Eduardo me levou para conhecer as instalações da empresa da qual eu faria parte de agora em diante. Conheci as salas, os depósitos atrás do galpão, fui apresentado a um monte de gente (no fim do dia não lembraria o nome de ninguém), respondi às mesmas perguntas milhões de vezes, e enfim, cheguei à minha mesa de trabalho. Quer dizer, tô sendo generoso, porque na verdade era um "canto" de trabalho. A sala era grande e trabalhavam, além dos quatro engenheiros, mas dois estagiários. Havia uma bancada em forma de L, colada nas paredes do recinto, donde se distribuíam quatro computadores, plantas, impressoras, etc. No meio da sala havia uma mesa redonda, com quatro cadeiras, para reunião, talvez.
O computador que me foi destinado ficava num dos cantos da bancada, muito próximo de outra máquina. Fiquei imaginando como eu me mexeria ali.
- Bom, provavelmente você vai ficar nessa máquina aqui – apontou pro canto – mas como tem mais gente que computador, às vezes rola uma dança das cadeiras. Quando um tá em campo, o outro usa – explicou Eduardo.
- E quem é que usa esse do lado? É muito próximo...
- Esse quem usa é o desenhista. Ah, olha ele aí!
Entrou um rapaz alto, moreno, olhos castanho-claro, feições viris.
- Diego, esse aqui é o engenheiro novato, Gustavo.
(Que boca carnuda.
Que braço.
Que peitoral.
Que tanquinhoooo!)
- Oi, prazer, Diego.
- Tudo bom? – limitou-se a dizer.
Sentou na sua cadeira e lá ficou, de costas. Por falar nisso, que costas...
Eduardo interveio:
- Gustavo, é esse o cara que o Daniel tava falando. Eles moram na mesma república. Diego, ele vai dormir lá na república hoje, Daniel combinou com ele. Tem como tu levar ele lá quando tiver saindo daqui?
Ele se virou, meio cara fechada.
- Tranquilo, beleza.
- Não incomoda, não, cara? Qualquer coisa, eu me viro – falei.
- Não, que é isso, incomoda nada. A gente tá acostumado lá a acolher os broder, enquanto arranjam o lugar de ficar, e tal. Relaxa – disse ele, forçando um sorriso.
- Então tá.
Eduardo me deixou lá e eu sentei na cadeira ao lado do tudo-de-bom. Poxa, inda por cima era cheiroso... Tô perdido.
Fiquei a manhã tentando olhá-lo mais um pouco, sacando o colega. Poxa, ele era perfeito. Quer dizer, perfeito não, porque na verdade ele tinha umas pernas meio finas em relação ao toráx e braço, e eu não acho legal essa estrutura corporal. Mas o conjunto da obra era espetacular, e ele tinha um jeito assim, meio sacana, um olhar que parecia sempre dizer: "quero sexo", uma marra, sei lá... Ali desperta qualquer defunto.
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Sobre o Amor
RomanceA história real que começou a ser contada no Orkut, vem para ser concluída aqui no Wattpad. Há alguns anos, cheguei numa cidade desconhecida para começar a minha carreira de engenheiro. O que eu encontraria ali, nunca poderia prever. Um hétero convi...