03 - "E Se Eu Aceitar"

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Estava a caminho da empresa novamente, odeio as segundas feiras por conta disso. Estava um transito horrível com certeza chegaria atrasada. Mais até que não liguei muito, meu pai deveria dar uma semana de folga pra mim.

Logo cheguei na empresa e estacionei o carro no estacionamento, fui até a calçada pois tinha que esperar o correio e pegar algumas cartas
Levantei meu óculos de sol e mirei do olhou lado, Christopher me olhava sorrindo de canto.

Sei que mal o conheço mais já o odeio, é igual ao pai, um egoísta, inútil, imundo e nojento. Não entendo como pude ter aceitado aquela dança. E para piorar ele continua me olhando, eu sorri sem mostrar os dentes apenas por educação, ele piscou de lado pra mim e mandou um beijo, revirei os olhos.

—Bom dia – o carteiro falou.

—Só me da as cartas – falei pegando um bolo de envelopes e separando as minhas.

Agradeci e entrei na empresa para mais um dia de nervos. Caminhei até a minha sala, me sentei e iniciei o computador, logo cedo e já havia e-mails de empresas aliadas a essa e como sempre vou ter que ler e passar todos os planos para o meu pai.

—Dulce? – Michele disse abrindo a porta e colocando apenas a cabeça para dentro.

Michele era minha única pessoa da empresa que eu conseguia passar um tempo sem me irritar, ela me entendia e conversava comigo, poderia até chama - lá de amiga mais ela era aquele tipo de sair para festas e viver de ressaca no domingo de manhã.

—Pode entrar – disse sorrindo.

—Como foi? – se sentou na minha frente.

Eu já sabia sobre o que ela queria falar mais não vou detalhar muito, apesar de gostar dela, não consigo ter muita confiança.

—Normal.

—Sério? Não pegou ninguém?

A olhei seria e ela se desculpou, sabe que odeio quando me perguntam isso, e ela me conhece.

—Advinha com quem eu fiquei esse final de semana… – me perguntou animada batendo as mãos na mesa.

Michele era aquela pessoa que pegava todo mundo, uma vez eu sai com ela e ela ficou com 15 homens em uma noite, se duvidar já ficou com os solteiros da empresa.

—Não sei Michele – continuei folhando a papelada – um empresário, cantor, morador de rua…?

Seriamente ela fica com todos mundo é só ser bonito.

—Não Dulce… Dessa vez é o cara mais gato do mundo.

—Quem? David Beckham? – a olhei.

—Christopher Uckermann, o filho dos donos da empresa do lado.

A olhei seriamente, como ela ficou com aquele nojento do Uckermann? Ela tem merda no lugar do cérebro?

—Qual o seu problema?

—Ele é gato… – falou de novo.

—Do que adianta ser gato? Não vale a beleza que tem…

—Então você admite que ele é gato?

—Não disse que ele é gato.

—Mais ele é gato.

—Para de falar gato – pedi, melhor ordenei – Michele sai da minha sala, já está me irritando, tenho mais o que fazer.

—Tá bom, almoçamos juntas? – disse se levantando.

—Não, vou pegar o último horário, tenho mais o que fazer.

—Se quiser eu pego o último com você.

—Não precisa, pega o primeiro.

Ela me olhou e saiu. Não entendo como ela pode ter ficado com o imbecil do Uckermann, ele me enoja, o odeio. Novamente falo não deveria ter aceitado dançar com ele, com certeza ele roubou aquele prêmio, harqueou a votação ou comprou os jurados pois não merecia nem estar ali por ser tão nojento.

—Dulce? – meu pai disse entrando na minha sala.

—Pois não? – olhei ele.

—Como foi a premiação? O Vitor ganhou não foi? – se sentou na minha frente.

—Nem o Vitor nem a Alexandra foram, eles mandaram o filho.

—O Christopher? Você conversou com ele Dulce? – me perguntou entre dentes – não quero filha minha perto de gente como eles.

—Parou né pai? – perguntei dando um basta nesse drama – não conversei com ele nem nada, ele me da ânsia, é como uma espinha na minha garganta.

—Como pegou tanto ódio? Não é pra tanto.

—É sim, eu odeio ele pai, se um dia me ver conversando com ele ou algo do tipo pode correr com a arma pois é briga.

Ele riu, não sei do que.

—Vou pra minha sala, qualquer coisa me chama.

—Sim.

—Eu e a sua mãe vamos pegar o penúltimo horário de almoço, se importa?

—Não, pegarei o último.

—Como quiser, tenha um bom dia.

Dito isso, beijou minha testa e saiu.

Deu a hora do meu almoço, eu estava no restaurante olhando o cardápio distraidamente, um vulto passou por mim e se sentou na cadeira da minha frente.

—Srt. Savinón – abaixei o cardápio para olha-lo, odiava quando me chamava assim – que prazer enorme em vê-la.

—Pena não poder dizer o mesmo.

—Posso almoçar contigo?

—Não.

—Que pena, pois irei – colocou o celular e a carteira sobre a mesa.

—O que quer de mim Uckermann? – fui direta.

Ele se levantou e colocou sua cadeira bem perto da minha, seu rosto se aproximou do meu e ele sussurrou no meu ouvido.

—Quero muitas coisas, porém não posso.

Eu me contorcia a cada palavra que ele dizia, me arrepiei, e fiquei sem graça.

—Nunca aceitaria nada de você.

—Tudo o que eu quero eu consigo, meu amor – depois de soltar a última palavra mordeu o minha orelha e puxou.

Me arrepiei muito mais, o que eu poderia fazer para que me deixe em paz.

—Me diga quanto quer para que me deixe – perguntei com ele ainda do meu lado.

—Não quero coisas de valor da sua parte, mais sim aceitaria algo que não prejudicaria nenhum de nós.

—O que?

—Passará uma noite de luxúria comigo – sussurrou de um modo mais sedutor – só eu, você, um quarto, velas e rosas.

Eu deixei escapar um suspiro tentador, ele estava me tirando do subconsciente, passei a imagina tudo o que me havia dito. Durante 24 anos estou guardando a minha florzinha para o homem com que irei me casar em alguns anos, e não queria perder agora. Apesar que não seria uma má idéia.

—E se eu aceitar? – perguntei sem olha-lo.

—Aí eu a tomarei agora, em algumas horas minha BMW estará na rua de trás te esperando para melhor noite de sua vida. E o melhor de tudo, somente nos dois vamos ficar sabendo, e depois disso se quiser te deixarem em paz.

—Sua proposta é tentadora.

Fui sincera, ele estava me dominando,  começou a beijar o meu pescoço e eu fechei os meus olhos.

—Aceita?

Ele parou de beijar o meu pescoço deixando um chupão com um gostinho de quero mais, eu a olhei totalmente dominada por ele e pensando no que iria responder.

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