No dia seguinte, meu marido e eu saímos do hotel e fomos direto para o hospital visitar meu pai. No caminho, dentro do carro, conversamos banalidades até o nosso destino.
Ao chegarmos no hospital, nos deparamos com todos da minha família, até com Mary, irmã de Leonel. Por um momento me pego perguntando o que ela está fazendo aqui, mas logo vejo o motivo: meu irmão mais velho.
A relação dos dois é bem interessante, um vive criticando o outro, mas sempre estão juntos. Será que é definitivo?
Fico impressionada com a coragem da Mary. Meu irmão é mais velho do que ela, muito mais. Érodys tem a idade de Leonel e ela... acho que 19 ou 20 mais ou menos. Sem contar que curte relações sexuais bem estranhas, um dia ele mesmo me contou.
- Esther - minha mãe me abraça com a expressão mais tranquila do que ontem. Em seguida, Leonel.
- Como estão indo no casamento? - ela pergunta ao meu marido. E isso me fez lembrar de ontem à noite, quando fizemos amor. Ah! Como foi inebriante, fez nosso casamento ascender, ganhar fogo entre a gente. Fogo de desejo, amor, paixão.
Me entreguei completamente a ele, deixei fazer o que quisesse comigo naquela cama. Fizemos um pouco de tudo até não restar mais forças.
Nos entreolhamos como cúmplices e respondemos à dona Angeliquê com um sorriso na cara.
- A noite foi boa, não é?- indaga mamãe, sacando tudo.
- Mãe! - repreendo-a.
- Deixa, amor, deixa. Ela sabe sabe que foi.
No mesmo instante, meus irmãos se aproximam. E nos cumprimentam com mais confiança, não mais tristes. Conversamos um pouco e, durante a conversa, notei que meu marido não gostou de ver a irmã por aqui, quase agarrada ao meu irmão mais velho.
- Quero que volte para o Rio de Janeiro ainda hoje, mocinha.
- Leonel, eu cheguei hoje, às duas da madrugada!
- Não interessa. Você veio sozinha, quero que volte rápido.
- Deixe que eu me responsabilizo por ela, Leonel - Érodys entra na conversa.
Leonel o encara, sério e desconfiado.
- Confie em mim - garante meu irmão.
- Depois de amanhã? - indaga Mary.
- E por que depois de amanhã? O que você tem pra fazer aqui?
Morro de rir quando meu marido tem ciúmes da irmã. Ele fica insuportável e ao mesmo tempo suportável.
- Quero conhecer a cidade.
- Tá, mas não demore.
Aproveito o momento para tirar dúvidas com a recepcionista da entrada do hospital. É uma senhora de cabelos brancos, simpática e baixinha.
- Oi, gostaria de saber qual ginecologista está atuando neste hospital.
- Bom, senhorita... - ela checa o monitor - temos dra. Karla Malheiros, dra. Ana Cavalcante e dr. Paulo Henrique. Mas no momento, somente a dra. Karla Malheiros está disponível.
- Como faço para falar com ela?
- Me passe seus dados pessoais que encaminho sua consulta agora mesmo, se preferir.
- Ok.
Enquanto explico os motivos da consulta, vou passando os meus dados a ela. Quando termina de anotar no computador, me entrega uma ficha e diz para eu pegar o andar de cima, consultório 24. Antes, aviso todos da minha família e meu marido também.
Pego o elevador e em questão de um minuto já estou no segundo andar, indo em direção ao consultório 24. Bato à porta e a médica diz para entrar.
- Bom dia, doutora.
Fecho a porta atrás de mim.
- Bom dia, Esther.
Karla Malheiros é uma loira bonitona, chique e bem organizada em seu traje. Tem a aparência de mulher metida, mas, pelo que vejo, não é nada disso.
- Sou Karla Malheiros - ela aperta minha mão e me conduz à cadeira da frente.
- É um prazer conhecê-la.
- Pois bem, em que posso lhe ajudar, Esther?
- Gostaria de trocar o meu anticoncepcional por conta dos fortes efeitos colaterais que ando tendo.
- São muitos?
- Sim e, para mim, não são normais.
- Não mesmo. Que bom que você veio me procurar, Esther. Algumas mulheres tomam a iniciativa de trocar seus anticoncepcionais por conta própria, sem consultar um médico antes. Não sabem o quanto isso é errado. Você fez muito bem. Bom, você tem algum médico fixo?
- Sim, dr. Marco Polo, mas está viajando.
- Conheço Marco. Diga-me, Esther, Quando foi a última vez que teve relações sexuais?
- Ontem.
- Usou preservativo?
- Não, doutora.
- Você é casada, está namorando ou somente ficando sem compromisso?
Que pergunta!
- Sou casada.
- Ah, sim. Bom, primeiro, Esther, vou ter que examiná-la, ok?
- Ok, doutora.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nosso estúpido casamento - Amostra
RomanceUMA OBSESSÃO SEM LIMITES "Achei que fosse ser feliz ao seu lado... Pelo que vejo me enganei. Você era tudo o que eu queria, Leonel, tudo..." Leonel sempre almejou que esse casamento acontecesse, sempre quis ver Esther Winkler sendo sua mulhe...