Mãos suaves estão sobre meu rosto, sua voz delicada chama por meu nome. As lembranças da noite anterior se fazem presente, e os flashes do que ocorreu depois do que eu chamo de ''meu apagão'' ganham nitidez, lembro apenas de que em algum momento Olívia me chamou e eu levantei meio dormindo, meio acordado e me joguei no sofá onde ela me indicou.
Meus olhos se abrem e Lív está na minha frente, como um anjo, linda como só ela, seu sorriso se abre e o meu automaticamente também.
— Bom dia honey! — diz Olívia selando nossos lábios.
— Bom dia! — respondo.
Eu aproveito que Olívia abaixou para me beijar e passo meus braços por seu corpo a puxando para o sofá comigo. Ela não apresenta resistência e se deixa levar entre meus braços. Eu deposito alguns beijos leves em sua face e ela apenas sorri e se deixa ser beijada. Em alguns segundos nossos olhares se encontram e ficamos apenas nos encarando, rindo como bobos, com um sentimento de felicidade e cumplicidade, sem dizer nenhuma palavra. Mas como tudo que é bom dura pouco, ouço passos vindo da escada e logo escuto Olívia dizer aos risos depois de ver minha cara de frustrado:
— Seus irmãos acordaram!
Eu saio de cima de Liv e deito ao seu lado a puxando para meu torso. O sofá estava na sua maior forma, quase uma cama, assim nos comportando facilmente. Heitor aparece na sala indo em direção a cozinha sem nem olhar direito para a sala onde estávamos. Katherine pelo contrário já veio direto para o local, e ao ver a cena de Olívia em meus braços disse:
— Bom diaaaaaaaaaaaa casal! — diz minha irmã com um super sorriso.
— Bom dia Kat! — Olívia responde.
— Bom dia Katherine. — digo com todo meu mau humor.
Katherine se joga na poltrona que fica quase na lateral da sala. Olívia se levanta e faz pernas de chinês em cima do sofá. E eu apenas fico deitado tentando tomar coragem para esse dia que será tão longo.
— Vejo que alguém acordou de mau humor! — diz Kat provocando.
Passos soam vindos da cozinha e já sei que é Heitor que vem se juntar ao clube.
— Mas é claro Kat, acho que ele não esperava nossa companhia hoje tão cedo. — diz Heitor — Aliás, bom dia maninho, bom dia cunhada! Obrigado por cuidar das meninas ontem, confesso que fiquei meio perdido com as informações. E depois, quando apareceu lá em cima para nos acomodar eu nem pensei em perguntar sobre elas.
O semblante de Kat se torna triste ao lembrar do dia anterior, assim como o de todos aparentemente. Mas duas coisas se passam pela minha mente, a primeira é que Heitor chamou Liv de cunhada, isso faz meu coração se encher de felicidade, pois significa que ele a considera a ponto de falar isso, porém ao mesmo tempo, fico apreensivo pois não quero que Olívia se sinta pressionada por mim ou por ninguém. A segunda coisa é, ela acomodou meus irmãos e cuidou de tudo? Sim, é o que ela faria, e graças aos céus por isso, Deus sabe o quanto eu a agradeço a ela por me deixar viver aquele momento ontem sem me preocupar com nada.
Não é que eu não sinta ainda a dor de tudo que aconteceu, mas é que eu me sinto mais leve por ter extravasado de alguma maneira sem me preocupar em como os outros estariam ou o que os outros pensariam ao ver o irmão mais velho desabar, porque ontem com ela ao meu lado eu apenas fui Estevão, não o CEO, ou o Russell mais velho, ou o irmão responsável e mais velho, fui simplesmente o Estevão e isso me libertou de alguma maneira.
Absorto em meus próprios pensamentos, percebo que fiquei algum tempo considerável desconectado. Meus irmãos e Olívia já conversavam sobre algo que eu confesso nem ter escutado quando começaram a falar. O assunto sobre algo a ver com a abertura de mercado da Austrália me lembram que falta menos de uma semana para Olívia ir embora e eu não posso permitir que uma coisa dessa aconteça! Quando tudo isso passar, irei pedi-la para ficar comigo! Prometi a mim mesmo.
— O papo está muito bom mas preciso deixá-los. Afinal, daqui a pouco o delegado chega e estou nesses trajes ainda. — diz Olívia apontando para seu próprio pijama de cetim.
— Ele não iria reclamar Liv! Muito pelo contrário. — Solta Heitor.
Meu semblante se fecha ao pensar em outro homem desejando Olívia. Não que isso não fosse acontecer de qualquer forma, pois ela é uma mulher atraente, mas é ruim pensar que alguém pode a olhar com olhos maldosos.
— Acho que alguém não gostou da ideia! — diz Katherine sorrindo.
Olívia gargalha ao olhar para mim e Heitor vai no embalo. Katherine a mesma coisa. Todos se divertindo as minhas custas. Puta que pariu, era só o que me faltava.
Olívia se levanta do sofá e eu também, ambos arrumamos os lençóis e colocamos o sofá em sua posição original. Katherine e Heitor se levantam e vão ambos para seus quartos fazerem sei lá o que.
— Você está bem estressadinho hoje Senhor Russell... — diz Olívia com uma voz sedutora.
Meu corpo já responde a sua voz e me membro já pulsa querendo atenção. Eu respondo com um aceno de cabeça e observo Olívia avançar em minha direção. Ela começa a subir as escadas silenciosamente e eu a sigo. Olívia meche deliciosamente os quadris enquanto se encaminha para meu quarto, ao chegar na porta do mesmo ela abre e sem esperar eu fechar, começa a tirar a roupa. Primeiro a blusa, então alguns passos; depois o shorts, então alguns passos em direção a poltrona lateral do quarto e então tira o sutiã me brindando com seus seios expostos que clamam por atenção. Ela para em frente à poltrona e eu vou de encontro a ela. Seus dedos tocam meus lábios sensualmente e sua voz diz:
— Acho que sei o que está precisando...
Agarro Olívia pela cintura e colo seu corpo no meu. Pego sua mão livre e coloco no meu membro excitado que está igual a uma pedra.
— Com certeza sabe! — digo.
E ela sabia.
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ESTEVÃO - Livro Um - Trilogia Russell's Company
RomanceApós a morte de seu pai, Estevão Russell, o co-presidente da Russell's Company, sabe que as coisas não são as mesmas, nem para ele particularmente, nem para a própria empresa. Convencido por seu irmão, Estevão permite que ele contrate um especialist...