Três anos após o último capítulo. Na fase exata do primeiro capítulo da história.
Por Braz...
Há seis anos atrás ele me apareceu nesta sala com seus olhos verdes claros, cabeça raspada, nariz arrebitado, cara arrogante e com uma aliança de casado no anelar da mão esquerda. Imediatamente senti-me atraído por sua aparência física. Um dia depois o beijei e o masturbei na minha sala, provei seu sabor e fiquei viciado em sua pessoa. Túlio haveria de ser apenas meu.
Ele foi meu....
São trinta e seis dias que não o vejo ou falo com ele.
Túlio decidiu que o filho de seu patrão que recém tirou o CRC, estaria apto a cuidar de minhas lojas e isso foi o motivo inicial de uma série de discussões que levaram ao final definitivo da nossa relação.
Tento ser forte. Choro escondido. Senti até mesmo vontade de vender minha empresa e sumir do país. Treinei por muitos dias como tratá-lo mal, caso aparecesse em minha empresa, mas ele não vem. Só me restando uma coisa que me doeu decidir. Pedir transferência de contabilidade e assim não ter mais qualquer relação com coisas tocadas pelas dele. Sei perfeitamente que ele ainda analisa tudo, pois sempre que preciso de um balancete ou balanço, recebo algo preciso, contabilizado e verificado pelo contador mais certinho que conheço.
Eu não tinha motivos para pedir transferência, a não ser que os provocassem. Então... eis que comprei no CNPJ da empresa, material de construção para conservação do sítio, bem como produtos agropecuários para os animais que o Betinho cria por lá.
Numa tarde qualquer, aguardo a contabilidade me ligar e não demora.
- Braz, é o Júnior.
- Fala. – Minha garganta chega a formar aquele caroço dolorido quando me bate a tristeza de saber que meu ex namorado não quer conversar comigo.
- Porra, já não foi falado para não comprar coisas que não são para a empresa no CNPJ? - Fala o "contadorzinho" arrogante. - Até tem como contabilizar o material de construção como Conservação do Patrimônio, mas e a ração? E os 100 pintinhos? Cara, isso é para provocar né?
- Eu sei de duas coisas: pago os honorários em dia e a empresa é minha.
- Então me explica, como se contabiliza isso?
- Sou formado em Educação Física e não em Contábeis, ou seja, o contador é você.
- Então que se foda, enfia essa merda de empresa no teu cu....
Desligo na cara. Eu provoquei e consegui fazer alguém perder a linha com minha atuação infantil, agora é só ligar para o Túlio com motivos fortes e anunciar que não quero mais os serviços contábeis dele. E é o que faço.
- Pensei que não ia dignar a atender. - Falo quando ele me atende. - Prepare o distrato que vou passar aí e assinar.
- Bom dia, Braz. Que distrato? - Ele me pergunta friamente.
- Pergunte ao Júnior o que ele me falou ao telefone e vai entender perfeitamente o porquê de eu querer transferir minhas empresas para outra contabilidade.
- Transferir, por qual motivo? Você sabe que fazemos toda sua escrituração com excelência. Se for por minha causa eu me demito e você não tem necessidade de prejudicar a empresa.
- Se demitiria pela minha empresa? Acho que não te conheço mais. Mas é isso. Não tem mais nada entre nós e nem quero minhas lojas sob a responsabilidade de sua contabilidade. Ei, não se demita, capaz de nunca achar onde trabalhar, já que nunca se achou capacitado para dar o fora daí e entrar no mercado de trabalho. E... tem a pensão dos seus filhos, quer ir preso se atrasar um mês? Vou sair em viagem e só quero deixar isso acertado antes de ir.
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Ativo e Passivo - No sentido não contábil - ORIGINAL
RomanceFinalizado! Romance entre duas "personalidades" que se chocam violentamente. Túlio é contador, estressado e escorpiano. Braz é comerciante, esquentado e taurino. Combina? Conteúdo (muito) adulto. Descrições de (muito) sexo. LGBT. Se você estiver le...