Sentimentos - Ensaios e Crônicas

Filhos

Filhos são seres sagrados que Deus nos confia à guarda, mas não a posse ou a propriedade.

Seres com os quais aprendemos o sentido do amor incondicional.

Pequenas gotas de amor, que vemos crescer e se tornarem em oceanos.

Pessoas que um dia terão que tomar seus próprios caminhos e por mais que queiramos não poderemos interferir nas suas escolhas. Certos ou errados, só eles poderão decidir o que querem, e arcar com as consequências dos seus atos.

Mãos tão pequenas que fechamos nas nossas e que com o tempo se tornarão grandes, e tomarão para si o rumo das suas vidas.

Pés que direcionamos para o futuro, mas que caminharão sozinhos em busca do seu destino e rumo as suas realizações.

Por mais que queiramos interferir, terão movimentos próprios, e só nos restará implorar a Deus que os guarde e os guie na direção do certo e do sucesso.

Por mais que queiramos, não poderemos evitar que sofram, ou se decepcionem, e nossas experiências não lhes servirão de nada.

Por mais que desejemos, não poderemos evitar suas decepções e dissabores.

Só Deus sabe como eu gostaria de poder trazer pra mim tudo de ruim que pudesse vir a acontecer a eles, de evitar-lhes qualquer tropeço e qualquer dor, mas não posso. Coisa de pai e mãe.

Chega um momento, que apesar de todas as dúvidas, só nos resta confiar na educação que receberam, e nos exemplos que demos.

Chega um momento, que olhamos para traz e perguntamos, se tudo que fizemos estava certo, e não saberemos a resposta. Não vamos conseguir enxergar ou interferir no resultado que isso terá no futuro. Um tempo que mesmo que tudo que tenhamos feito esteja errado, nada poderemos fazer para corrigir. Um tempo de fé em tudo que plantamos e de esperança de que a colheita que eles vierem a fazer será de vitórias.

Deus quando nos dá filhos, nos dá um universo de felicidade, mas uma vastidão de incertezas, uma imensidão de dúvidas.

Nunca me omiti em dizer não, quando eu entendia que o não era a melhor resposta, mas jamais vou deixar de amar incondicionalmente, e temer pelo que possa acontecer a eles. Mesmo que eu não possa evitar, e que a decisão deles tenha sido contrariar o meu não.

Jamais vou deixar de sofrer com as suas incertezas, e estar pronto para ampará-los se isso for necessário.

Mesmo não concordando com as suas decisões, jamais vou deixar de amá-los mais que a minha própria vida, e mantê-los como prioridade de tudo que faço.

Jamais vou deixar de agradecer a Deus pela existência deles, toda hora, a cada dia da minha vida.

Jamais vou deixar de dizer:

MEU FILHO, MINHAS FILHAS: EU TE AMO.

Dedico a Thiago, Paula e Izabelle, pois eles são a minha vida.