23 - "Me ajuda."

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Acordei no outro dia, hoje eu iria embora, porém de noite. E de noite teria uma surpresa para o meu bebê que já deve testar querendo me matar. Ele deve estar furioso comigo a essas horas e muito preocupado, coitado. 

Tinha que comprar um presente para ele, mas o que esse homem já não tem em exagero? Quem sabe um urso, ou chocolate? Não! Ele pode engordar. O que eu poderia dar para ele? Vamos supor que seja um presente de noivado, para quando eu assinar os papeis da empresa e noivamos, pois isso será no mesmo dia, preciso de um presente. 

Um terno! Ele ama ternos e principalmente aquele mais justos e que definam o seu corpo, ja tinha a ideia perfeita para tudo, terno gravata e calça social. Seria perfeito. 

*

Caminhando novamente no Shopping, depois de já ter escolhido o seu terno, decido pegar algumas coisas para renovar o meu apartamento e principalmente a minha sala, já que agora serei a nova dona da Savinons, tinha que ter uma sala bem organizada e bem social. Tinha que ter muitos itens e deixa-la mais confortável. 

Minha vida é tão perfeita... Estou quase noiva, sou quase a dona da empresa. Tudo o que eu queria quando ainda era adolescente e agora está se realizando. Imagine daqui uns cinco anos. 


— Boa tarde, senhora Savinón Von Uckermann – entra na minha sala e caminha até mim. 

Me da um puxão na cintura e me beija profundamente. 

— Será que a Senhora me acompanharia em um almoço de aniversario de casamento de 3 anos? – me pergunta. 

— Seria um prazer senhor Uckermann, mas hoje tenho um compromisso muito grande e terei de ir ao salão. Por acaso o Senhor não gostaria de me acompanhar em um evento as 21 h? Seria um enorme prazer te-lo como meu acompanhante por essa noite. 

— Acompanho, se a Senhora vir almoçar comigo. 

— Melhor mudar o horário no salão.

Ele me beija novamente, porém, dessa vez de um modo mais quente, me pegando no colo e me colocando sentada na minha mesa. Como eu estava de saia, quando mais ele se esforçava para ficar entre as minhas pernas, mais a minha saia subia. 

— Amor! – o afasto um pouco – estamos no trabalho. 

— Eu estou em horário de almoço, e hoje é o nosso aniversario. 

— Aqui não, não podemos – ele me olha com cara de cachorro sem dono – hoje estou cheia de clientes para atender, e se um deles entrar. 

— Sexo a três – disse como se fosse a coisa muito normal e eu lhe dou um tapa. 

— Deixa de ser idiota. 

Ele sorri e me beija novamente. 

— Sábado é aniversario da minha avó, e ela vai vir para cá comemorar e está louca para te conhecer – digo – ela vai fazer um baile em um buffet, nesse caso, você deve comprar um terno e um gravata dourada. 

— Eu compro terno direto, tenho vários em casa, todo o evento que vamos eu tenho que comprar um novo e todo o presente que você me da é um terno. 

— Mentira, te dei um perfume semana passada. 

— E como você conseguiu ele? 

— Comprando um terno "Kiton k-5" – ele me encara e balança a cabeça – esses ternos são caros, e você amou. 

— Sim, mais acho que não preciso de outro. 

— Quem sabe você não consegue fazer uma coleção. Assim como eu com os meus saltos. 

— Somos a combinação perfeita – cola as nossas testas. 


Os ternos da "Kiton k-5" são realmente maravilhosos, mas muito caro para o Christopher, ainda mais agora no começo do nosso relacionamento. Sem chance, quem sabe quando já estivermos casados e se tudo der certo posso dar até um mais caro. 

*

De noite. Já no aeroporto, estava aguardando para passar pela porta, mas quando estava sentada, uma mulher veio até mim e me entregou meu passaporte.

— Desculpe senhora, mais não poderá sair do pais. Seu passaporte venceu. 

Eu a olhei confusa. 

— Meus pais já resolveram esse problema pra mim, me disseram que tinham conversado aqui e que eu poderia voltar mesmo com o passa porte vencido. 

— Não pode, nos seguimos a lei, e mesmo pagando, não podemos deixar você passar. 

— Que palhaçada é essa? O que vocês estão fazendo? 

— Me desculpe senhora, mas tenho que seguir a lei – me entrega o passaporte e sai. 

Sai bufando do aeroporto e passei num telefone publico para tentar falar com os meus pais. Liguei na casa deles, na empresa, no celular de uns funcionários e nada. A quem eu poderia ligar? 

Christopher!

Disquei o numero dele e e esperei até que ele atendesse, depois de longos minutos ele atende. 

— Alo? 

— Chris, sou eu – digo. 

—Dulce? Onde você está? Por que não atende a droga do celular, tem essa merda da pra, inferno? – pergunta furioso e com razão. 

— Eu sei que está bravo, mais eu preciso da sua ajuda. 

— Onde você está? 

— Nova Zelândia – digo em sussurro para ele não ouvisse direito. 

— Por que você não me avisou? 

— Eu queria vir sozinha e esquecer um pouco as coisas, e meu pai tinha me mandado assinar umas parcerias, e acabei ficando presa, minha mãe disse que não tinha problema e que ja tinha conversando com sei la quem e que eu poderia ir tranquila.

— Deixa de ser burra, ninguém pode deixar a pessoa sair do país com o passaporte vencido. 

— Me ajuda! 

— Que lugar você está?

— Wellington. 

— Amanhã me espera no aeroporto, vou tentar chegar antes do meio dia. 

— Te vejo lá.

— Tenta ver uma maneira de voltar, eu vou conversar com um advogado. 

Eu concordei e ele desligou, sem ao menos me dizer tchau ou algo do tipo. Ele estava furioso.


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Sentindo que vai dar merda 

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