não, Alabama, você não, por favor me escute, você foi o que sempre me guiou quando mais fraquejei, sempre me motivou nas piores situações, e agora, você desisti assim, no meio do caminho, não faça isso conosco.

— Não, Owen, não dá, vocês sabem só não querem enxergar isso — Alabama baixou a cabeça, não tinha mais a alegria no olhar — Nós estamos cansados, corremos e corremos sem parar, para um destino que nós não sabemos o que trará, e agora, estamos indo cavar o nosso próprio túmulo, estamos fugindo, mas para onde eles estão, a casa de Nílton, será o primeiro lugar a se procurado — Secou as lágrimas que escorria no rosto e olhou com sorriso pesado para o amigo — Estamos na merda, Amigo.

Éva se aproximou e, em um rápido movimento acertou um tapa no rosto de Alabama sem que o garoto percebesse, Alabama levou a mão no local atingido e olhou para Éva sem entender bem.

— Agora você vai desistir? E todo esse esforço que fizemos, e todo suor que já derramamos? Nós não fomos arrogantes em imaginar que podíamos fazer algo, você que está sendo agora desistindo dessa forma, veja o que Michaela fez, veja o que o irmão dela fez, o que Minha vó, o que meu vô fez, o que minha Mãe, veja o que todos eles fizeram, você vai mesmo querer virar as costas para eles e, como um covarde desistir antes mesmo de tentar? — Disse Éva chorando — De todas as piadas que você fez essa… essa foi a pior delas, desistir, Alabama? Não, isso não é da sua pessoa, você é um cara que enfrenta tudo com um sorriso no rosto. Agora levanta a cabeça, coloca um sorriso no rosto e vamos continuar, se eles forem nos acertar, então que seja pelas costas, com nós correndo, com nós tentando.

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