O dia seguinte amanheceu radiante, ainda mais para aqueles quatros que estavam para fazer história. Quatro jovens com suas cabeças presa na liberdade, em meio ao turbilhão de pessoas indo e vindo, comprando e vendendo, amando e odiando, vivendo e morrendo, para eles a vida parecia fazer mais sentido do que aquela divisão, uma sensação total de liberdade, fora de pré-julgamentos rotineiros.
Ao colocar o rosto na luz do sol, o sol parecia brilhar mais, as nuvens pareciam evitar ficar no caminho do sol e deixar ele florescer no seu máximo potencial, no seu máximo de luz e beleza e esperança que renasce cada dia. Sob o sol ininterrupto no céu os quatro acordaram e se viram a alguns passos da linha do desconhecido, a julgar pelo olhar de confiança; àqueles jovens estavam pronto. Faltava pouco.
Michaela terminava de tomar café e estava lavando o que usou quando Éva venho com os olhos arregalados e roxo. Ela coçava os olhos com uma expressão de pânico, parecia ter visto fantasma ou outra coisa na mesma medida do susto de se ver um fantasma. Éva dormia na casa do avô para fazer companhia para Michaela e curtir o que poderia ser o seus últimos momentos com avô, mas naquela manhã, desde de que Michaela chegou, o rosto delicado de Éva estava irreconhecível.
Michaela no susto que levou ao ver o rosto da amiga largou o prato que levava quase quebrando o utensílio, fazendo ele cair na pia amortecido por um volume de água que tinha formado.
- O que aconteceu com você? - Perguntou Michaela analisando o rosto da amiga.
- Não dormir direito... Não dormi - Respondeu Éva com voz presa parecendo ser falada para dentro.
- Nossa, você está parecendo que está morta, você está bem mesmo?
- Sim... Eu apenas não conseguir dormir.
- Te entendo, eu também levei horas me mexendo na cama até conseguir pegar no sono, o que nós estamos para fazer deixa qualquer um meio confuso - Falou Michaela empilhando o prato que usou e secando a mão no pano.
- Para mim está sendo um terror tudo isso, eu não sei se vou conseguir, Michaela - Falou se sentando.
- Consegue sim amiga, quando chegar a hora de nós entramos naquele barco, nossa mente se apaga e vamos apenas curtir o momento.
- Espero que você esteja certa.
- Também espero - Michaela sentou na cadeira a frente - Mas estava tudo bem com você antes, e ontem você parecia a mais interessada nisso tudo, o que mudou?
- Não é redução de vontade que não me deixou dormir é que...
- Bom dia minhas meninas! - Chegou Nilton abrindo a porta e interrompendo Éva - Como vão vocês, ansiosas pensou Eu - Colocou duas sacolas na mesa e foi ao armário pegar algumas panela.
- Estamos bem, ansiosa estamos, mas nada se compara a sua neta, ela está em outro nível de ânsia - Falou Michaela rindo encarando a amiga.
- Essa não é minha neta, essa deve ser minha veia vó que saiu do chão - Falou Nilton gargalhando e levando Michaela aos risos.
- Bobos - Falou Éva fazendo caras e bocas em resposta.
- Mas falando sério... - Nílton se aproximou da neta - De qual tumba você saiu? - Concluiu com sua gargalhada, Michaela quase caiu da cadeira dando risada e Éva tentou conter mas caiu no riso também.
- Estou tão feia assim, o que O... Os meninos vão achar de mim desse jeito.
- Eles com certeza vão rir de sua cara, literalmente - Falou Michaela ainda tentando conter os risos.
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RATIUS (Completo)
Science FictionE se existisse uma forma de evitar conflitos antes mesmo deles acontecerem? Como seria uma sociedade preestabelecida por um dispositivo altamente inteligente que separa as pessoas por seus níveis de compatibilidade? Essa paz forçada seria verdadeira...