— Bom, por onde eu começo? — Disse o guarda balançando Éva — Ah, sim, alguns de vocês sabem o motivo de eu e meus queridos amigos estarem aqui nesse incrível dia? — Questionou o guarda. Sorriso triunfante no rosto.
Todos manteve suas posições intactas, imóveis, sem mexer sequer um músculo. Inofensivo era o estado, como uma presa que sabe que seu fim está próximo e apenas encolhe seu corpo e espera que ele chegue. Apenas os olhos seguiam o guarda que andava de um lado para o outro na sala sempre balançando Éva em seus braços.
— Tudo que eu esperava, ninguém nunca sabe de nada, são inocentes, olhem para esses rostos, todos inocentes — Falou o guarda a seus companheiros que acenaram com a cabeça sem dizer nada.
— Larga minha filha, você não precisa envolve-la nisso, larga ela! — Gritou Valentina entre lágrimas.
— Se envolver nisso? Espera, temos uma vencedora, a primeira a abrir a boca e dizer o que quero ouvir, mas o que seria "isso"?
— Segura ela direito, ela pode cair! - Falou Valentina soluçando com lágrimas — Olha, eu não sei, apenas larga minha filha, por favor, eu imploro.
— Calma, eu não machucaria essa princesa, eu machuco pessoas, mas ela... olha só, toda essa inocência e beleza, não seria capaz de machucar ela, seria? — Disse alisando o rosto de Éva com os dedos — Mas isso não vem ao caso no momento, sim, ela é parte disso tudo, mas não vem ao caso, bom, quem ira contar primeiro?
— Tudo bem, eu falo, eu cometi um crime, sou o culpado, o senhor pode me punir, mas por favor deixa essa família que não tem nada com isso — Disse Samuel se levantando assustado com as mãos para cima.
— Não só ele, eu também, nós somos os culpados, nós sabíamos da regra de não cruzar o muro e quebramos ela, aceito minha pena, mas poupe todos eles — Falou Milena se juntando a Samuel.
O guarda andava de um lado para o outro. Inquieto. Sempre pisando firme fazendo o chão de madeira ranger. Algumas vezes fingia deixar Éva cair de seu colo assustando todos e fazendo Valentina se afogar mais ainda em sua lágrimas. Ele ria com aquela situação. Entregou Éva para um dos guardas e se posicionou a frente de Samuel e Milena.
— Nossa, esse bebê é mesmo recém nascido? mas que peso, ou será minha falta de praticidade em segurar criança, além do mais faz anos que não pego o meu no colo, de qualquer maneira, vem aqui, rapaz, como é seu nome? — Disse olhando em direção a Samuel.
— Sa... samuel — Falou o rapaz trêmulo — Olha, tudo isso aqui é um mal entendido, nós estávamos perdidos e essa boa família acomodou a gente, mas olha só, eles não fazem nada de errado, não fizeram nada de errado — Trêmulo era o rapaz.
— Sim, meu bom rapaz. Samuel? o nome de meu Pai, boas lembranças tenho dele, mas as ruins predomina, deve ser por isso que tanto odeio ele — Disse olhando o teto buscando memória — Venha aqui, rapaz, eu acredito em você e acredito nela, tudo isso é um ridículo mal entendido que está acontecendo, nós fomos enviados aqui por algum erro na guarda dessa cidade, tudo, mas tudo mesmo é um erro — Falou colocando as duas mão no ombro do rapaz aproximando seus rostos.
— Sim, claro que é — Disse Samuel nervoso e forçando um sorriso. Antes de perceber uma cabeçada acertou seu rosto jogando o garoto no chão. O garoto pois instantâneamente a mão no rosto que já escorria sangue por seu nariz. Tentou levantar mas um chute o jogou no chão novamente, dessa vez ele nem fez força para levantar, não conseguia, estava quase inconsciente.
— Você acha graça nisso? Acha que eu não sei pra que merda me enviaram? Acha que eu não sei quem é o merda aqui que saiu das regras? Responde, seu merda! — Gritava o guarda apontando a arma para o garoto no chão.
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RATIUS (Completo)
Science FictionE se existisse uma forma de evitar conflitos antes mesmo deles acontecerem? Como seria uma sociedade preestabelecida por um dispositivo altamente inteligente que separa as pessoas por seus níveis de compatibilidade? Essa paz forçada seria verdadeira...