Capítulo 13

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Algum tempo depois, Aurora lembrou-se que não avisou nenhum dos seus vizinhos ou amigos que não se encontraria em casa, uma vez que foi algo totalmente inesperado. E como não tinha nenhum servente, tinha o seu cavalo e a sua casa totalmente a seus cuidados. Depressa se dirigiu á escrevaninha de Elliot e escreveu á sua vizinha mais próxima, que também era a sua confidente mais chegada, Lucy Strain. Esta vivia num modesto casebre que ficava a uns cinco minutos a pé da casa de Aurora, era um sitio que facilmente passava despercebido.

Minha querida Lucy

Não te posso neste momento explicar tudo aquilo que me aconteceu. Mas não me encontrarei em casa durante os próximos dias, talvez uma semana. Peço-te, minha querida companheira, que alimentes o meu prezado cavalo que se encontra sozinho e desamparado. Sabes onde se encontra o feno e a ração, basta que o faças duas vezes ao dia, não te peço mais. Se preferires, podes levá-lo para o teu estábulo que neste momento se encontra sem nenhum equino. Se precisares de o montar para te deslocares até á cidade estas mais do que autorizada a fazê-lo. Peço mil desculpas por tal pedido, mas não tenho outra solução.

Peço perdão por ser breve e direta e não me alongar nas minhas explicações, mas prometo que logo que voltar a casa, te confidenciarei tudo.

Espero que tu e o teu marido se encontrem ótimos e logo poremos a conversa em dia.

Tua, muito sinceramente, Aurora.

Depois de escrever Aurora abandonou o quarto de Elliot apenas para entregar a carta ao moço de recados. Pediu-lhe máxima urgência no envio do envelope. E este prontamente lhe respondeu que não se preocupasse que ele mesmo trataria de ir ao endereço entregá-la para que chegasse no próprio dia e sem riscos de se perder.

*

Algum tempo depois, Aurora também adormecera. Continuava sentada na cadeira, mas o seu corpo estava inclinado para a frente e a sua face pousava na cama de Elliot á beira das duas mãos que se tocavam. Não ficou muito tempo cometida no seu sono. A posição era extremamente desconfortável e o corpo não demorou a reclamar. Quando acordou olhou o relógio de bolso de Elliot que estava pousado na mesinha de cabeceira mesmo ao seu lado, e olhando para ele viu que já passava das nove e meia da noite, no entanto fazendo as contas, não tinha dormido mais de uma hora.

Tinha nos seus ombros uma manta muito quente que certamente teria sido Adelia a colocar sobre si. Não convinha nada que mais alguém ficasse doente. Verificou se a febre tinha passado pondo a mão na testa de Elliot. Mas para seu desagrado parecia-lhe pouco diferente de quando o médico saíra de casa. Sentiu-lhe o pulsação enquanto olhava para o relógio. Por estar a dormir o ritmo do seu coração tinha abrandado. E a sua respiração apesar de profunda era regular. Ficou em aliviada por ainda o encontrar a dormir pacificamente, sem mostrar nenhum sinal de sofrimento e de dor.

Levantou-se da cadeira para esticar as costas e os membros doridos de dormir naquela posição. Depois reacendeu um pouco a chama da lareira para que a temperatura do quarto não variasse muito.

Enquanto o fazia Adélia entrou nos aposentos do jovem Ashmore.

- Querida, não precisa de se dar a esse trabalho. Lembre-se que está nesta casa como uma convidada. Não se preocupe que eu e os outros empregados podemos perfeitamente tratar de tudo.

- Não custa nada Adelia, já que já estava aqui no quarto e já, posso perfeitamente fazê-lo. – As duas falavam num tom muito baixo, para não correrem o risco de acordarem Elliot. Decidiram-se a se ajudarem uma á outra para manter a lareira bem acesa.

- Ainda tenho na cozinha uma sopa muito boa se quiser comer. E penso que ainda tem assado do meio dia. Nesta casa nada se desperdiça.

Por muito que quisesse recusar, Aurora já sentia o seu estômago a pedir por algo que comer.

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