Capítulo 12

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                  Manu narrando         

Já faz uma semana que estou aqui na casa desse ogro, tá insuportável ficar aqui aguentando a cara dele .

Era uma sexta-feira por volta de quatro da tarde, Nanda já tinha ido embora, eu estava sozinha nessa chatice. Ultimamente , a única coisa que eu conseguia fazer era acordar, comer algo e chorar.

Meus pais nunca mais deram notícias , nunca ligaram para saber onde estou .. Léo me liga todo dia, e diz que vai vim aqui fim de semana.

Me sentei no sofá e fitei o teto, minha vida estava tão ruim, meu coração tão despedaçado. Acho que pra mim não havia mais solução nenhuma.

Grávida aos 15 anos, morando com um traficante , vivendo num lugar onde só se cultiva drogas e bandidagem, mulheres pobres com uma penca de filhos, bêbados andando pela rua , drogados fumando em plena calçada.. Isso tava pior que o inferno! O que eu poderia esperar da minha vida?

Me bateu uma enorme vontade de tomar um suco de maracujá, e eu senti meu estômago revirar. Era como se eu fosse morrer se não cumprisse esse desejo idiota.

Fui até a cozinha e fiquei pensando, eu não sabia fazer suco... Aliás , sabia fazer nada. Peguei meu celular e pesquisei "como fazer suco de maracujá" . Apareceu várias coisas, é existe gente assim que nem eu. Cliquei no primeiro que apareceu e segui o passo a passo.

Peguei o liquidificador,  a fruta e o açúcar. Fui cortar o maracujá e acabei cortando o dedo.

- Que ódio! - segurei o dedo que saia sangue.

- Que caralho aconteceu? - O desgraçado chegou por trás de mim.

- Nada que te interesse. Só cortei meu dedo!

- Deixa eu ver . - puxou minha mão com força, bruto.

Ele olhou meu dedo cortado, e revirou os olhos indo até algum lugar e voltando com uma caixinha em mãos.

- Pra quê isso?

- Vou fazer um curativo , o corte foi profundo.

- Não preciso da sua ajuda.

- Olha garota, eu só tentando ajudar. Fica quieta e me dá esse caralho desse dedo pra eu fazer logo isso. - me sentei na cadeira e deixei ele fazer o tal curativo .

Meu dedo ainda doía, mas ainda estava com vontade de tomar sico de maracujá, grr.

- Se cortou fazendo o quê?

- Eu ia cortar o maracujá.. - disse com desdenho.

- Pelo amor de Deus. - riu sarcástico. - Que falta de inteligência, deixa que eu faço esse suco.

- Não precisa!

- In, não vou envenenar você não.

Fiquei observando ele fazer o suco, ele levava mais jeito pra cozinhar do que eu. Isso era óbvio.

Que estranho, a pouco mais de um mês eu fiquei com ele , agora estou grávida dele , morando com ele e observando ele na cozinha. Que droga!

Ele finalmente terminou, colocou um copo pra mim e um pra ele.
Bebi como se não houvesse mais nada no mundo, o que um desejo de gravidez não faz com você né.

- Estava bom. - disse sem perceber mas depois me arrependi.

Não era pra eu admitir nada à esse idiota,em todos os sentidos eu o odeio.

- Tudo que eu faço fica bom.

Olhei para ele e não disse nada, apenas me levantei pra sair da cozinha e bati o pé na mesa.

- Ai meu pé. - gemi de dor.

- Merda , que desastrada você, senta aqui. - me apoiei nele e me sentei.

Meu pé latejava de dor , por que tanto azar meu Deus?

- Cê tá bem? - ele olhou profundamente em meus olhos.

- Estou... Obrigado. - permanecemos se olhando até que ele me beijou .

De início não sabia nem o que fazer, mas depois cedi. Só depois de uns 2 minutos me dei conta do que estava fazendo, e empurrei ele.

- Porra tá louca?

- Quem mandou você me beijar idiota? Você não têm esse direito.

- Ah é? E você bem que estava gostando , mas quer saber? Fica aí faço nem questão de você, tenho várias ao meu redor. - disse e saiu da cozinha me deixando prostada na cadeira.

Ódio! De certa forma as palavras que ele disse me magoaram.

Faço nem questão de você , tenho várias ao meu redor.

Eu o odeio. Odeio esse Felipe!

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