39 - "Por que você acha que eu sou louca? "

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Já na preparação do almoço, estava tudo dando errado. Christopher já tinha convidado os seus pais e eles confirmaram a presença, porém acho que não vai ter o Almoço. 

— Dulce, o bebê está com fome – fala indo até a cozinha com ele. 

— Dá a mamadeira – digo tirando uma panela do fogão e jogando na pia com a torneira ligada – já levei no quarto pra você dar pra ele. 

— Ele não quer a mamadeira.

— E o que quer que eu faça? – o encaro colocando as mãos na cintura. 

— Poderia amamenta-lo? 

— Não dá, já queimei o refolgado – suspiro – ainda falta fazer o arroz, feijão, a salada, a mistura que ainda não terminou de assar, arrumar a cozinha e preparar a mesa, isso tudo em uma hora e meia. 

— Por que a gente não coloca o João Miguel para dormir e fazemos isso juntos? 

— Não da tempo, – desligo outra panela – tenho que fazer todo o almoço em pouco tempo e ainda me arrumar e arrumar o seu filho. 

— Eu posso te ajudar, eu vou arrumando a casa e você vai fazendo o almoço, podemos dar conta. 

— Vamos gastar meia hora cuidando dele, e acho que ele não vai dormir agora. 

— Vai sim, já são 11h, ele sempre dorme depois desse horário, é só mamar e já era. 

— Eu não posso largar tudo aqui. 

— Já reparou o tanto de panela que queiro tentando fazer tudo sozinha? 

— O que quer que eu faça? – pegunta dando um tapa na pia –Estou subpressão, pela primeira vez vou ver nosso pais juntos, vou olha no olho da sua mãe ela vai me matar ou me aceitar hoje e eu ainda não estou pronta – digo me descabelando toda – hoje vamos apresentar o nosso filho, vamos falar que nos amamos e que vamos nos casar para as pessoas que fizeram de tudo para nos separar-nos? 

— Se acalma – estica a mão para mim enquanto eu pegava uma faca para cortar os legumes.

— Não me peça calma nessa horas – apontei a faca – não sabe como é perigoso pedir calma a uma mulher nesse momento. 

— Deixa de ser louca – ele toma a faca da minha mão e joga na pia – vamos consegui, aceitando ou não, já estamos noivos. 

— Tem uma grande chance de se tornar viuvo essa tarde. 

— Vai tomar um remédio para loucos, pega o menino e vamos arrumar ele que eu te ajudo aqui. 

— Por que você acha que eu sou louca? 

— Sempre percebi que você tinha ações de gente paranoica, e você age assim quando está subpressão ou nervosa – me deu o menino – mais relaxa, vai dar tudo certo – me da um selinho. 

— E se não der? 

— Vai dar, vamos nos casar de qualquer jeito, já estamos juntos, já temos o nosso filho, oq ue nos falta? 

— Ok, – beijei a cabeça do bebê e o entreguei de novo – vai tirando a roupa dele que eu vou preparando o banho – desliguei todas as panelas no fogo e fui até o quarto preparar o banho dele. 

Christopher começou a tirar sua roupinha e a fralda, enquanto eu pegava a banheira e a enchia de aguá para dar-lhe o banho. 

Quando me entregou, demos um banho nele e quanto ele arrumava o banheiro com a bagunça do banho do bebê, eu o arrumei. Optei por algo simples e leve, já que não era uma ocasião tão importante assim e o dia estava quente, coloquei um macacão listrado (marrom e branco) e passei seu cremes e pomadas. 

— Agora – entreguei o menino pra ele – você dá a mamadeira e o faz dormir. 

— Não, você ainda vai amamenta-lo, ele não quer a mamadeira. 

Eu não gostava muito de faze-lo dormir pois quando ia coloca-lo na cama, ele acordava. Com o pai era totalmente diferente, ele sempre dormia mais rápido, não fazia manha e não acordava facilmente. 

— Sabe que ele não dorme comigo, ele dorme melhor com você. 

— Do meu peito não sai leite, acho que você já deve ter notado isso. 

Revirei os olhos, peguei ele e me sentei na cama cruzando a perna e tirando o perito do sutiã para ele chupar. 


Mais tarde, Miguel já havia dormido, eu e Christopher estávamos na cozinha terminando de fazer o almoço, por enquanto tudo ia bem, eu havia me acalmado, já havia preparado metade das coisas e estávamos indo na mesma velocidade que o tempo. 

— Tirou a carne do forno? – pergunta. 

— Sim, já temperou o feijão? 

— Está tudo pronto! – me puxa pela cintura – só falta tomar banho se arrumar e deixar o resto terminar de cozinhar. 

— E a mesa? 

— Está arrumada.

— Sala? 

— Limpa.

— Miguel? 

— Dormindo já tem uma hora. 

— Estranho, ele nunca dormiu tanto assim. 

— Vou olhar ele, termina de fazer a salada. 

Concordei, ele me deu um selinho e saiu. Olhei as panelas no fogo e quando fui tampa-las, a campainha tocou. 


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