38 - "Eu escolho o lado da minha família"

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Chegando em frente a casa dos meus pais, eu respirei fundo e fiquei olhando a porta na qual já tinha mais de um ano que não atravessava. 

Como estariam eles? Qual seria a sua reação ao me ver novamente? Aceitariam a filha de volta junto do neto e o genro? 

— Você consegue – Christopher fala assim que colocou a mão na minha perna –, você é forte e vai conseguir enfrentar isso, ele vão te aceitar. 

— Eu sei que consigo, tenho que fazer isso. 

— Não se sinta como se eu tivesse te obrigado a isso. 

— É uma coisa que eu tenho que fazer. 

— Está pronta pra isso? 

— Nem um pouco, assim como não estava pronta para me apaixonar por você, mas aconteceu e eu enfrentei tudo isso. 

Ele sorri de canto e eu desço do carro indo até a porta. Toquei a campainha, fechei meu olhos e respirei fundo. Ouvi a porta sendo aberta e meus olhos se abriram lentamente dando de encontro com minha mãe, a mesma pessoa que havia cuspido na minha cara. 

— Dulce? – ela pergunta com um fio de voz. 

Eu abaixei a cabeça e em seguida a ergui olhando sua face. 

— Oi, mãe. 

— O que faz aqui? 

— Vim conversar com vocês, posso entrar? 

— Claro.

Ela deu espaço e eu entrei, caminhamos até a sala onde me sentei no sofá maior e ela na poltrona ao lado. Gritou o meu pai que desceu em segundos e paralisou no final da escada ao me ver. 

— Olá, pai. 

— O que ela faz aqui? – ele pergunta olhando a minha mãe.

— Ela veio conversar. 

— Deveria ter conversado a um tempo atras. 

— Fernando! – minha mãe o corrige – chega! Vamos admitir que erramos também e escutar o que ela tem a dizer, se veio conversar é por que tem algo importante a dizer-nos. 

— Diga! – ele fala cruzando o braço ao lado da poltrona que minha mãe estava sentada.

— Eu sei que não querem nem olhar na minha cara pelo o que eu fiz no passado, mas eu vim me desculpar por ter agido daquela forma. Estava com a cabeça quente e acabei agindo sem pensar – comecei – mas mesmo vocês me odiando tanto assim, sou filha de vocês e não podemos conviver como se eu não tivesse pais e vocês uma filha, temos que saber conviver como um família novamente. 

— Podemos viver como um família, é só deixar o Uckermann e voltar para o nosso lado – meu pai responde dando de ombros. 

— Nunca deixei o lado de vocês e não, não vou deixar o Christopher, não agora. 

— Então vamos te deserdar da família. 

— FERNANDO! – minha mãe se altera e se levanta. 

— Vai me dizer que aceita isso? 

— Querendo ou não ela ainda é a nossa filha, fazendo merda ou não, Dulce é a nossa filha. 

— Eu não te entendo – fica de frente para ela – você fez tudo aquilo no dia do noivado, a colocou pra fora e fez o maior vexame para depois fingir que nada aconteceu? 

— Temos que saber encara as coisas, Dulce é adulta. 

— Mas não vai ser considerada a minha filha, nunca aceitarei um Uckermann na minha família.

— Temos que esquecer o que aconteceu no passado, e isso já tem mais de trinta anos, e isso não tem nada haver com eles. 

— Ela terá de escolher, o lado deles ou o meu – se vira para mim – que lado você escolhe? 

— Eu escolho o lado da minha família – me levantei – e sinto muito em te falar, mas a um tempo já tem um Uckermann na sua família pai – respiro fundo – eu e o Christopher temos um filho de 3 meses, e ele é tanto Savinon como Uckermann, e vocês vão ter que aceitar isso. 

— Você teve um filho? – minha mãe pergunta se aproximando com os olhos brilhando. 

— Sim, tivemos um lindo menino – sorri para ela – e amanhã se quiserem ir almoçar em casa para conhece-lo. 

— Qual o nome dele? 

— João Miguel.

— Amanhã estaremos lá. 

— Obrigada por entender, mãe. 

Sorrimos, meus olhos se encheram de lagrimas. 

— Aceitaria as desculpas da sua mãe por tudo o que ela te fez naquele dia? 

— Claro que sim – me joguei em seus braços e chorei em seu corpo. 

Senti muita falta desse calor dela, do corpo dela ao redor do meu, seus braços me protegendo e seu dedos no meu cabelo, senti muita falta de tudo. 

— Eu preciso ir, tenho que cuidar do meu bebê – digo me afastando um pouco. 

— Vai, amanhã estarei lá. 

Sorri, beijei seu rosto e caminhei até porta. 

Entrando no carro, Christopher me olhou com um sorriso e me puxou para abraça-lo de canto. 

— Sabia que você ia conseguir. 

— Obrigada por ter insistido nisso, eu te amo – digo olhando nos seus olhos. 

— Eu também te amo, nós te amamos – me entrega o menino que mordia a mãozinha com os olhos abertos escutando a conversa atentamente. 





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