32 - "...quer mesmo voltar? "

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Um ano depois...

Madrugada. Eu e o meu... Como posso dizer? Marido, amante, namorado, noivo...? Não faço ideia. Ainda não casamos, nem se quer tocamos no assunto ainda, mas morávamos juntos e dividíamos uma vida como se fossemos casados de verdade.

— Ahn...

Tinhamos um vida perfeita aqui, eramos somente eu e ele como eu sonhei, só que sem isso de ir me buscar no trabalho, as pregações na minha sala e os ternos caríssimos que pretendia te presentiar, mas ja tinhamos um filho. Sim o bebê nasceu, e é um menino muito gostoso, porém não é a cara do pai, acho que parece mais comigo.

— Estou quase... – dizia ele se movimentando em cima de mim.

Acho que era a segunda ou terceira vez que conseguimos fazer amor se alguma interrupção, isso desde que o nosso bebê nasceu.

João Miguel fez três meses ontem, ou seja, nossa vida mudou muito em três meses.

— Christopher... – seu nome desliza pelos meus lábios e eu enlaço meus braços em seu pescoço.

Ele abaixa a cabeça e me beija ainda fazendo os seus movimentos. Estava tão perto, eu estava quase lá.

— Estou quase – diz mais uma vez, soltando os meus lábios e escondendo a cabeça no meu pescoço.

Sinto um formigamento em meu ventre e logo meus jatos são liberados assim como os dele. Christopher se deixou cair sobre mim , quando abri a minha boca para falar, escuto um choro agudo e perturbador.

Sim o bebê acordou.

— Foi por pouco – ele me diz rolando para o outro lado – vai lá.

Eu me levanto e coloco o roupão.

— Já volto – lhe dou um selinho.

Amarrei o roupão e sai para pegar o menino que não parava nem para respirar. Eu entrei em seu quarto e o peguei no colo para ver o que ele tinha dessa vez., me sentei na poltrona que tinha em seus quarto e o coloquei em pé para me olhar.

— De novo Miguel Savinón? Não cansa de acordar o papai e a mamãe? – pergunto para ele em vão.

— É que eu gosto de interromper suas noites de sexo com o papai – olhei na porta e vi Christopher encostado no batente.

Levantei-me e caminhei com o bebe no meu colo até ele. Christopher se abaixou para beijar a testa do nosso filho e me deu um selinho.

— Acho que dessa vez ele só estava um pouco carente, não chorou mais.

— Ou – pegou ele do meu colo – só queria tirar o nosso único momento juntos – deita o menino no seu colo – ele sempre acorda quando estamos juntos, ou quando estamos ocupados.

— Ele é só um bebê.

— Sim, um bebê muito esperto – levanta o menino na altura de seu rosto – né papai?

João Miguel sorri para ele e coloca a mão na boca. Quando ele estava perto de fazer três meses pegou a mania da risada e agora sorri à toa.

— Já que o papai vai ficar com o neném, eu vou aproveitar para dormir pois amanhã eu tenho que ir ao mercado, farmácia, medico, pediatra, compara roupas, fraudas e mais um monte de roupas.

— Ele tem muito mais roupas que eu e você junto.

— Ele cresce muito rápido, as roupas já estão apertadas, e sem contar que vou passar no meu trabalho, as meninas querem ver ele.

Ele sorri e coloca o menino no berço de novo, porém fica o admirando e acariciando o seu rosto. Alguma coisa tinha acontecido.

Caminhei até ele e o abracei por trás, deitando minha cabeça em suas costas e acariciando o seu peito nu.

— O que foi agora? – beijei suas costas.

— Nunca imaginei que meu filho, ficaria sem ver os avós. Na verdade nunca imaginei que seria pai.

— Eu te entendo. Também sinto muita falta deles, não sabe a vontade que tenho que apresentar o João Miguel a eles, mas tenho medo de nós separar.

— Mas Dul...

— Eu sei – digo o interrompendo – Mas tenho medo de que eles façam algo com a gente, ou com o nosso filho, meu pai não sabe controlar as emoções e muita das vezes fica cego de ódio, e eu não quero te perder e muito menos o nosso filho.

— Não deixarei ninguém tocar no Miguel e muito menos em mim. Só me deixa falar para os meus pais que eu tenho um filho e que não adianta fazer alguma coisa para nos separar, pois não vai adiantar.

— Acha que ele fariam mal ai nosso bebê?

— É do sangue deles também, meus pais não são uns monstros.

— Podemos ficar um tempo aqui? Pelo menos até ele fazer um ano.

— Quanto mais nos escondermos, mais inseguros ficaremos.

— Você quem teve a ideia de fugir para cá.

— Quando ele fizer oito meses, nós voltamos.

— Não me sinto preparada para voltar, depois de tudo o que fizeram pra gente – fiquei do seu lado
– acho que não consigo.

— Temos que tentar.

— Tudo bem...

Ele me abraça por trás e beija o meu pescoço carinhosamente. Eu não tirava da minha cabeça o quanto mal nossos pais poderiam fazer a gente, e meu pior medo é que machuquem o João Miguel.

— Nunca imaginei que ter um filho seria tão bom  – olha o menino que tentava pegar os bonecos que tinha pendurado no seu berço.

— Obrigado por não ter usado camisinha.

Rimos até o bebê voltar a chorar.

O peguei no colo junto dos seus cobertores e fomos até o nosso quarto. O deitei no meio de nós  e fiquei dando tapinhas em suas costas até que ele dormisse.

Esse tempo ainda pensava em como seria a volta para nossa antiga casa. E se ele quisesse mesmo voltar arruscaria por ele, mas não vou deixar ninguém nos separar.

— Amor, quer mesmo voltar?

Ele se senta na cama e me olha.

— Sinto muita falta do que deixamos pra lá, meu trabalho, meus pais, minha casa, minhas conquistas. Em comparação a que temos aqui, isso não é nada.

— Só sente falta das suas coisas materiais?

— Ali tinhamos tudo, nossa vida seria melhor – se deita virado pra mim – acha que você sendo uma atendente no crediario de uma loja e eu encarregado de logistica, vamos conseguir uma boa coisa?

— Eu não sei como chegar nos meus pais.

— Voltaremos quando você estiver pronta, então você vai desidir quando voltaremos – me da um selinho – Te amo.

Em seguida se deita e fecha os olhos.

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Eu não sei como... mais vocês são incríveis. Alguns ja devem estar sabendo, mas a NOSSA fic  está em 2° lugar no ranking "Vondy" e fiquei muito feliz por ver uma obra minha crescendo tanto. Muito obrigada mesmo a cada um de vocês. ❤

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