— Minha mulher — eu a beijava na boca com toda a delicadeza do mundo. Beijava devagar, porque queria passar mais tempo fazendo amor com ela, naquela madrugada de sábado.
Esther e eu estávamos sem sono. De repente ela surgiu na entrada da cozinha, com seu lindo pijama vermelho. Deslumbrante, igual a uma deusa grega. Eu não resisti, beijei ela com paixão, lascívia, peguei ela nos braços e a levei para a cama.
— Amor — ela gemia, ofegante, desesperada, arranhando a carne das minhas costas. Estava muito bom, muito gostoso estar enfiado dentro dela, tão quente e aconchegante.
Foi melhor ainda quando a coloquei de quatro pra mim. Ela empinou o corpo todo, e eu fiquei louco. Meti fundo, puxando seus cabelos longos. Agachei a boca no ouvido dela e murmurei:
— Se eu pudesse, passaria o dia inteiro transando com você.
E ela gemia, ouvindo tudo.
Em pé, na sala, espero pela minha esposa ansioso. Até me permiti pensar na última noite em que fizemos amor. Foi a última vez.
Eu não quero ficar sem ela. Quero que volte. Eu necessito dela com urgência. Não é pelo sexo. Isso incluí também, mas há outras coisas mais profundas que vão além do desejo carnal que sinto por ela.
— Estou enjoada de ver você andando de um lado para o outro, Leonel — reclama minha sogra de mau humor.
Passo a mão na boca, em seguida suspiro fundo já impaciente por esperar.
— Olha... Ela vai descer mesmo? Do contrário, eu subo.
Encaro Angeliquê.
— Nem pense em invadir a privacidade da minha filha. Acho que isso é uma das...
— Angeliquê, por favor. Eu quero falar com a Esther, agora — interrompo-a rápido.
— Então espere, se você realmente sabe o que é isso.Mulherzinha chata.
Angeliquê se retira toda irritada depois que a empregada da casa vem até mim com uma bandeja de petiscos.
— Não vou comer nada. Não estou com fome. Obrigado.
Ela dá um sorrisinho e saí com a bandeja.
Espero mais alguns minutos. Nada. Mais dois. Nada. Três...
— Ah, Céus! Se eu não te amasse tanto assim, Esther, nem estaria fazendo isso.
— O que você disse?
Olho para trás e... Ah, minha mulher! Como ela é linda. Tiro a mão da cintura, sorrio com saudade dela, mas ela não sorri.
— Oi, meu amor.
Por que estou nervoso?
Esther continua séria, firme.
— Por que veio? Você não entendeu a última discussão que tivemos?
— Esther, esqueça isso. Estávamos com raiva um do outro, falamos bobagens. Mas agora passou.
— Não. Eu lembro perfeitamente o que você disse de mim e do seu filho.
Passo a mão nos cabelos um pouco irritado. Diabos. Bom, eu não quero a criança mesmo, mas também não quero deixar a minha esposa desamparada por aí, sozinha.
— Volte. Volte pra casa comigo. A gente entra em um acordo. Aquela casa é tão sua quanto minha. Você não pode sair assim, sem nada.
Ela cruza os braços, com toda a segurança do mundo, e ainda ri. Riu de mim. Uma risada malvada, que não combina com ela.
— Quem disse que vou sair sem nada? Esqueceu que tenho meus advogados? Posso lutar pelos meus direitos de esposa.Toma essa, Leonel.
— O que está querendo dizer com isso?
— Que quero o divórcio, rápido.
Arregalo os olhos sem acreditar nesse pedido. Eu não esperava isso dela.
— Ahn?
— Não ouviu? Não estamos tão longe assim. Eu estou aqui na escada e você aí na sala.
Aproximo-me dela, preocupado com o que acabou de dizer.
Pego em suas mãos. Mas ela desvia, zangada.
— Não me toque.
— Meu amor...
Toco o queixo dela e a faço olhar para mim. Está confusa. Consigo ver em seus olhos.
— Não é isso que você quer.
— Não mesmo. Mas você está me abrigando a fazer. Estou disposta a cuidar dessa criança sozinha. Vou conseguir, eu garanto isso a você. E, quando ela estiver grandinha, nunca vou mencionar seu nome. Direi apenas que o pai dela morreu.
Puta merda. De repente, o arrependimento bate à porta do meu inconsciente.
— Esther, vamos negociar isso aí.
— Meu filho não é um negócio.
— Tá. Eu me refiro a você e o resto. Não quero que fique sozinha. Você tem seu marido.
— Que eu não quero perto de mim. Esqueça, Leonel.
Ela tira minha mão, se afasta um pouco e me olha, perdida, quase chorando.
— Saia daqui.
— Esther — falo sério e grosso, um pouco zangado, olhando duro para ela, que recua, amedrontada.
— Um dia vou superar esse medo que você me passa.
— Eu não quero que se sinta assim.
— Vai embora.
— Amor — aproximo-me de novo, e ela recua de novo, subindo mais um degrau.
— Saia.
Insisto.
— Por favor.
— Saia, ou eu chamo os seguranças da casa.
Droga.
A vontade que tenho é de pegar ela pelos braços e arrastar ela daqui. Mas eu desisto, por enquanto.
— Está bem. Eu volto. Ficarei hospedado num hotel daqui.
Viro as costas e me retiro, frustrado.
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Nosso estúpido casamento - Amostra
RomanceUMA OBSESSÃO SEM LIMITES "Achei que fosse ser feliz ao seu lado... Pelo que vejo me enganei. Você era tudo o que eu queria, Leonel, tudo..." Leonel sempre almejou que esse casamento acontecesse, sempre quis ver Esther Winkler sendo sua mulhe...