Capítulo 17

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              Felipe narrando

Depois de trazer minha irmã pra casa, eu fui fazer uns negócios .. Se é que me entendem.

Fui pegar uma mina, Adriely . Já que aquela maluca da Beatriz tá de ondinha, deixa ela assim. Passar uns dias ela tá de volta que nem uma cadela.

- Amor, vamos ficar juntos hoje o dia todo?

- Que dia todo Adriely, o que eu queria você já me deu.

- Nossa Felipe, isso é jeito ?

- Cê quer o quê, que eu te trate com amor? Que eu te assuma? Se liga você é uma puta!

- Você é o único homem da minha vida.

- Aaaah, sei . - sorri ironicamente.
Vaza do meu escritório .

- Não me chama mais! - ela saiu batendo os pés.

Mulher é uma porra viu! Só fica falando de papo de namoro, de assumir tomar no cú.

Namorar pra mim é perda de tempo.

Me levantei e fui até a boca principal, dei o papo pra Menor me trazer uma já pronta ... E só fiquei lá brisando e pensando na vida.
Pode nem parecer, mais eu tô animado pra caralho com o meu filho.

Será que ele vai puxar aos cabelos loiros da mãe? Ou meus cabelos castanhos? Por incrível que pareça eu quero que seja uma princesinha um sonho meu .. Talvez porque meu pai vivia dizendo que queria ter mais uma filha além de Flávia.

que pensamentos de boiola. - pensei.

Me levantei, joguei o cigarro de maconha no chão e me sai pra casa.

- Menor , tu viu Pl?

- Vi sim FP, ele foi pra casa . Parece que teve um caô aí com Juliana.

- Isso que dá namorar. - revirei os olhos.

- Tem que ser com a garota certa né chefe.

- Tá ligado, vou pra casa. Cuida das coisas aí pivete, coloca Rc e Natan na contenção .

- Já é.

Desci a comunidade de boa, hoje tava mais tranquilo por ser dia de quarta. O povo tava voltando do trabalho à essa hora, há não ser por algumas putas que estavam fofocando e quando me viram ficaram com fogo. Mulher puta é uma coisa do capeta viu!

Cheguei em casa, e Manuela estava dormindo no sofá. Ela era linda, estava um pouco maltratada, acho que foi dormir chorando.
Carreguei ela no colo, e a ajeitei em meus braços, subi as escadas e coloquei delicadamente em sua cama, peguei o lençol e enrolei ela.

Ela dormindo era tão linda, seus cabelos loiros no ombro, seu rosto branquinho todo angelical, e saber que ela estava gerando meu primeiro filho, mesmo que não foi planejado me deixa feliz.
Posso ser bandido, traficante, destruir lares como dizem por ai, matar e roubar pessoas mas eu tenho coração e sentimentos. Cada pessoa tem sua história, e cada história um final diferente

                         ***

                Manu narrando

Me levantei ainda morrendo de sono, mas após um sonho que tive com minha mãe perdi até a vontade de dormir.

Só me lembro que eu peguei no sono no sofá, agora quem me trouxe até o quarto eu não sei.
Peguei minha coberta me enrolei toda e levantei até o ar condicionado pra abaixar a temperatura . Apesar de estar fazendo calor no Rio de Janeiro eu estava morrendo de frio .

Joguei a coberta na cama, e fui até o banheiro. Tirei meu pijama, e entrei no banho, tomei um banho quentinho e maravilhoso com direito a molhar meus cabelos que estavam um trapo. Aproveite que já estava ali e lavei os cabelos, me lembrei que ainda sobrou um pouco da minha hidratação na minha mala, ufa pelo menos isso.

Sai do banho, coloquei meu roupão rosa bebê e hidratei meus cabelos.
Após uns 30 minutos, enxágüei e deixei secar naturalmente.
Continuei de roupão, e me sentei na poltrona que havia ali no quarto para hidratar meu corpo.

Alguém bateu na porta , deve ser Nanda querendo  me perguntar sobre o café da manhã. Na maior preguiça eu me levantei e fui abrir.

- Você? - perguntei ao ver Felipe prostado na porta com a cara de bosta que ele tem.

- Vim te falar que tu tem que ver os bagulho da criança aí. - ele falou sério me olhando fixamente.

- Primeiro aprende a falar direito, segundo eu não quero saber de nada sobre essa criança filha de um bandido.

- Garota, quem tu pensa que é em? Só porque veio de cima, tu é melhor que eu? Sou bandido mesmo, mas sou melhor que você que não gosta do próprio filho. - ele disse e saiu.

Quem esse infeliz pensa que é pra me dar lição de moral?

Claro que eu iria gostar do meu filho. Mas isso se ele fosse filho de um cara decente que morasse num condomínio na Zona Zul e não numa favela.

Vesti minha roupa, e desci pra tomar café.. Olha pelo que eu estou passando! Que ódio , tendo que conviver com essa gentinha.

- Bom Dia. - disse seca.

Só havia ele ,e a irmã na mesa, Nanda estava pondo o café , e o cachorro estava jogado em um canto na cozinha.

Até gosto de cachorros, mas minha mãe nunca deixou eu ter um.

- Bom dia mãe do meu sobrinho dormiu bem? - Flávia praticamente gritou.

Eu hein, que menina escandalosa. Será que ela não recebeu bons modos.

- Sim, estou bem! - disse normalmente.

Tomei meu café rapidamente, quando mais rápido eu saísse da presença daquela peste , melhor.
Não suportava, o cheiro dele aquele olhar idiota que insistia em ficar me secando, aquelas tatuagens dele , principalmente aquele beijo no pescoço é um escroto sem classe mesmo!

Fiquei no sofá assistindo desenho, até que a irmã de Felipe se sentou junto à mim.

- Quer dar uma volta comigo?

- Volta.. Tem o quê pra fazer nessa favela. - revirei os olhos.

- Sei lá, tomar um sorvete.

Pensei um pouco, o demônio estava em casa hoje. Era melhor eu sair do que ficar aqui olhando pra ele.

- Eu vou. Só preciso pegar um dinheiro ali.

- Não precisa, vamos. Assim aproveitamos pra se conhecer.

Se conhecer? Eu não quero fazer amizade com ninguém desse inferno , eu vou sair daqui com fé em Deus.

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