Trinta e Um - Olívia

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O rosto de Flávio está visivelmente perturbado. Seu semblante me recorda aqueles malucos de filme e pela primeira vez o medo de que algo possa me acontecer realmente bate.

— Ora querida — ele diz levantando levemente a blusa para me mostrar a arma que estava em seu abdômen — Vim aqui para te buscar para o nosso casamento.

Casamento? Do que ele está falando? O que eu devo fazer em relação a isso? Me finjo de desentendida ou expresso toda minha revolta? Ele está claramente louco, perturbado e armado, e qualquer passo em falso pode ser fatal.

— Oque? Que casamento?

Os olhos de Flávio correm de um lado para outro e ele ouve passos vindos do local. Com violência, ele tira o ticket do estacionamento das minhas mãos e a chave do carro. Ele segura firme em meus braços, apertando ligeiramente os mesmos. Em seguida, sinto meu corpo se movendo em direção a onde ele estava me levando, e era para o bando de carona. Ele me joga bruscamente em cima do bando e corre para o lado do motorista. Seus passos são rápidos e ao mesmo tempo desordenados. Flávio entra no carro e nesse momento um segurança aparece. O meu primeiro extinto é gritar e pedir ajuda.

— Socorro! Me solta! Me ajuda.

O segurança corre em nossa direção e rapidamente chega em meu carro.

— Algo está acontecendo aqui?

Flávio não se deixa abalar e prontamente se recompõe e com o sorriso mais sínico do mundo diz:

— Nada demais, amigão! Sabe como é né, ela pegou uma conversa com uma amiga no WhatsApp e está dando show aqui. Sabe como é, briga de marido e mulher né!

Nessa altura eu já estava chorando e pedindo a Deus que aquele homem percebesse que eu não estava tendo um surto e sim que estava sendo sequestrada. Uma mulher passava do outro lado do estacionamento observando a cena e com os lábios mudos eu pedi socorro a mesma. A mulher me olhou e seguiu seu caminho acenando com a cabeça. Eu poderia esperar que ela fizesse alguma coisa, porém confesso que minhas esperanças estavam no segurança, mas infelizmente, ele não percebeu, pelo contrário, o homem ri, uma risada de compreensão masculina e diz:

— Sei bem como é!

E ali as minhas esperanças de tudo acabar logo se foram. E eu resolvo fazer o que poderia fazer para sobreviver. Colaborar e orar para que aquela mulher fizesse alguma coisa realmente.

Flávio da partida no carro e vai em direção a saída do shopping sem reparar no pedido de socorro que enviei a outra moça. Ele percebe o celular tocando em minha bolsa e o desliga, e depois o homem age como se nada tivesse acontecido e eu estivesse ali do seu lado por vontade própria.

— Acho que melhor, você colaborar querida, ou nunca mais vai ver a luz do sol de novo.

Algumas lágrimas silenciosas queriam cair, mas eu resisto. Não posso mostrar a ele o quão desestabilizada eu estou, então engulo o choro e tento descobrir o máximo de informações possíveis.

— Fica tranquilo, você deve saber que não tenho tendência a ser burra!

Uma risada sombria sai dos lábios de Flávio e ele responde:

— Ah, mas é claro que tem. Você escolheu ele! Você — ele enfatiza — escolheu ELE. Ou você acha que eu não sei que você esta tendo um caso com ele? Eu sei que está! Mas você poderia ter escolhido a mim! Nós seríamos felizes juntos! — ele grita.

Mas é claro que ele só pode está falando de Estevão. E mais uma vez, sua loucura foi comprovada nessa frase. E agora? O que eu faço? Vou tentar descobrir sobre o menino e conforta-lo de alguma maneira.

ESTEVÃO - Livro Um - Trilogia Russell's CompanyOnde histórias criam vida. Descubra agora