Capítulo 34

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              Felipe narrando

Eu não imaginava que Manu iria
reagir tão bem. Quer dizer, não tão bem por que ninguém iria aceitar isso de boa, mas a maturidade que ela teve em entender a minha situação.

- Mano, que laranjada! - PL falou. - Você teve que engravidar logo essa puta.

- Eu tô perdido e com raiva. - coloquei a mão na cabeça.

- E a patricinha? Como reagiu a isso?

- Ela compreendeu a situação... E ela não é mais a "patricinha", é minha mulher agora.

- Ui. - riu. - Quem diria hein ladrão!

- Deixa de brincadeiras mano.

- Tá. Mas será que essa criança é mesmo seu filho?

- Não sei, creio que... Ah sei lá, teve uma vez que fiquei com ela sem proteção. Mas eu dei o remédio, e ela tomou na minha frente.

- Puta que pariu, tu é lerdo! Primeiro engravida uma, depois outra.

- Se ela esta falando a verdade vamo saber com o tempo. Vou fazer o exame quando ela completar três meses.

- Isso aí mesmo, por isso que sempre me protejo para Juliana não emprenhar.

- Eu não queria ser pai de um filho dela... E sim de Manu. - abaixei a cabeça.

- Fica assim não parceiro, vai dar tudo certo!

- Espero.

Fiquei na biqueira pensando na vida. E que vida a minha... Estava um caos!

- Patrão, tem uma mina querendo entrar aí.

- Quem é?

- Aquela loirinha que o senhor comia.

- Mais respeito. - revirei os olhos. - Deixa ela entrar.

O que Beatriz queria aqui.. Já não basta ter que aturar a ideia de ser pai do filho dela.

- Oi Lipe. - ela sorriu.

- Fala. - disse sem a olhar.

- Eu vim falar contigo na boa, precisa me tratar assim?

- Beatriz... Eu tô sem paciência.

- Tudo bem. Eu só vim pedir dinheiro, estou carregando seu filho por isso tenho que me alimentar bem, comprar coisas, etc né.

Peguei a chave no bolso e abri a gaveta que continha alguns lucros,peguei uma boa quantia e entreguei a ela.

- Tá aí, com isso aí dá pra você se virar de boa e não me encher o saco por um bom tempo.

- Obrigada amor. Não vai ao menos acariciar minha barriga pra falar com seu filho?

- Eu nem sei se o filho é meu.

- Assim tu me ofende Felipe!

- Nunca vi puta se ofender. Agora tchau.

Ela saiu com uma cara de cu.
Eu tô nem ai, só quero viver em paz, não aguento mais tanta perturbação.

Voltei pra casa mais cedo. Queria ficar com minha loirinha, Manuela do nada se tornou tudo.
Ela de fato era a mulher que sonhei pra mim.

Entrei em casa e Flávia estava jogada no sofá. Minha irmã só me dava dor de cabeça.

Passei por ela e fui até a Nanda ma cozinha.

- Nanda. - abracei ela. -

- Meu filho.. que bom que chegou cedo.

- Eu estava muito atribulado pra pensar em nada.

- Estou sabendo o que aconteceu, Manuela me contou.

- Eu juro que não foi irresponsabilidade minha.

- Lipe. - segurou minha mão. - Foca tranquilo, todas as coisas que nos acontecem tem um porque.

Sorri e a abracei. As palavras de Nanda me confortavam.

Subi e entrei no quarto de Manu. Ela estava dormindo tão serena, e tão linda... Eu sou um merda!
Fiz ela passar por tudo isso, destruí tudo que ela tinha e fui um ogro.

Mas ainda dá tempo tempo consertar as coisas, quando de fato queremos sempre dá.

Tomei banho, ajeitei meus dreads que só estavam me irritando, Flávia odeia eles, mas tô nem ai, o estilo é meu e ninguém vai mudar isso.

Desci pra comer e subi de novo, minha vida estava uma merda mesmo, tédio total.  Me deitei para descansar mas o celular apitou.

Peguei e tinha uma mensagem de número desconhecido.

Nós ainda vai se bater, e isso está mais perto do que nunca!

Fiquei assustado, confesso. Eu não era de ter muitos inimigos, só tinha um declarado.
Mas por qual motivo ele me ameaçaria tão explicitamente?

Resolvi deixar isso pra lá, meu sono é mais importante. Pode até tá rolando tiroteio na favela eu vou dormir.
  

   
Eu na vida, até quando tem tiro aqui na rua eu e tô nem aí! 😹

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