Capítulo 7

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Os dois dias que os separavam depressa passaram, e o dia onde se iriam encontrar prontamente chegou.

Chegando um pouco depois da hora prevista, Aurora apareceu montando um cavalo castanho de crinas e rabada pretas. Era um belo exemplar, alto, elegante, mas dotado de força que se fazia notar. Não tardou a entregar o animal aos cuidados do cocheiro que a esperava, e foi encaminhada por Adélia até á entrada da mansão. Havia um jardim bastante agradável e de grandes dimensões logo na entrada. No centro desse jardim e em concordância com a portada principal, existia um repuxo de água que formava um lago de médio tamanho onde habitava um pequeno cardume de carpas. Tudo era relva rasa no redor do repuxo assim como por toda a área em frente ao palacete, mas logo depois havia árvores, trilhos, flores, de vários tipos e feitios que findavam para o meio dos bosques e prados. Um jardim realmente belo. Aurora quase que desejava ultrapassar as leis da boa educação e sugerir a Elliot, já de uma vez sem demoras, que lhe mostrasse todo o verdadeiro esplendor daquele lugar. Mas depressa repensou que não deveria demonstrar tamanha falta de cordialidade. Depois de almoçar, pensou, pediria a Elliot para que este lhe mostrasse os jardins e os bosques para onde davam acesso.

Entrou acompanhada de Adelia naquela grande casa, e a primeira, anunciou-a ao seu mestre. Este se encontrava no salão principal que era basicamente a entrada imediata da casa. Deram-se as formalidades do costume, Adelia se retirara dizendo que serviriam o almoço ao meio dia. Anuindo em concordância com esta informação, Elliot de seguida se manifestou:

- Vejo que a suprema pontualidade não é o seu forte. – Aurora estava rubra de embaraço e olhou-o sem nada dizer - Espero que não se incomode com este comentário. Não há problema algum, espero que tenha feito uma boa viagem. Não sei como exprimir o apreço que sinto por ter aceite o meu convite. Desde já lhe agradeço uma vez mais a honra da sua companhia.

- Peço Desculpa, não tencionava de todo me atrasar. Mas acontece que já não vinha para estas bandas há algum tempo, e acabei por me perder um pouco antes de realmente encontrar a rua correta.

- Podia ter dito, escusava de se apoquentar com isso. – respondeu prontamente Elliot- Poderia eu mesmo tê-la ido buscar, e não se tinha posto em trabalhos de se encontrar perdida.

- Ora essa, foi apenas um pequeno desvio que me proporcionou uma demora maior. Por momento algum me encontrei em alguma situação desagradável.

- Espero que assim tenha sido realmente... - Elliot fez uma pausa para pensar em como iria encontrar o que conversar - Uma vez que ainda não são dez e meia da manha e o almoço será servido ao meio dia em ponto, gostaria que lhe mostrasse a casa? Ainda é relativamente grande, não pretendo exaltar aquilo que possuo, mas realmente mostrar-lhe, sem o mais malévolo interesse de a incomodar, o sitio onde passo muito do meu tempo.

- Tal honra me deixaria muito feliz Senhor, guie-me e logo o seguirei.

Ambos subiram a grande escadaria que dava para o andar de cima. Nos corredores haviam retratos de pessoas que segundo toda a lógica seriam parentes de Elliot. E depois de este mostrar a Aurora alguns quartos e explicar sucintamente quem era este ou aquele membro retratado nas pinturas, Aurora reparou num retrato que existia no fundo do corredor. Encontrava-se completamente iluminado pela luz do dia que vinha da janela do lado oposto. Era o retrato do Senhor daquela casa. No entanto, observando verdadeiramente a pintura a menina proferiu:

- Penso que apesar de eximiamente executado, este retrato não lhe faz justiça alguma senhor. Trata-se sem dúvida, e inquestionavelmente, de si. Mas é incapaz de retratar na perfeição a sua plenitude e o seu semblante sereno. Acho que nenhum retrato seria capaz de chegar perto do real se quer. – Aurora, depois de proclamar tão ditosas mas embaraçosas palavras, não foi capaz de se virar de novo de costas para o retrato encarando o homem de carne e osso.

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