Capítulo XXXXVII: Dois erros, duas épocas

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Owen acordou e, ainda sentia o cheiro da fumaça em seu nariz o que causava vertigem no rapaz. Na outra parte, com pontadas na cabeça, estava Giovanna, levantando de seu torpor. Alabama levantou num pulo quando percebeu que a sua consciência voltou, sentado, fitava as grades. Enzo apenas levantou e se sentou, sério e pensativo, fitava o corredor à sua frente. Michaela e Éva estava em pé, à frente de suas grades quando um sino tocou e, simultaneamente, todas as celas se abriram, convidando eles para sair.

Todos saíram, destemidos, olhando em frente. Caminhando com passadas decididas. Os corredores se ligaram e os seis estavam juntos novamente. Não teve um reencontro caloroso, se olharam e acendam com a cabeça e seguiram pelo corredor seguinte. Owen liderava o caminho e foi o primeiro a ver aquela tela de cinema novamente. Uma imagem aérea da cidade inteira mostrava na tela deixando todos eles boquiabertos. Não entendia ainda qual seria o plano, mas podia ter um vislumbre de que o mal estava por vim.

Desceram as escadas do cinema. Todas as cadeiras estavam nos seus devidos lugares, um pequeno espaço com lugar para 50 pessoas assistir a grande tela. Porém, somente seis cadeiras estava reservada. As seis da primeira fileira. O telão ficava mais enorme ainda naquela posição e a cidade parecia imensurável. Tudo parecia mais do que era naquela grande tela.

Assim que eles sentaram, seus braços e pernas foram presos pela cadeira. Um metro à frente, três outras cadeiras foram preenchidas, pelos donos do show que olhavam para aquilo com os olhos brilhando de orgulho. As luzes diminuíram dando mais ambientação para a ocasião.

Uma introdução começou a passar na tela, imagens dos seis convidados, fotos de suas jornadas até aquele exato momento ia sendo projetada com algumas legendas, frases de bravura; soando ironicamente devido ao contexto, na sequência, um texto:

Seis jovens, seis destemidos jovens enfrentaram o mundo para viver o que queriam, o que acreditavam. Se espelhando em um casal que outrora fez o mesmo ato de bravura, eles iniciaram suas jornadas. Se reinventaram, suportaram a dor física e psicológica. Se alegraram e se entristeceram, viveram cada dia como fugitivos, com medo de serem pegos. Desanimaram e animaram uns aos outros para sempre seguir em frente. Fizeram o inimaginável: atravessaram um mito, literalmente fizeram isso, quando cruzaram o mar em busca da verdade, e encontraram, e hoje estão aqui, como convidados de honra para presenciar o fim da civilização e o início de uma nova, mais evoluída. Presencie o ato final!

Depois a imagem aérea da cidade tomou forma novamente na tela. Geward, o pai de Michaela, estendeu a mão de modo que os seis através pudessem ver objeto que empunhavam: um controle remoto.

Em sintonia com risadas maléficas de Peter ele apertou um botão vermelho que estava escrito start. Toda a atenção agora foi para tela. Todos os nove corações se aceleraram, cresceram suas batidas exponencialmente rumando ao limite do órgão mais vital do humano. Suspense na tela e nos telespectadores. Suspiros ofegantes e risadas maléficas. Depois de 2 minutos sem nada acontecer e as expressões dos que estavam com o controle mudarem para tensão, uma hipótese foi ao ar: o plano havia falhado.

Peter tomou o controle de Geward e começou a punir o botão start, furiosamente. Apertava como se aquilo fosse quebrar. Muitas tentativas de pôr o botão para funcionar se frustraram e o controle e o botão teve seu fim no chão. Um golpe furioso de Peter ao jogar no chão tirou completamente as chances do botão funcionar; agora ele estava no chão longe do controle; duas partes separadas.

— Parece que até para quem está no controle de tudo, às vezes o plano sai errado — Debochou Michaela encarando o Pai.

— Que droga aconteceu, não estava tudo certo com isso, não era só apertar o maldito do botão! — Gritou Peter culpando o pai de Michaela.

RATIUS (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora