Foi meio difícil abrir os olhos pela manhã. Sentia meu corpo dolorido, como na época em que eu iniciei a academia com o Thales. Quando finalmente despertei, deu pra perceber que já tinha passado das sete e meia, visto que os meninos já tinham ido trabalhar.
Sentei na cama e esfreguei os olhos. As lembranças da noite anterior vieram, uma a uma.
Eu não podia continuar permitindo que aquelas situações acontecessem.
Levantei, escovei os dentes e lavei o rosto.
"Você é mais ou menos bonito e mais ou menos interessante. Pode arranjar alguém mais ou menos pra você."
Fui no quintal e peguei a minha toalha de banho.
"O seu amigo é hétero, ele só gosta muito de você. Não vá estragar tudo com a sua carência."
Abri o guarda roupas e peguei uma farda limpa.
"Você tem muitos amigos e é mais ou menos feliz."
"Isso é confusão da sua cabeça. Vai ver como vai passar."
Tomei banho. A água escorria pelo meu corpo até encontrar o ralo.
"Ele é seu amigo. Amigo amiguinho."
"Amigo colega brother coligado irmãozinho mesmo"
Me vesti, me calcei e passei desodorante e perfume.
"Vai procurar o que fazer, vai ocupar sua cabeça com o trabalho"
Tomei café.
"Você só está sozinho há muito tempo, aí já sabe né..."
"Até Zóio tem noiva."
Tirei o carro da garagem, mas acabei largando demais o pé no acelerador. Bati no portão de madeira. Que ótimo, agora são três amassos no meu carro de quase um mês de uso.
Plano de esquecimento do Murilo (re)iniciado.
- Vamo almoçar, Dr. Gustavo? Já tô livre.
- Vamo sim, Dr. Murilo. Cadê o povo? Chama o Edu aí.
Todos entraram nos carros, eu, Edu, Diego, Murilo, Bomba e Bigorna. Fiquei pensando que aquilo que era o ideal. Éramos todos colegas, eu tinha afinidade com todos eles, e porque só me liguei no Murilo? Não, de agora em diante eu ia dividir a minha atenção com todo mundo, igualmente. Nada de monopólio de Murilo.
- E aí, Diego, me conte as suas novidades, quero saber tudo! – estávamos chegando no restaurante e puxei um papo com o tudo-de-bom.
- Hahaha, não tem nada assim, não, brow. Mas, tô com saudade, a gente nunca mais se falou... cadê os projetinhos? Hihihi – ele me apertou com aquele braço enorme e me indicou uma cadeira – ó, vamo sentar aqui.
Ajeitei a cadeira ao lado do Diego na mesa. Murilo gritou do outro lado, apontado uma cadeira vazia ao lado dele.
- Ô pô, vem pra cá, que é que tu quer aí?
- Ah... – olhei pro Didi – tô indo.
- Vem!
Deixei o Diego e fui sentar ao lado do Murilo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sobre o Amor
RomanceA história real que começou a ser contada no Orkut, vem para ser concluída aqui no Wattpad. Há alguns anos, cheguei numa cidade desconhecida para começar a minha carreira de engenheiro. O que eu encontraria ali, nunca poderia prever. Um hétero convi...