08 - "Vai Pro Inferno"

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No horario de almoço eu estava no restaurante de sempre, Christopher ia aparecer por la a qualquer momento então eu irei conversar com ele. Na verdade pedirei perdão por tudo o que fiz, se é que fiz.

Mais por que sera que eu ia pedir (implorar) pra que ele não me deixasse sozinha? E por que vem essa de casamento e de filhos?

Eu não quero engravidar nessa temporada. Fraldas estão caras, são muitas frescuras com o leite e não estou nas condições de pagar 70 reais em uma lata de leite que ira durar menos de uma semana, e berço, decoração, chá de bebe festas... chega! Agora não, quem sabe dentro de uns anos. Aos 35 talvez... pode ate ser gravidez de risco, mais se for para engravidar que seja nessa idade.

Casamento é outra dor de cabeça, e depois que eu me casar como é que vai ser? Perderei todas as minhas viagens, terei contas em dobro. Cozinhar, lavar e passar para homem? Não!

-Aqui está senhorita - o garçon me tirou dos meus pensamentos colocando um copo de suco em cima da mesa.

-Me desculpe, mais eu não pedi isso - falei assim que mirei no copo.

-Mandaram te entregar isso, com licença - se retirou.

Olhei a mesa do meu lado e vi o Christopher sentado e olhando o menu de bebidas.

Deve ter sido ele quem me mandou.

Sem ao menos perceber um sorriso se tornou presente em meus labios. Peguei a bebida e tomei um gole bem delicado só para sentir o gosto. Ele nem me olhou.

Vou falar com ele! - falei em minha mente ja decidida.

Me levantei, respirei fundo e fui até a mesa dele.

-Christopher, eu... - fui toca-lo mais uma meninas correu na minha frente se sentando no colo dele e o beijando.

Meu peito se apertou, ele nem se quer se afastou. Eu fiquei ali olhando ele com minha boca aberta como se visse uma cena de filme na qual a protagonista é surpreendida.

-Que saudades eu estava de você, nem estou acreditando que conseguiu me ligar - ela disse acariciando o rosto.

Por sinal era muito macio.

-Pois é.

Eu congelei e ainda fiquei olhando ele. A menina me olhou e em seguida ele como se fosse pedir para sair pois estava atrapalhando eles.

-Aconteceu alguma coisa Dulce? Posso te ajudar? - ele pergunta. Não seria nada mal manda-lo pro inferno nesse momento.

-Vai pro inferno - caminhei até a minha mesa e peguei a bolsa - e enfia essa droga de suco no lugar que não bate luz - joguei o copo na mesa dele.

O copo se quebrou e suco derramou na mesa se espalhando e finalizando na roupa da menina que estava em seu colo.

Depois de satisfeita caminhei até a porta apertando o botão par destravar o meu Volvo branco e o garçom me toma pelo braço:

-Tem de pagar pelo copo.

-Não pagarei merda alguma - respondi.

-Não poderá sair até que pague pelo copo quebrado.

Eu puxei meu braço, apanhei a carteira e tirei umas notas de la e lhe entreguei.

-Senhora isso é muito dinheiro.

-Quer que eu pague ou não?

Ele não respondeu, o olhei e em seguida entrei no automóvel arrancando asfalto e segui ate a empresa, chegando no saguão minha mãe me perguntou por que havia chegado cedo e eu simplemente a ignorei. Me tranquei na sala deixando tudo escuro, me sentei encostando a cabeça nos meu braços apoiados na mesa e fiquei pensando...

Christopher é um cachorro maldito, vagabundo, desgraçado, inútil e imundo como todos os Uckermann's. Como pode estar com outra em tão pouco tempo? Por que eu estou ligando pra isso?

Sinceramente tenho nojo dele. Bem na hora que iria tentar me resolver com ele, nojento.

Vontade de esfregar na cara dele e dos seus pais que somos melhores do que ele e que nao brincamos em serviço.

Estou exagerando? Misturando as coisas? Talvez... mais tenho vontade de voltar no dia em que conheci ele pra fazer um bom purê com aquela cabeça.

-Dulce? - disse a minha mãe entrando na minha sala - você está bem meu anjo?

-Estou muito bem - sequei a lagrima que nem sabia que havia escorrido - aconteceu algo?

-Sim, você esta chorando.

-Não é nada mãe, apenas o ciclo que me deixou bem sensível, mais fala.

-Na verdade eu vim conversar com você - se senta na cadeira que esta a sua frente - Eu conversei com o seu pai agora e entendi o motivo dele estar fazendo isso, e acho que você deveria aceitar essa proposta dele.

-Eu não vou para a Nova Zelândia. Não a trabalho.

-Filha, - fez uma pausa - seu pai esta te mandando a esse evento pois no ano que vem ele vai se aposentar e você vai administrar essa empresa, você vai cuidar de tudo.

-Eu não quero ir mãe.

-Por favor Dulce.

-Não!

Ela bateu na mesa e se levantou, isso me assustou bastante.

-CHEGA MARIA! - se alterou - Você não tem mais quatro anos, você tem vinte e quatro, na está na hora de encarar suas responsabilidades aquí, sempre demos de tudo a você, nunca te deixamos faltar nada e pela primeira vez seu pai esta te implorando para fazer um favor pra ele. Tudo o que vai fazer é jantar no evento, falar dos negócios e responder umas questões, nada que você não tenha feito. E espero que não me decepcione pois eu quem coloco todo o dinheiro em sua conta bancaria, posso muito bem tira - lá.

-Você não sabe meus dados bancarios... - dei de ombros.

Ela riu ironicamente cruzando os braços.

-Quem disse, tenho tudo anotado, é com ele que faço o deposito. E se me lembro bem fui eu quem foi com você abrir a conta, sei de tudo.

-Você não seria capaz disso.

-Pegue a passagem - me entregou - vá ao evento e terá o dobro do que tem hoje.

Eu ia responder, mais é melhor ficar calada.

Ela saiu e me deixou na sala. Não tinha escolha.

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