RATIUS (Completo)

Capítulo II : Páginas proibidas

Ao mesmo tempo, em que os amigos conversavam em um lado da cidade, no outro lado denominado RELIQUIT, uma discussão em família parecia, desestabilizar toda estrutura social e familiar moldada pelos costumes culturais da atualidade.

Michaela vinha brava batendo nas coisas, enquanto percorria os cômodos da sala a procura de seu pai, com um estrondo fechou a porta do cômodo onde seu Pai costumava ficar folheando envelopes e conferindo receitas de seu comércio local.

— Hei hei, o que é isso menina? — Falou o Pai de Michaela sentado, folheando os papéis.

— O que é isso, pergunto eu, o que você fez?

— O que fiz? Não estou te enten...

— Você queimou meu livro.

— Eu já te disse sobre aqueles livros que falam do passado, são proibido e podemos ser presos por causa daquilo, não era para você ter achado.

— Eu não me importo com ser presa, eu me interesso pelo passado e por aqueles livros — Michaela já derramava lágrimas de indignação, seu corpo tremia de raiva e mais uma mistura de emoções que ela não saberia explicar.

— Livros não é o problema, aqui, olha quantos temos — Seu pai apontava para uma estante de livros que pegava quase uma parede inteira, com uma decoração toda de madeira.

— E completo, esses aqui são muito mais interessantes e informativos do que esse que queimei — Seu Pai falava com uma feição de superioridade.

— Esses só servem para falar futilidades, RATIUS, RATIUS e mais RATIUS, só isso que eles falam, eles são tão vazios.

Seu Pai levantou e pegou um livro da estante e começou a folheá-lo mostrando a sua filha.

— Veja aqui, páginas e páginas escrita e você acha eles vazios? — Ele sorria se fazendo de desentendido

— Não se faça de bobo.

— Olha, sinta o cheiro de novo neles, páginas limpas, muito melhor que aquela múmia que você estava.

— Se fosse apenas novo por fora e falasse de épocas antigas por dentro eu até que me interessaria.

— Filha de onde você puxou esse comportamento, você devia se parecer mais com seu irmão, veja, ele não me dá dor de cabeça…

— Aquele idiota só sabe te seguir, sem pensar em nada, sem questionar nada, parece até aquele jogo das cobrinhas.

— Pelo menos não me desobedece como você, e também, é guarda, tem um emprego de prestígio, algo que você deveria valorizar mais em seu Irmão.

— ahh! Não aguento mais isso, sabe o que eu devia fazer...

— Sei, você vai pular o muro e viver uma aventura longe de sua caverna, você sempre fala isso, mas você sabe que não pode fazer isso, e as autoridades não deixariam também, então filha ponte seu pé no chão e para de sonhar — Seu pai tinha uma expressão no rosto de como se tivesse conquistado algo.

Michaela atravessou a sala como um raio e bateu a porta sem olhar para trás.

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Dessa vez parece que Michaela estava falando sério em pular o muro, pegou sua mochila colocou alguns pertences e num instante já estava na porta de sua casa. Seu irmão estava no portão quando ela chegou:

— Onde você vai? — Falava ele com tom sério na voz, um rapaz alto, e que era a cópia ia exata de seu Pai.

— Não é da sua conta — Michaela respondeu sem nem olhar para trás, e seguiu seu caminho.