Dois

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Com uma voz doce e confiante que combina plenamente com ela, a moça, Olívia responde:

— Sim, sou eu. Um prazer finalmente lhe conhecer Samanta. Alice fala muito de você!

Observo atentamente os movimentos de ambas. Olívia, se vira e comprimenta Ricardo com igualmente simpatia. A mulher dirige-se a todos na mesa, e nos presenteia com um sorriso deslumbrante que deixa a todos meio embasbacados. 

 — Boa noite! 

Todos dizem boa noite juntos e simpáticos a mulher desconhecida. Ela se senta ao lado de sua irmã e começa a conversar com todos como se fossem amigos de anos. Sem perder tempo, Miguel abre a boca e todos nos calamos esperando qual a merda que ele falará dessa vez. Ele se vira para Júlio e diz:

— Eu imaginei que ela era boa realmente, mas que era gostosa assim? — ele para a fala e aponta para Olívia como se isso demonstrasse alguma coisa — Caralho Júlio, quero entrar para a família! 

Todos ficaram imóveis ao ouvir as palavras dele. A verdade era que queremos rir, mas não sabemos como ela iria corresponder ao ato. Parecendo notar o clima, a própria Olívia começa a gargalhar e todos da mesa junto com ela. Por um momento, pensei que ela deixaria de lado e seguiria em frente, mas então ela se vira para Miguel e diz:

— Olha Miguel, obrigada pelo elogio. Mas se quiser entrar para a família deveria pedir a minha autorização e tentar me conquistar e não ao Júlio não é?

Ela sorri para todos e todos sorriem de volta. Sérgio encarna em Miguel. E tudo volta ao normal. O jantar decorre muito bem, e o tempo passa sem que eu perceba. Todos comemos e conversamos. A noite está sendo divertida afinal.

 Depois de cantarmos parabéns, Samanta resolveu ir para a praia em frente ao restaurante. Eu gostaria muito de saber o porque ela quer isso, mas de alguma forma me pareceu relaxante ir. Todos nos despedimos, e apenas alguns seguirão Samanta na, digamos, parte dois da festa. Eu, Samanta, Ricardo, Alice, Júlio, Olívia, Roberta, Lígia e Sérgio resolvemos ir a praia, já o restante iriam para suas casas. Devo acrescentar que Miguel apresentou uma resistência gigante de ir embora. Ele estava decidido permanecer perto da moça misteriosa o mais tempo o possível. 

Enfim, chegamos a beira mar. Ficamos em um quiosque perto da saída do restaurante. O som das ondas, o cheiro da maresia me acalmavam. Acho que o mar é como um remédio natural para mim. A conversa fluía naturalmente e de maneira agradável entre todos até que Olívia se levanta e diz para ninguém especificamente:

— A conversa está muito agradável, mas eu gostaria de andar um pouco...  

Ela desabotoa seu calçado, e ergue a cabeça continuando:

 — Alguém gostaria de se juntar a mim?

Naquele momento eu não sei o que foi... Geralmente, eu não sou um homem desesperado por qualquer rabo de saia. Mas ao pensar em ficar um pouco com ela me alegrou, e sem pensar demais eu digo serenamente:

 — Eu gostaria. 

Então ela me deu mais um de seus lindos sorrisos que me fizeram ter esperança de que a vida irá melhorar. Me levanto e tiro meus sapatos, esperando para ver se alguém mais se pronuncia, ouço Sérgio comentar com Ricardo que também queria ir, mas Ricardo disse que precisava conversar com ele. Interessante

Me ponho ao lado de Olívia e caminho ao seu lado em direção a água. Ela caminha empolgada a minha frente como um criança. Sua energia é contagiante. 

 — Eu adoro o mar! — ela diz alegre. 

— Eu também! — digo —  A água deve estar gelada! — prevejo.

ESTEVÃO - Livro Um - Trilogia Russell's CompanyOnde histórias criam vida. Descubra agora