37 - "Não estou grávida!"

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Chegamos ao meu apartamento. Depois de um ano entrar ali havia sido algo muito estranho, assim que cruzamos a porta me bateu uma nostalgia ao lembrar das vezes que eu entrava aqui usando a minha roupa social, saltos na mão, bolsa no ombro e o celular no ouvido. Me jogava na cama e continuava a trabalhar mesmo estando em casa. Ou podemos contar as vezes que Christopher e eu entravamos por aqui aos beijos e já partíamos para qualquer parte da casa, e agora voltamos aqui e com um bebê no colo. 

Christopher revirou os olhos, pois nesse tempo todos ele estava me pedindo para ficarmos na casa dele por esse tempo, mas a casa dele é um pouco mais longe de tudo e eu queria ficar no meu apartamento. 

João Miguel precisaria de um lugar maior para viver e de um quarto, eu vou dar um jeito nisso.

— Vou levar ele pro quarto para podermos arrumar as coisas – Christopher diz com o menino no colo, adormecido.

Concordei e fui até o meu escritório onde eu olhei cada cantinho cheio de poeira e outros com teia, sinto Christopher me abraçar por trás e deita a cabeça no meu ombro. 

— Acho que vamos precisar de uma casa maior. 

— Acabamos de chegar, como já vamos comprar uma casa? – respondi me virando para ele.

— Com um tempo, o meu apartamento é pequeno assim como o seu – caminho até a minha cadeira e se sentou – sem contar que o João Miguel vai precisar de um quarto e de um espaço para brincar.

— Quando vamos nos casar? 

— Em um ano tá bom? 

— Um ano? Pensei que já poderia ser no mês que vem. 

— Tá louca – me olha incrédulo – temos que comprar uma casa, conseguirmos de volta o nosso emprego, ver o salão, conversar com os nossos pais, ver as testemunhas, seu vestido, meu smoking, a lua de meu, festa e quando vai sair a certidão para assinarmos.

— Pra que festa? Podemos casar somente no civil. 

 — Jamais! E enquanto isso, você e o João Miguel vão dormir em casa.

— Não... 

— Meu apartamento é melhor. 

— Não, vou sair do meu, vou limpar ele hoje e já ficamos por aqui. Vende o seu e guara para comprarmos uma casa. 

— Por que eu tenho que sair da minha? 

— A minha tem um quarto maior, e espaço o suficiente para o berço do João. 

— O meu quarto é maior – se levanta – e tem muito mais luxo. 

— Você vai limpar todo esse espaço que tem na sua casa? 

— Vou fazer as minhas malas e as trago amanhã. 

Sorri sarcasticamente e fui até a minha prateleira onde comecei a tirar as coisas e jogar dentro de uma caixa vazia que tinha por lá. Hoje teria muito trabalho a fazer. 

— O que está fazendo? – ele pergunta.

— Vou tirar tudo daqui e fazer o quarto do nosso filho, o escritório eu dou um jeito de fazer em outro lugar – joguei os livros na caixa. 

— Tem que fazer isso hoje? Pretendia contar aos meus pais do casamento ainda hoje. 

— Você não está pensando em ir até a casa deles e falar "pai, mãe, eu tenho um filho e com a filha dos Savinóns, vamos nos casar anos que vem"

— Não, ia chama-los para almoçar aqui amanhã.

— Não... não vai dar certos os nosso pais aqui nesse apartamento com a gente sem segurança, eles vão nos matar. 

— Não vão! Vamos aproveitar para comprar umas coisas para a casa. 

— Acho que não estou preparada para isso. 

— Temos que enfrentar! 

Neguei com a cabeça e fui para o quarto, onde eu me deitei na cama ao lado do meu filho e fiquei segurando a sua mãozinha. Christopher veio até nos e se deitou atras de mim, vi ele segura a mão do nosso bebê junto da minha e da um leve aperto. 

Não consigo enfrentar os meus pais. 

— Vamos tentar fazer isso, enquanto você vai na casa dos seus pais, eu vou na casa dos meus e chamamos eles para conhecer o neto – fala ele. 

— Acho que não estou preparada, meu amor. 

— Só tenta – beija meu rosto – por mim. 

Suspirei e concordei com a cabeça. 

— O joão Miguel fica com comigo, você nos deixa na casa da dos meus pais e depois de uma hora você volta para nos buscar. 

— Por que não entramos juntos? vamos na casa dos seus pais primeiro e depois vamos na casa dos meus – ele pergunta se levantando.

— Não quero piorar as coisas. 

— Somente os seus pais vão ve-los? Os meus também tem o direito. 

— Tá, vamos na casa dos meus pais, eu entro e vocês dois me esperam  no carro, depois vamos na casa dos seus e eu faço o mesmo. 

Ele concorda. 

Me levante e peguei a mala de roupas para tirar alguma coisa.

— Usa as roupas que estão aqui no seu closet. 

— Não posso – respondo tirando o vestido que usava, na frente dele – eu engordei. 

— Parece que você está gravida de novo.

Ele me olhou de cima a baixo e segurou a risada, peguei a camisa e joguei na casa cara. 

— Não estou grávida!

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