Capítulo 03

4.3K 312 6
                                    

Leonel Blanchard

   ——————
COMPACTA
——————
19 de maio de 2015
O jornal Compacta trás a notícia bombástica de tudo que rolou nesse final de semana!

No dia 16 de maio, aconteceu o mais famoso evento do ano: a festa de gala do Sr. Romão Fill, ou melhor “a balada”. ISSO MESMO! A festa, que era para ser um evento como outros qualquer de todos os anos, foi uma verdadeira balada.
Ao som do DJ Clevedon Mix a multidão desceu ao chão. Havia profissionais de alta classe no salão da festa, como Dante (empresário da Volpérie), Caíque e Juliana Morh (empreendedores da Rame-Faturia), Yany Winger (mulher do arquiteto Taylison Winkler), acompanhada de Esther Blanchard (esposa do Dr. Leonel Blanchard). Na ausência dos maridos, elas se divertiram, e muito!
Foi um evento marcante na barra do Rio, espera-se mais um ainda este ano. O engenheiro Romão agradeceu Clevedon (o DJ) por ter salvado a noite.
“Se não fosse por ele, a festa iria acabar mais cedo, e meus convidados queriam agitação, então Clevedon se ofereceu para dar o show na festa”, afirmou o engenheiro para o jornal Compacta dois dias depois da animação.

   Eu não acredito que depois do que eu disse, ela me desobedeceu! Agora sei o porquê dela não ter atendido os meus telefonemas.
   Clico no vídeo que foi feito dentro do salão. E lá está ela, conversando e rindo com um rapaz que não conheço.
— O que você fez, Esther?
   Assisto até o final a pouca vergonha da minha esposa. No vídeo, ela está animada demais. O rapaz não demora muito e logo sai dando apenas um aperto de mão para Esther.
   Levanto da cadeira, socando tudo à minha frente, até o computador.
— Droga, Esther! — grito ao mesmo tempo em que pego a cadeira da mesa e jogo-o na parede, completamente fora dos meus parâmetros.
— Você não me obedece um minuto sequer! Eu saio e você apronta isso? Ah, que vergonha! O que vão dizer de mim?
   Pego o celular da mesa, com raiva.
— Dr. Blanchard.
   O segurança de minha confiança atende imediatamente.
— Ranger, tenho um serviço pra você.
— Mas senhor, eu já estou...
— Não interessa o que você está fazendo. Faça o que eu mandar, ou rua pra você. Me entendeu?
— Sim, senhor. Na verdade, eu não ia dizer isso...
— Não quero saber o que você ia dizer. Presta atenção, eu quero você e mais dois seguranças na cola da minha mulher.
— Entendido.
— Me informe tudo, a partir de hoje, Ranger — falo alto, socando a mesa com o punho.
— Hoje?
— Não, vou deixar pra ano que vem. É claro que é pra hoje! Dê seu jeito e arrume sua equipe o mais rápido possível.
— Ok, mais alguma coi...
   Desligo o celular antes dele terminar a frase. Largo o aparelho na mesa e passo a mão nos cabelos, exasperado com tudo. Não pode ser. Ela poderia ter morrido naquele lugar.
Yany, você me paga, sua aproveitadora.

   Pego o celular novamente, dessa vez ligo para Esther, sem paciência. Ela atende na segunda chamada.
— Oi, meu amor.
   Finja que não sabe, finja que não sabe. Respiro fundo. É, vou fazer ela se sentir mal, não que eu realmente gostaria de fazer isso, é ela quem me obriga.
— Por que não atendeu as minhas ligações, Esther? — falo sério.
— Eu... — gagueja.
— Seja clara.
— Eu estava dormindo e não queria falar com ninguém.
— Nem com o seu marido que estava morrendo de preocupação?
   Fico indignado.
— Que isso, hein? Única coisa que eu gostaria, ontem de manhã, era ouvir a sua voz e ficar horas conversando com você, amor. E você me ignorou.
— Por favor, me desculpa. Eu não sei onde estava com a cabeça.
— Tudo bem, eu desculpo. Você está bem?
— Mais ou menos.
— O que houve?
   Tomo a borda da mesa como acento e cruzo os braços.
— Estou com saudade de você.
— Eu também, meu amor. Voltarei essa semana, na sexta-feira à noite, ok?
— Ok. Você não está zangado comigo está?
   Você nem imagina...
Não, fica tranquila.
— Certeza?
— Sim.
— Obrigada.
— E a clínica?
— Em ordem. Estou cuidando direitinho.
— Essa é minha garota.
   Aposto que ela acabou de sorrir.
— Posso pedir...
— Peça.
— Fale algumas coisinhas pra mim — murmura com um tom de malícia.
— Coisinhas?
   Sorrio, sacando qual é a dela.
— Entre no quarto e feche a porta.
— Estou no quarto, deitada, usando sua camisa predileta.
— Ótimo. Agora, deite na cama e dobre a camisa até a barriga.
   Ouço o barulho dos movimentos dela.
— Certo.
— Abra as pernas e bem devagar leve o dedo do meio da mão direita dentro da sua vagina.
— Tá.
   Ouço a respiração dela.
— Se movimente devagar, bem devagar — sussurro com um a voz baixa.
— Hum.
— Isso. Coloque mais um dedo.
— Pronto.
— Movimente, dessa vez rápido, com as pernas abertas.
— Sim.
— Imagine eu em cima de você.
— Estou imaginando — diz ela num gemido.
   E eu também, minha vida.
— Coloque o terceiro dedo. Vamos lá, amor.
— Eu preciso de você.
— Faça de conta que estou aí, penetrando você.
   Ela geme.
— Muito bem, chérie. Não pare. Vá mais fundo.
— Ah, eu...
— Shhh... Mais fundo, mais forte. Vamos lá... Estou penetrando você, empinando o tronco sobre você, metendo em você.
   Passo a mão no meu membro, que está duro devido às belas lembranças de sexo bruto com a minha mulher, dela de quatro pra mim, me chupando e puxando meu cabelo.
— Leonel, por favor.
— Se movimente pra mim vai, minha deusa.
— Ai... Estou chegando lá.
— Goza pro seu marido.
   Mais gemidos abafados no alto-falante. Contenho a vontade de me masturbar também.
— Estou metendo em você, metendo, metendo bem forte...
— Leo.
— Isso, amor, continue.
   O gemido mais alto prova o orgasmo que ela acabou de liberar, alegrando-me.
— Vem pra casa — sussurra, ofegante — pelo amor de Deus.
   Sorrio, descruzando os braços e andando pela sala.
— Mais alguns dias e estarei aí e, quando eu chegar, ah, Esther... se prepare...
— O que vai fazer?
— Surpresa.
— Por favor, me diga.
— Não. Agora tenho que ir, amor.
— Aonde?
— Vou tomar um drinque no restaurante do hotel, depois volto pra dormir.
— Tá.
— Como se sente?
— Ótima, obrigada.
— Então até mais.
— Até.

Nosso estúpido casamento - AmostraOnde histórias criam vida. Descubra agora