Capítulo 51

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30 minutos depois que saímos de casa, chegamos a favela, um lugar diferente, várias casas amontoadas, um som estrondoso de funk tocando pra todos os lados, mulheres quase sem roupa, homens com umas roupas estranhas, etc. Como é um morro, não dava pra ir de carro até lá em cima, pois era muito inclinado, então tínhamos que subir apé ou com um  moto-táxi. Deixamos o carro na frente de um barzinho, com um monte de crianças apreciando o mesmo, então resolvemos ir apé, íamos caminhando pela rua e as pessoas nos olhando de cima a baixo, depois de andar um pouco, paramos um homem e resolvemos perguntar aonde que o Nando estava.

-Ei, por favor, você sabe nos informar aonde podemos encontrar o Nando?.-Leonardo pergunta.

-Do que se trata?.-O tal homem perguntou.

-Só com ele mesmo.-Leonardo diz firme.

-Pois é com ele mesmo que você está falando, sou o Nando.-O homem com cara de bandido diz nos encarando.

-Ah, então é com você mesmo que queremos falar, podemos conversar num lugar mais fechado?.-Leonardo pergunta firmemente.

-Bora lá pro meu cafofo.-O tal Nando diz e sai andando, e nós fomos o seguindo.

Fomos seguindo esse Nando até uma casa toda verde, e por sinal a mais bonita que havia por alí, entramos na casa e eu fiquei impressionado, pois a casa era linda e aconchegante por dentro, nem pareceria a casa de um bandido, mas também né? Não é qualquer bandido, e sim o dono do morro! Subimos a enorme escada que havia lá e paramos na frente de uma porta branca, Nando abriu essa porta e nós entramos numa espécie de escritório, Nando se sentou numa enorme cadeira atrás de uma mesa e pediu pra que a gente se sentasse e falasse o que queríamos.

-Então, podem falar o que os almofadinhas querem na minha quebrada?.-Nando diz nos fuzilando com os olhos.

-Queremos a sua ajuda, precisamos de você para poder salvar a minha filha que está em perigo.-Leonardo diz.

-E qual interesse eu teria em salvar a sua filha? O que eu ganharia com isso?.-Nando pergunta.

-Quem está com ela é o Jorge, ele a sequestrou por vingança, na verdade ele quer me matar, e está usando minha filha pra conseguir isso. E se você me ajudar, você pode acabar com o Jorge e eu ainda te dou uma boa grana por isso, junta o útil ao agradável, e ai, o que você acha?.-Leonardo pergunta esperançoso.

-De grana eu não preciso, pelo que você pode ver eu vivo muito bem, mas uma coisa nessa proposta me interessou, vai ser um prazer acabar com os planos do Jorge e ainda invadir a quebrada dele, eu topo, vou escalar meus pivetes ali, e a noite já vai estar tudo pronto pra gente invadir a quebrada do Jorge, tu vai ter sua filha de volta parceiro.-Nando diz e levanta para pegar na mão do Leonardo.

-Muito obrigado.-Leonardo diz.

-Fica por aqui mesmo, na hora da invasão é melhor que esteja só gente preparada pra não dar ruim, se vocês forem podem acabar atrapalhando.-Nando diz.

-Tudo bem.-Meu pai diz.

-Faço tudo pelo bem da minha filha, só peço que traga ela sã e salva.-Leonardo diz.

-Nem pensar, que eu vou ficar aqui esperando sem fazer nada, me da uma arma dessas ai que eu me garanto, sou o namorado dela e não quero deixar minha dama sozinha.-Digo eufórico.

-Tu sabe ao menos atirar pivete?.-Nando pergunta me encarando.

-Lógico que sei, é só colocar uma arma na minha mão.-Digo.

-Então toma aqui, só deixo você ir, se você conseguir atirar naquela latinha de cerveja que tem em cima do muro do vizinho.-Nando abre a janela do escritório e me mostra a lata que estava do outro lado, em cima do muro, peguei a arma, mirei na lata e atirei, acertei em cheio o meio da lata.

-Eu avisei.-Digo rindo.

-Ae pivete, nasceu pra isso em, pode pá, tu vai com a gente salvar a tua dama.-Nando diz e sai do escritório para ir conversar com os pivetes dele que irão ajudar no resgate da minha dama.

-Nossa ele é tão novo e é dono do morro, deve ter a sua idade Bryan.-Meu pai diz.

-Pois é né! Tem um império do crime.-Digo e me sento no sofá.

Se passou algumas horas e já estava escurecendo, quando o Nando chegou com vários outros homens armados.

-Se liga pivetada, hoje nós temos uma missão bem legal, salvar a filha do almofadinha ali.-Nando diz e todos começam a rir.

-Legal mesmo vai ser ver os miolos do Jorge pelo chão.-Um dos caras falam.

-Prestem atenção, o Jorge tem uma equipe grande, temos que planejar bem o resgate, metade de vocês vão distrair os caras que ficam lá embaixo fazendo a segurança do morro, no caso a gente fingiria que é uma tentativa de roubar o morro, enquanto essa metade fica lá trocando tiros com o pessoal do Jorge, a outra metade sobe o morro e vai ao resgate da novinha, já é pra chegar metendo bala, um de vocês vai pegar a novinha e levar direto pra van que vai estar esperando lá fora, enquanto isso os pivetes vão estar trocando tiro com os que vão estar dentro da casa, entendido?.-Nando diz firme.

-Eu vou pegar a minha dama e levar pra van, pode deixar.-Digo.

-Toma aqui sua arma pivete, tá carregada, calibre 38.-Nando diz me entregando a arma.

-Valeu.-Digo.

-Bora bora pivetada.-Nando diz saindo do escritório e todos nós fomos seguindo ele, meu pai e o Leonardo ficaram na casa, tinham duas vans, uns pivetes entraram em uma e outros entraram na outra e fomos rumo ao morro da Rocinha, vou salvar minha dama!

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