Capítulo 35

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             Manuela narrando

Três meses se passaram... De fato o tempo passou tão rápido e eu já estou com uns quatro meses de gestação.

Sou mimada demais por Felipe,Flávia e Nanda. Não posso comer aquilo, não posso fazer isso... É um saco! Mas pelo menos me sinto amada como jamais fui, hoje eu tenho uma família.

- Amor, eu já falei que não é saudável comer salgadinho de manhã.

- Felipe, não enche, toda hora você me regula pô.

- Ai bravinha. - me fez cócegas e eu sorri.

Ficamos assistindo enquanto eu comia meu salgadinho parecendo uma esfomeada. Tinha marcado de ir ao shopping mais tarde com Flávia, iríamos começar a montar o enxoval do bebê.

Mês que vem, eu iria descobrir o sexo então não comprei muitas coisas.

Felipe estava tranquilo ao meu lado deitado sobre minhas pernas, quando recebeu uma ligação parece que de PL.

- Eu tenho que ir ali.

- O que foi? Aconteceu algo grave.

- Não não, eu volto pro jantar princesa. - me deu um selinho e saiu.

Pela expressão facial de Felipe era sim algo sério, mas isso não é problema meu, eu só quero focar na saúde do meu bebê.

- Vamos cunhada, eu quero ir no shopping comprar uma lingerie.- Flávia falou empolgada.

- Pra quê essa lingerie?

- Você sabe... Para Menor obviamente. - sorriu maliciosa.

- Vocês não se assumem! - ri.

- Saí, eu sou solteira. Me prender a homem nada.

- Ter uma relação é muito bom. - sorri. - Apesar de todos os conflitos.

- Só fala isso porque tá apaixonadinha por meu irmão.

- Tô mesmo...- dei um sorriso bobo.

Peguei minha bolsa tira- colo e saímos. Temos que ir acompanhadas por dois seguranças de Felipe,as vezes eu me irrito com essa superproteção mas entendo que é para o nosso bem.

Entramos no shopping, e Flávia foi correndo para a sessão de roupas infantis. Era cada roupinha mais linda que a outra, nunca pensei que um dia ia gostar tanto de ser mãe, ainda mais com o pai do meu filho(a) sendo um traficante!

- Olha Manu, que roupinha mais fofa. - Flávia me mostrou um macacão branco.

- Que lindo... Imaginei meu bebê vestido com isso.

- Eu vou levar, é o primeiro presente da titia pra minha sobrinha.

- Você nem sabe se é menina. - ri.

- Eu tenho certeza que vai ser uma guria.

- Tá bom né.

Compramos muitas roupas de bebê, e aproveitei para comprar algumas para mim também pois quando fui expulsa de casa, não trouxe muitas roupas.

Voltamos para casa e eu guardei as compras. Iria pedir pra Nanda lavar tudo e já deixar prontinho para o enxoval do meu filho.

Confesso que dói imaginar que não irei mais estudar, não irei  me formar... Mas tento pensar positivo.

Flávia saiu e eu fiquei no quarto pensando.
Será que Felipe era realmente fiel? 

Saí dos meus pensamentos quando a porta se abriu, era ele. Sua feição transbordava ódio.

- Felipe, o que aconteceu? - perguntei preocupada.

- Aquela vagabunda me paga!

- Que vagabunda? Você pode me explicar isso?

- Beatriz. Ela não estava grávida de um filho meu.

- Eu sabia que aquela mulher não prestava. - suspirei.

- E o pior de tudo é que sabe de quem é o filho? Do meu primo Galego, aquele desgraçado.

- Me explica direito.

- Ela está grávida dele, e os dois estão aliados com meu inimigo.

- Você tem que fazer alguma coisa amor.

- Eles fugiram.

- Vai ficar tudo bem. - o abracei.

- Eu só temo pela sua vida e do meu filho.

- Não vai acontecer nada com a gente meu amor.

- Te amo Manu.

Sorri, era especial ouvir isso. Era especial sentir que encontrei minha família no meio do morro, na favela. Nunca podemos julgar as pessoas, e eu me arrependo de ter sido tão mesquinha.

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