Entrei em casa correndo assim que desci do carro, pois recebi uma mensagem de Érodys dizendo que papai estava passando mal de novo.
Atravesso a sala com pressa, encontro minha mãe no caminho, andando de um lado para o outro, abatida e preocupada.
— Onde você estava, Esther? Passou a noite fora?
Nem respondo à pergunta dela, vou logo subindo as escadas, correndo.
— Depois eu falo — grito de volta.
Encontro Érodys fechando a porta do quarto de papai.
Érodys me abraça.
— Como ele está — pergunto.
— A febre baixou, — ele me solta devagar — a tosse sessou um pouco. Onde estava? Você demorou.
Acabo ficando sem jeito, pensando na sacanagem que estava fazendo agora a pouco.
— Estava com ele, né?
— Sim.
— Esther, você não tem vergonha na cara?! Nosso pai passando mal e você transando com o belíssimo do seu maridinho.
Reviro os olhos.
— Não tenho tempo pra sermões. Sou adulta e sei o que estou fazendo.
— Estou vendo — ele abre os braços, impaciente.
— Saia da minha frente, por favor.
— Espere aí — Érodys pega meu braço, fazendo-me retroceder os passos.
— Ei! Não sou mais uma menina!
Encaro ele de cada feia, em seguida empurro-o da minha frente. Abro a porta do quarto e encontro meu pai deitado na cama. Aproximo dele, já pegando sua mão com muita cautela.
— Pai.
— Oi, filha.
Seu olhar é enervado. Tenta sorri, mas não consegue.
— Como está?
— Melhorando. Acho que a febre baixou.
Toco o pescoço dele delicadamente.
— É, baixou mesmo.
Papai tosse um pouco.
— Onde estava, filha?
— Num hotel, aqui no bairro mesmo. Fui conversar com Leonel.
— Ele está em Porto Alegre?
— Sim.
Papai aperta minhas mãos.
— Só volte com ele se realmente tiver certeza de que ele aceitou essa criança.
— Acho que vou me divorciar, pai. Eu amo ele, mas não esperava que tudo fosse assim.
— Eu entendo. Mas não esqueça do que eu te falei: só volte com ele se realmente tiver certeza de que ele aceitou essa criança.
Voltar? Isso já nem está em cogitação mais. Não quero ficar assim, não agora que vou ter um bebê, que deve nascer saudável.
Que o pai fique sozinho, chorando pelos cantos, se sentindo desprezado, mas eu não voltarei atrás enquanto não houver mudanças. Caso contrário, essa criança nem vai saber que tem um pai.
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Nosso estúpido casamento - Amostra
RomanceUMA OBSESSÃO SEM LIMITES "Achei que fosse ser feliz ao seu lado... Pelo que vejo me enganei. Você era tudo o que eu queria, Leonel, tudo..." Leonel sempre almejou que esse casamento acontecesse, sempre quis ver Esther Winkler sendo sua mulhe...