Alguns minutos se passaram até que tudo fizesse sentido e meu cérebro assimilasse as informações. Quando essa história se tornou tão complicada?
Em alguns passos, Olívia e eu retornamos para o escritório onde a Rebeca estava. Agora era importante agir de maneira certa, afinal a vida de uma criança estava em jogo.
— Rebeca — digo ao entrar na sala — Olívia me explicou um pouco da história; quero que saiba que irei ajudar no que puder.
— Assim como eu! — complementou Olívia.
— Mas, levando em conta que Flávio é o pai da criança, precisamos levar isso com mais cuidado. Nós vamos contatar a polícia imediatamente e colocar todos atrás de Flávio em busca da criança. É claro que isso implicará em algumas explicações a polícia, e se você achar que é conivente, a nós também.
Em meio às lágrimas silenciosas a jovem emite um suspiro cansado e diz:
— Claro senhor Estevão, eu só quero meu filho.
Olívia então se aproxima de Rebeca e põe suas mãos nos ombros da moça.
— Vamos, vou levar você para um quarto de hóspedes, você precisa descansar um pouco.
A jovem encarou Olívia com olhos cansados e apenas assentiu com a cabeça. Imagino que ela não conseguirá dormir ou descansar enquanto o filho não chegar, mas é preciso e ela parece saber disso. Olívia a guia pela escadaria e eu ligo imediatamente para Heitor e Katherine para avisar da situação. A história com Flávio acaba de se complicar mais ainda, e a hora do nosso posicionamento chegou.
Logo, ligo para o doutor Caio Magalhães, o delegado do batalhão da Lagoa e explico rapidamente o caso e a importância da descrição nesse momento. O delegado diz que no dia seguinte estaria a postos para me receber e para começar a coleta de informação. Eu estava tão distraído na conversa por telefone que não reparei que Olívia já havia descido e me avaliava encostada na porta. Eu desligo o celular, após ter marcado um horário com Caio, e em instantes sou surpreendido por Olívia ao ter se jogado em meus braços.
Com cuidado eu a abraço profundamente, a aconchegando mais em meu peito. Olívia põe suas mãos por dentro de minha camisa e faz carinho em meu torso, enquanto eu passo a mão por seus cabelos. Ficamos alguns minutos calados, apenas abraçados, até que a campainha toca quebrando nosso momento.
Em alguns passos rápidos, chego a porta e vejo Katherine, Heitor e Raquel parados a porta.
— Estevão, não me mata. — diz Heitor — Katherine quis vir ver a tal Rebeca e sabe que ela não aceita um não.
Eu apenas olho com um olhar interrogativo para Heitor. Não pela presença dele ou de Katherine mas sim pela de Raquel, que tinha o rosto muito vermelho de vergonha nesse instante. Aparentemente, eles estão realmente tendo um caso, afinal por que ela estaria aqui?
— Falando assim, até parece que sou uma garotinha mimada! — diz Katherine com verdadeira revolta.
— O que não é uma total mentira — digo implicando com Kat — Mas entrem todos, não posso fazer nada para mandar vocês embora mesmo... Menos você Raquel, você — digo apontando para ela exclusivamente — se sinta bem-vinda em minha casa.
Todos entram e ouço Katherine falando:
— Nossa Estevão, isso é jeito de recepcionar seus irmãos?
Nesse momento, Olívia sai do escritório em toda beleza de um de seus sorrisos. Como pode depois desse dia exaustivo ela continuar tão linda?
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ESTEVÃO - Livro Um - Trilogia Russell's Company
RomanceApós a morte de seu pai, Estevão Russell, o co-presidente da Russell's Company, sabe que as coisas não são as mesmas, nem para ele particularmente, nem para a própria empresa. Convencido por seu irmão, Estevão permite que ele contrate um especialist...