Três

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— Eu até me ofereceria mas como Estevão já ofereceu, vejo que não há necessidade de fazer o mesmo convite. — diz Ricardo.

Olívia nos observa atentamente, e quase posso ver seus pensamentos e as desculpas que ela pretende dar.

— Obrigada a ambos, cavalheiros, mas não há necessidade alguma disso, eu posso perfeitamente ir andando. — retruca Olívia.

— Eu insisto Olívia, por favor. O Rio de Janeiro não é seguro para ninguém a essa hora, e infelizmente é bem pior para uma mulher sozinha.— digo na esperança de que ela caia em sí.

Ela parece não concordar plenamente comigo. Afinal, ela mora no exterior num país com nível quase zero de insegurança. Ela não compreende plenamente o que dizemos.

— O Estevão está correto Olívia. — acrescenta Samanta em meu apoio.

— Tudo bem então, eu aceito, mas é bem perto daqui mesmo! — ela diz sorrindo.

Confirmo com a cabeça. Todos nos despedimos, Samanta e Olívia prometendo inclusive se encontrarem em breve. Que Deus me ajude se Olívia permanecer no Brasil, e principalmente tão perto de mim e de meu círculo de amigos.

A noite estava tranquila e nem de perto tão agitada como seria em outro horário. Entramos em meu carro, e realmente, em 3 minutos chegamos a portaria do hotel onde ela estava hospedada. Quando chegamos Olívia se vira para se despedir, mas faço questão de levá-la em segurança até lá dentro. Então, saio do carro, abro a porta para a mesma e estendo minha mão para ela. Ela segura minha mão com uma delicadeza só dela e sai do carro dizendo:

  — Obrigada Estevão — ela me dá um sorriso — Foi muito gentil de sua parte.

— Imagina!

Demos alguns passos até a recepção do hotel. Olívia me olha com certa dúvida e não faço ideia do que se passa em sua cabeça. E então, ela surpreendentemente dá alguns passos em minha direção e me abraça. Sem pensar duas vezes passo meu braço por sua cintura e a outra mão afago seus cabelos. Um milhão de sensações atravessam meu corpo e tudo que eu sei é que preciso vê-la novamente.

Após alguns segundos, nós nos desvencilhamos mutuamente e em seu rosto havia um ligeiro rubor. Sem deixar meu plano morrer, tomo coragem e digo a ela:

— Almoça comigo amanhã... 

Ela me observa e suspira. A tensão toma conta de mim, e enquanto a olho posso jurar que ela vai dizer não. E então, ela sorri e diz:

— Sim!

A ideia de lhe dar o meu cartão passou pela minha cabeça, mas eu não queria que ela soubesse quem sou ou minha posição. Não que eu achasse que Olívia era do tipo de mulher interesseira, mas era melhor realmente não misturar as coisas como ela disse mais cedo. Trabalho é trabalho, pessoal é pessoal. Vou até a recepção e peço um papel e uma caneta e anoto meu número pessoal para ela. Ela por sua vez ao meu lado faz o mesmo. Trocamos por fim nossos números.

  — Boa noite Estevão! — ela diz indo em direção ao elevador.

— Boa noite Olívia! — levanto uma das mãos acenando.

As portas do elevador se fecham levando consigo Olívia. Me viro e vou em direção ao meu carro, rumo a minha casa. Ao chegar em casa, tomo um banho rápido e me deito na cama. Aliás, amanhã será um dia importante! Não só pela reunião com a srta Stirling, como também pelo almoço com a Olívia. Antes de dormir, olho meu telefone e para minha surpresa havia uma mensagem de Olívia.

"Obrigada pela conversa e por tudo mais. Foi muito agradável estar com você. Espero que tenha chegado bem! *See you soon!"

*significa: vejo você em breve

ESTEVÃO - Livro Um - Trilogia Russell's CompanyOnde histórias criam vida. Descubra agora