Lendo hoje os e-mails do grupo de ex-funcionários da Xerox voltei no tempo. Um tempo distante, mas ainda presente, quando eu era simplesmente Caquinho. Um tempo de sonhos, de planejamento para um futuro distante, que hoje é presente. Um tempo de paixões e ingenuidade, quando eu acreditava que todos que atravessavam meu caminho só queriam o meu bem. Que existia espaço pra todos e que a justiça superava as injustiças. Que o mundo era justo.
Nesses anos, muita coisa mudou. Alguns sonhos se tornaram realidade e outros ficaram pelo caminho, mas acima de tudo foram anos de aprendizado e crescimento. Olhando pra trás o saldo é positivo.
Em alguns momentos achei que estava tão alto e tão firme que nada poderia me fazer cair. Em outros, estive tão baixo e tão sem expectativas, que achei que jamais conseguiria subir novamente. Nas duas situações eu descobri que estava errado (Li isso em algum lugar e trago pra mim).
Nessa casa que capacitava talentos, conheci muita gente que esteve e está presente na minha vida até hoje. Alguns só em lembrança e nas minhas citações, outros nos encontros que tem sido prazerosos e reconfortantes.
A XEROX me permitiu conhecer pessoas que fazem parte da minha vida e sempre farão pelos mais variados motivos.
Pedro Paulo Pinho Moreira, meu querido e inesquecível amigo. Alguém que me tratou com um amor que só é dado a um filho. Meu mentor, meu mestre e maior incentivador. O primeiro que acreditou de verdade em mim. A você meu amor filial eterno.
Fernando Rojo teve um carinho imenso e uma grandeza de espírito só comum aos grandes homens. Sempre me defendeu e me apoiou.
Samuel Max Solewitz, nunca ninguém teve tanta paciência e cuidado em me desenvolver. Se me tornei um vendedor de sucesso agradeço a ele. Coitado, dei muito trabalho.
Luiz Augusto Leite Lima, meu maior e mais fraterno amigo. Gugu é uma figura do bem. Seu único defeito é ser flamenguista.
Nemezio Alves franco, Jamais conheci um caráter maior. Tenho orgulho de tê-lo como amigo.
Luiz Carlos, o Lulu... Sua generosidade é única, sua bondade é contagiante.
Carmen, Sempre me deu ótimos conselhos e sempre me tratou com muito carinho. A mais fantástica gaucha que o Rio Grande gerou. Para ela sou caquinho até hoje.
Dari Meireles, sua espontaneidade só é comum a ele. Igual ao Dari não existe nada nesse mundo. Aprendi a gostar dele numa conversa que tivemos em Araruama e acho que a partir dali ele começou a me respeitar e gostar de mim.
Fernando Soluri, sua generosidade foi imensa. Sou grato por ter me recebido na sua filial quando eu não tinha para onde ir. Graças a ele minha trajetória na XEROX não foi encurtada.
Mauro Szwarcwald, quando me neguei a fazer Blitz, foi ele que me trouxe de volta à área de vendas. Com ele aprendi a ser menos emoção e mais razão, e passei a utilizar a inteligência emocional com mais efetividade.
Aldenir Soares, meu querido amigo e talvez quem mais tenha acreditado no meu potencial e na minha capacidade de fazer. Foi ele que me deu as maiores e melhores oportunidades na XEROX e quem me trouxe de volta em 1990.
Sedat Osmen, o homem que me deu minha primeira promoção.
Rogério Oliveira, meu querido amigo e com quem sempre ri muito. Esteve ao meu lado quando eu mais precisei de apoio.
Cândida, mais paciência impossível.
Carlos Alberto Cruz, que me deu uma lição de humildade e caráter.
Melão, Cláudio Pedreti, Araujo, Boldrin, Carmine, Oduvaldo, Otávio, Ezequiel, Navarro, Belinne, etc, com todos aprendi muito e sou grato.
Regina Borges, Marilda, Mariva, Graça, Leila Bianco, Carmem, talvez elas não lembrem, mas a primeira vez que fiquei interinamente em um cargo de liderança foi com a equipe de RSC, substituindo o Rojo no CAC. Lógico, tenho certeza, que ele conversou com a Carmem e com a Graça pra elas serem de verdade as condutoras da equipe, e só fiquei com a responsabilidade de fachada. Mas foi minha primeira equipe e naquela época, imaturo, acreditei mesmo que era eu que liderava.
O pessoal da área técnica, Altamir, Paulo Renato, Orlando, Gonçalves, Ramiro, sempre estiveram ao meu lado e me ajudaram muito.
Tibiriça Ataíde, nunca conheci vendedor mais hábil e mais doido.
Humberto Oliveira, o português, não conheci vendedor mais técnico.
José Pinto Monteiro, uma referência, até hoje não conheci ninguém capaz de atingir objetivos como ele sempre o fez.
Henrique Sérgio Gregori, a quem tive a honra e a felicidade de conhecer e apertar a mão. Não conheci até hoje ninguém mais competente. Conseguiu fazer de uma empresa o instrumento para a realização de sonhos. Os nossos sonhos.
Thomaz Gregori, exemplo de simplicidade e despojamento.
Pode ser que a minha memória tenha me feito cometer a injustiça de esquecer algumas pessoas, mas com certeza meu coração jamais deixará de tê-los como parte da minha vida.
Enquanto escrevo, vem a minha mente pessoas e nomes que se fosse escrever, essa crônica viraria uma lista telefônica.
Durante esses anos de convívio partilhei amizade e carinho com muitos. Tive desencontros e até contrariedade com alguns, mas com certeza aprendi com todos. Descobri que nem sempre quem está ao meu favor quer meu bem. Também descobri, que nem sempre quem me contraria quer meu mal, e acima de tudo aprendi que não se pode agradar a todos e nem todos nos agradam.
Aprendi que todos dessa grande família XEROX foram responsáveis, alguns mais, outros menos, pelo que me tornei hoje. Até porque, o tempo que passei e o período da minha vida que estive na empresa, foram responsáveis pela formação da minha identidade profissional.
Aprendi que os conceitos mudam e o que achávamos das pessoas no passado, necessariamente não é o que achamos hoje. Que todos nós mudamos, que todos nós seguimos nossos caminhos, mas que mesmo que a afinidade que tivemos não tenha sido a ideal, nossos caminhos se cruzaram e inexoravelmente fazemos parte uns das histórias de vida dos outros, pro bem e pro mal. Isso nunca poderá ser mudado.
Aprendi a escrever o que me fizeram de bom, a fogo, e no mais resistente metal para nunca se apagar. Também aprendi a escrever os desagravos e o que me fez mal na areia, bem próxima ao mar, para que a primeira onda apagasse.
Aprendi a valorizar o melhor de cada um e a agradecer a Deus por ter permitido que cada um de vocês tenha feito parte da minha vida. Que ELE mantenha os que ficam com alegria e saúde e receba os que vão com benevolência. Todos nós somos passageiros.
Tenho orgulho de fazer parte dessa família, a família XEROX.
Um beijo no coração e na alma de todos.
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Sentimentos - Ensaios e Crônicas
RandomSentimentos - Ensaios e Crônicas nada mais é o do que o escritor colocando no papel de forma literária seus sentimentos. É o passeio por uma vida e uma viagem pelo sempre surpreendente coração. Uma caminhada firme e confiante pelo mundo dos sentimen...