Capítulo 40

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Lavo meu rosto na pia e enxugo com o lenço, coloco minha mão no secador de mãos e espero ela secar com aquela luz azul, sinceramente, quem inventou esse secador, tinha sérios problemas mentais, o negócio não funciona de jeito nenhum, cê pode passar dois anos lá que a mão continua molhada. Abro a porta do banheiro e saio, logo o sinal toca e eu vou direto pra sala ter aula de HISTÓRIA, com o professor gatão. Me sento na cadeira e o professor começa a explicar a matéria, pego meu caderno e meu livro de história, abro na página que ele pediu e começo à copiar. Não copiei por muito tempo, pois logo entrei num profundo devaneio, pensando na minha possível "gravidez", fico pensando como minha vida iria mudar se eu tivesse um filho agora, fico pensando se o Bryan iria assumir ou sumir, pois tenho certeza que o filhinho de papai não vai querer ter filho agora! Saio do meu devaneio com o professor gatão na minha frente, falando alguma coisa que eu não entendi nada.

-Você está bem Estrela?.-O professor gatão fala me olhando fixamente.

-Estou sim Thiago, só estava com a mente em outras coisas, mas o que você estava falando mesmo?.-Digo.

-Te perguntei o que foi a Revolução de Avis?.-Thiago repete a pergunta e eu me vejo num buraco sem saída, pois eu não estudei nada.

Me lembrei de uma apostila que o Bryan tem no quarto dele sobre isso, e eu abri ela e li, só me resta lembrar o que estava escrito lá.

-No século XIV(14), a Europa enfrentou problemas com a fome, guerras e pragas que devastaram grande parte do continente, acho que é isso professor.-Digo lhe lançando um breve sorriso.

-Exatamente, mas não é só isso, A crise do século XIV(14) foi um crítico intervalo entre a destruição da realidade feudal e o nascimento da estrutura capitalista...

Depois de uma longa aula sobre a crise o sinal tocou, me levanto com a Bianca e nós duas saímos em direção a porta do colégio.

-Amiga, vamos fazer um teste?.-Bianca pergunta segurando minha mão.

-Tá louca Bianca? Cheirou cola foi? Eu não estou grávida, e se estiver não quero nem saber, esse feto não vai nascer.-Digo já irritada, não gosto de pensar nessa possibilidade.

-Quem parece louca aqui é você, você não seria tão ruim a ponto de fazer isso com uma criança inocente que não pediu pra nascer, mas também não merece morrer.-Bianca diz isso e meu coração fica em pedacinhos, eu falei igual à um monstro, uma criança não tem culpa dos meus atos.

-Falei sem pensar Bianca, mas mesmo assim, eu não estou grávida, e outra se eu estiver, coisa que eu tenho certeza que não vai acontecer, isso não é uma criança ainda, isso é um feto menor que um grão de arroz, não tem nem coração ainda.-Digo.

-Mas tem vida, e tudo que tem vida merece viver. Você não é vegetariana? Então, como você tem coragem de dizer que mataria uma criança mas não mata um animal, um animal é mais valioso que teu filho?.-Bianca diz isso e meu coração pesa mais uma vez, não sei o que está dando em mim, nunca teria coragem de tirar uma vida.

-Tem razão Bianca, se eu tive coragem pra fazer, vou ter coragem pra criar, dar amor, carinho e educação, mas só peço à Deus que me dê mais uma oportunidade de fazer minha vida, exercer minha profissão, pra depois pensar em ter filho, fé em Deus que eu estou apenas atrasada, e não grávida.

-Olá minhas maridas.-Pedro chega abraçando a Bibi e eu.

-Olá queridinho.-Digo retribuindo o abraço.

-Meu amor me desculpa por hoje na cantina, eu falei de brincadeira, não queria te deixar irritada, cê tá bem?.-Pedro diz segurando no meu queixo erguendo minha cabeça para eu olhar dentro dos olhos dele.

-Desculpo, mas foi eu que perdi a cabeça, tô bem sim.-Digo lançando um breve sorriso para Pedro.

-Cheguei.-Regina diz abraçando e dando um beijo no Pedro, logo em seguida me deu um abraço e outro na Bibi.

-Cadê a Renata e o Vítor?.-Pergunto pra Regina.

-Estão namorando no banco do pátio.-Regina diz.

-Que chatice.-digo.

-Cê diz isso só por que teu namorado não estuda aqui e você não pode dar uns pega nele toda hora.-Pedro diz rindo.

-Nada haver, não sinto a menor falta, já moro com aquela coisa, se eu tivesse que estudar com ele também, iria enjoar de tanto ver a cara dele.-Digo rindo.

-Não iria enjoar nada, eu sei que você ama o seu vagabundo.-Bianca diz.

-Epaaa! Vai parando por ai, só quem pode chamar ele de vagabundo sou eu.-Digo rindo.

-Isso mesmo, só quem pode me chamar de vagabundo é minha dama.-Bryan diz chegando segurando dois capacetes.

-Falando no dito cujo, ele aparece, não morre tão cedo.-Regina diz.

-Espero mesmo que eu não morra tão cedo.-Bryan diz rindo.

-Pra mim tanto faz como tanto fez.-Digo fazendo cara de quem não se importa.

-Aaah é assim?.-Bryan Diz fazendo biquinho.

-Claro que não.-Digo puxando ele para um beijo.

-Depois que eu digo que cê ama ele, você reclama.-Bianca diz rindo.

-Para ow, deixa de ser chata.-Digo rindo.

-Meu motorista chegou, tchau pra vocês. Quer carona Bianca?.-Pedro diz pegando na mão da Regina e indo em direção ao seu carro.

-Claro.-Bianca diz indo também.

-Ei!.-Eu dou um grito, Pedro, Regina e Bianca olham pra trás.

-Cadê teu carro? Cê é emancipado e fica andando com Motorista?.-Pergunto para o Pedrinho.

-Perdi a Carteira de motorista numa blitz e o carro tá apreendido na 21° DP.-Pedro diz na maior naturalidade do mundo.

-Você é terrível Pedro.-Digo rindo.

...

Pedro, Regina e Bianca entram no carro e vão embora.

-Vamos?.-Bryan me entregando o capacete.

-Bora.-Coloco o capacete e subo na moto, Bryan também coloca seu capacete, sobe na moto e da partida.

Um Amor Na AdolescênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora