Capítulo 42

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                Felipe

Cheguei na biqueira e ja encontrei os moleque tudo na porta fumando e conversando.

- Essa porra tá tudo desordenado! Eu pago quase uma fortuna pra vocês, e cês fica de bobeira na calçada fumando?

- Foi mal chefe, nós não fez por mal..- um deles falou.

- "Nós não fez por mal". - imitei. - Um caralho, acho melhor vocês ir pra ativa.

Eles voltaram a trabalhar. Eu estava uma pilha. Uns filhos da puta deram bandeira e foram pegos levando armamento. E eu me fodi, perdi dinheiro, e ainda vou ter que pagar advogado pros mané.

- Vai dar tudo certo parceiro! Fica assim não. Não é a primeira
vez que dá esse b.o.- PL falou.

- É tanto estresse vei. - suspirei.- E ainda tem o medo de a qualquer momento ser atacado. O desgraçado do Galego sabe tudo que acontecia nessa favela.

- Nem acredito que aquele arrombado é nosso primo.

- Moral. Se eu pego ele eu mato! E ainda arrombo o cu dele com vassoura.

PL começou a rir e eu também.  A gente é tão idiota, que as vezes dá vontade de reviver os velhos tempos de criança.

- Amanhã é o aniversário do parceiro. - ele disse.

- O parceiro que tá comendo minha irmã. - revirei os olhos.

- É né.. - riu. - Quem não sabe.

- Ele que fique nessa... se vacilar com Flávia eu queimo a rola dele.

- Calma pô. - PL riu.

- Calma um cacete.

Fiz meu contato com meus advogados para tirar aqueles merda da cadeia. Não posso deixar os cara lá preso sendo que tava trabalhando pra mim.
E em dois tempos eles vão sair de lá, meus advogados são os melhores do Rio.

- Todo esse valor pra tirar dois caras da cadeia? - perguntei ao telefone. - Beleza, eu pago pô, isso é nada pra mim, falou ai doutor. - desliguei.

- Esses advogados tão explorando.- PL disse.

- Nem. Enquanto tá fazendo o serviço direito merece ganhar bem.

Além de ligar para os advogados conversei com uns policiais amigos meu, eu precisava de proteção pra mandar os cara roubar a joalheria. Eu nem precisava disso, mas era assim que eu iria repor todo armamento caro pra porra que perdi.

- Os caras disseram o quê? - PL se referiu aos policiais.

- Tão dentro! Eu vou pagar muito bem. Metade do que roubar das jóias.

- Tudo isso? - arregalou os olhos.

- Claro pô, eu sou generoso. Lembra daquela vez que eles nos livraram? Tá na hora de agradecer.

Ele apenas assentiu. No almoço eu passei na tia lá, ela fazia um almoço maneiro pra caralho, e eu não tava afim de ir em casa almoçar , precisava acertar o resto das coisas hoje.
Tava até estranhando Galego e caveira não dizer nada até agora.. Muito estranho!

Ah se eu pego aquela vagabunda da Beatriz. Mas deixe estar... O que é dela tá bem guardado, vai apanhar até morrer, vai fazer falta pra ninguém, há não ser pra criança que ela espera, tenho pena de quem vai ter uma mãe como Beatriz.

Anoiteceu, cheguei em casa cansado.

Flávia estava jogada na sofá mexendo no celular.

- Ei, tem o que fazer não?

- Oi irmãozinho lindo! - ela sorriu.

- Nem vem. O que você quer Flávia?

- Eu quero dinheiro. - fez uma carinha fofa. - Preciso de um vestido para ir pro aniversário de rael.

- Mas você foi no shopping ontem com Manu e Juliana. Tá me tirando?

- Só que os vestidos que comprei não ficaram bons pra usar amanhã, quero uma coisa mais sensual .-  revirou os olhos.

- Ah vai te tomar no cu! - falei bravo. - Você é minha irmã, não é pra andar vestida como uma descarada.

-  Poxa Felipe.

- Ou vai com o que tu comprou ou eu tiro sua mesada. E outra eu mudei a senha do cofre e o lugar, então nem tenta. - soltei beijo e ela ficou lá irritada.

Tudo também tem seu limite. E eu nao tenho paciência pra aturar chatice de irmã mais nova.

Entrei no meu quarto e minha loira já estava dormindo. Tão cedo assim... Dei um beijo em sua boca e tomei um banho.

Em seguida me deitei ao seu lado sentindo aquele cheirinho maravilhoso dela. Ah como amo essa garota e tudo o que ela me proporciona .

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