Capítulo 33

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               Manuela narrando

O dia passou devagar, minha barriga pesava demais. Eu tinha enjôos, dificuldades de andar, entre outras coisas chatas da gravidez.

- Manu, eu vou no supermercado qualquer coisa tu me liga. - Nanda falou.

- Ok Nanda. Flávia já chegou?

- Não.

Ela se despediu e foi ao mercado, fiquei sozinha mais uma vez.

Liguei a tv e fiquei assistindo Bob esponja, tem nada de melhor mesmo.
Nanda chegou do mercado, abasteceu o armário,terminou de arrumar as coisas e foi embora, pois seu horário de trabalho já tinha encerrado.

- Tchau minha filha. - depositou um beijo em minha testa.

- Até amanhã Nanda. - sorri.

Continuei assistindo pois não tinha nada pra fazer. Não ligo muito pra companhias, até porque sempre fui sozinha, minha mãe vivia em seu mundo cor de rosa, e meu pai era o escravo dela.

- Cheguei! - Felipe se pronunciou adentrando a sala.

- Oi. - sorri.

- Tudo bem? - falou deixando a arma em cima do criado mudo.

- Tudo e contigo?

- Suave...

Felipe estava estranho, era nítido em sua expressão facial.

- Aconteceu algo?

- Nada de mais só precisamos conversar.

- Tudo bem. - falei meio aflita. Podemos conversar quando quiser.

- Eu vou tomar banho, e comer algo. Você já jantou?- neguei com a cabeça. - Ok, daqui a pouco eu venho.

Ele subiu sem dizer mais nada.  Suspirei e me sentei no sofá, só espero que eu não me arrependa de minhas escolhas. Mas o fato é que tanto meu bebê, quanto o pai dele se tornaram tudo para mim.

Recebi uma mensagem no aplicativo whatsapp e pensei que fosse Léo, mas era Flávia.

Flá: Manu, eu vou dormir na casa de Menor hoje, por favor diz ao meu irmão que vou dormir na casa de uma amiga, bjs te amo♥ 

Meu Deus, Flávia era louca. Não sei porque não assume logo esse lance com Menor.

- Pronto. - ele desceu as escadas sem camisa exibindo seu peitoral ainda com gotículas de água, meu coração disparou.

- Nanda deixou tudo pronto é só esquentar.

Ele não disse nada apenas esquentou o jantar, tirou o suco da geladeira e pôs os pratos e talheres na mesa.

Caminhei também em silêncio e me sentei, coloquei meu prato, havia frango grelhado, salada de maionese e macarrão de forno.

- Hum.. - sorri. - Está uma delícia. 

- Que bom que você está se alimentando bem. - deu um sorriso.

- Antigamente eu jamais comeria isso.

- Você devia se alimentar de iorgurte natural.

- Basicamente isso. - falei sorrindo.
- Seu sorriso é perfeito!

- Para. - corei na hora.

Terminamos de jantar, estava cheia comi que só, meu bebê agradece.

- Cadê Flávia.

- Ela foi dormir na casa de uma amiga.

- Tem certeza? - arquiou as sombrancelhas.

- Foi o que ela disse.

- Hum-hum.. - fez cara feia. - Preciso conversar com essa garota. - Mas agora como disse, preciso conversar contigo.

- Pode falar. - falei meio com receio.

- Manu... eu não sei como começar essa conversa.

- Melhor que diga logo, estou ficando preocupada.

- Eu quero que saiba que quero você pra minha mulher, e que você é a mãe do meu filho, e que não tínhamos nada e...

- Felipe. - o interrompi. - Sem mais delongas por favor.

- Beatriz está esperando um filho meu. Quer dizer eu acho que é meu, só poderemos ter certeza quando ele nascer.

- Não acredito nisso. - me levantei nervosa.

Eu não sabia o que dizer, meu coração doía, eu não sabia como proceder, como reagir.

- Amor... Eu não tinha nada com você ainda, ela engravidou antes de você chegar aqui, acredita em mim.

- Felipe eu não posso te cobrar nada, mas dói.

- Eu sei, você acha que fiquei feliz? É claro que é uma criança inocente mas a mãe dele é uma qualquer, Manuela entende que não posso abandonar um ser que pode levar meu sangue.

- Eu entendo.- falei decidida. - Você não teve culpa, a criança não tem culpa. - abaixei a cabeça.

- Não fica assim. - me abraçou. - Eu estou com você, me perdoa por favor eu não sabia...

- Eu sei! - segurei em seu queixo. - Eu não tenho o que te perdoar, apenas te apoiar.

- Você é perfeita mina.- selou nossos lábios.

- Não sou perfeita, apenas estou tentando ser justa. - dei um sorriso fraco.

- Eu nem sei se esse filho é meu Manu... Beatriz é uma.. digamos uma mulher do morro inteiro.

- Compreendo, o que resta é esperar Lipe. - acariciei seu rosto.

- Não vai desistir de mim né?

- Não. - sorri. - Se eu escolhi ficar, eu fico, independente de tudo.

- Eu prometo te fazer a garota mais feliz. - me beijou. - Eu, você e nosso filho.

Se eu fiquei mexida com essa notícia? É claro, sou mulher e não tenho sangue de barata.
Mas ao mesmo tempo eu sei que a culpa não é dele, nem dessa criança, imagina se fosse eu. Grávida, sem ter rumo e a mulher de Felipe não aceitasse meu filho, nossa eu iria desabar.

Se fosse em outro tempo eu iria pensar só em mim, nos meus caprichos, mas as pessoas mudam. E eu, Manuela Montenegro  mudei aprendendo com a dor . 

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