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   Já acordado, sento na cama, apoio o braço direito no joelho e respiro fundo. Noto que ainda estou nu, as roupas no chão. Pego cada peça e visto.
   Esther abre a porta em seguida, enquanto tomo a borda da cama para me sentar novamente.
   Olho para ela. Está com a mesma roupa, aquele vestidinho... No mesmo instante, meu corpo reage. Tento conter o meu desejo, mas ela vai se aproximando até ficar de frente comigo, bem perto, toda sexy, sensual, acabando comigo. Examino-a dos pés à cabeça.
— Bom dia, — ela me cumprimenta — estou indo embora. Pedi seu café, creio que está chegando.
   Dou um sorriso preguiçoso pra ela, cheio de carinho, amor. E ela, ao contrário de mim, não sorri.
— Obrigado. Você é um anjo.
   Ela revira os olhos, impaciente. Pega a bolsinha de mão perto de mim e se distânceia.
— Esther, como eu fico, se vai embora?
— Você vai ficar bem.
— Não fala assim. Espere — pego em suas mãos.
— Preciso ir embora.
— Eu te amo.
   Isso a faz parar e olhar bem no fundo dos meus olhos. Ela acaba ficando sem ação, mas enche os pulmões de ar, suspira e diz:
— Não me procure mais. Vá embora. Esqueça que eu existo e esqueça do seu filho, ele é só meu agora. Não te quero perto da gente.
   Meu Deus... Solto as mãos dela, sem acreditar em tamanha coragem.
   Ela sai devagar, atravessa a porta e some. Com o coração acelerado, eu a sigo depressa. Consigo alcançar ela no corredor escuro do hotel.
— Esther — grito.
   Ela vira as costas e me encara.
— É assim que vamos resolver as coisas entre nós? Esqueceu que agora somos três?
— Duas — corrige, apontando o dedo para eu parar, me enfrentando com firmeza!
— Não vou mudar o que eu disse, a menos que aceite o seu filho.
   As palavras dela me desarma.
— O que está acontecendo com você? Que porra está fazendo, Esther?
— O que eu deveria ter feito a muito tempo.  Eu vou sair deste hotel e não quero que você me siga, caso contrário, eu chamo a polícia.
   Ela me dá as costas, enquanto murmura:
— Passar bem, dr. Blanchard.
   Que desgraça! Droga. Que droga. Só pode ser brincadeira! 

Nosso estúpido casamento - AmostraOnde histórias criam vida. Descubra agora