Após a morte de seu pai, Estevão Russell, o co-presidente da Russell's Company, sabe que as coisas não são as mesmas, nem para ele particularmente, nem para a própria empresa. Convencido por seu irmão, Estevão permite que ele contrate um especialist...
Agora que estamos tranquilos e aliviados poderia enfim falar uma parte do meu plano para Olívia. Eu não sei o que ela vai achar disso, mas preciso perguntar, afinal nosso relacionamento depende disso, de certa forma.
— Eu acho que precisamos conversar sobre nós, sobre o que vamos fazer.
Olívia me encara avaliativa e seu sorriso se torna preocupado.
— Sim, eu esperava que fizéssemos isso quando eu voltasse para o Brasil. — diz Olívia.
— É, eu também. Mas esse assunto não pode esperar até lá. Eu já te contei como Heitor quase me bateu se eu não viesse para cá, certo?
— Sim, certo. Graças a Deus! — ela diz rindo.
— Então, o que eu não te falei é que no dia em que eu estava para embarcar ele e Katherine, via skype, me chamaram para um reunião importante. Nessa reunião, eles me disseram que os números da Russell vinham se expandindo cada hora mais, as ações da empresa se valorizaram e que muitos clientes de outros lugares do mundo estavam pedindo serviços da Russell. Como eles sabem da nossa situação, e imagino que dando uma de casamenteiros, eles me convenceram que a Austrália poderia ser um bom lugar para uma nova sede da Russell.
Olívia me observa com atenção sem dizer nenhuma palavra. Eu posso ver que ela está assimilando cada informação. Ela apenas se arruma no lugar e continua com o foco em mim. Então eu continuo:
— Eles disseram que eu seria o melhor indicado para assumir a presidência da nova sede. E eu disse que tudo dependeria dessa viagem que eu fizesse para te ver, eu veria como seria a economia e as leis locais, além de se aqui seria um bom país para se viver.
Nesse momento Olívia pareceu respirar fundo e com um pequeno pigarro ela limpa a garganta e finalmente diz alguma coisa:
— E o que você constatou?
Eu a encaro, e pego seu rosto em minhas mãos, selo nossos lábios rapidamente e digo com toda sinceridade que posso.
— Constatei que eu quero estar com você, que eu quero estar onde você está. Constatei que eu também posso amar esse país que você chama de seu, sem deixar de amar o Brasil. Constatei que será bom para Russell e para mim criamos uma nova sede aqui, mas constatei também que só quero tudo isso se você estiver lado a lado comigo.
Liv se joga em meus braços e sinto suas lágrimas molharem meu braço onde sua cabeça está encostada. Eu afago seus cabelos e puxo novamente seu rosto para minha mãos. Beijo cada centímetro do rosto de Liv enxugando os locais úmidos. Ela sorri e diz:
— Devo estar horrível!
— Não, está linda como sempre! Mas então... o que acha disso tudo? — O nervosismo me aflige e acabo falando sem parar — Eu sei que pode ser demais para você, mas antes de pensar em você como minha namorada, eu estou te oferecendo esse cargo na Russell como a profissional que você é. Não estou pedindo para abdicar da sua carreira em outras empresas, só peço para agregar uma carga horária para a Russell. E outra coisa, se não quiser que eu more com você, não tenho problema, eu posso ver uma casa para mim, afinal não posso ficar em um hotel para sempre. Não quero forçar a barra com você, mas eu te quero tanto e ah, estou tão nervoso falando pelos cotovelos.
Dessa vez, é Olívia quem põe as mãos em meu rosto me fazendo ficar frente a frente com ela. Seus olhos estão fixos nos meus e seu sorriso radiante ilumina seu rosto. Ela beija minha boca na tentativa de me calar e funciona. Após perceber que estou calmo, Olívia abre a boca e começa a dizer:
— Primeiro, calma meu amor. — ela gargalha — Depois, estou tão feliz! É claro que eu vou amar te você aqui comigo! E eu sei que você vai amar a Austrália. E sim, eu aceito sua ''proposta'' de emprego. E não, você não está forçando a barra, eu te amo e já o escolhi para a vida inteira, e já te disse isso. E não, eu não veria nenhum problema em você morar comigo, contando que queira isso.
Eu uno nossos lábios e Olívia sorri entre os beijos. Meu coração poderia explodir de felicidade. Minha vida parece finalmente ter entrado nos eixos. A sensação de dever cumprido me enche, ver que a Russell voltou, e está melhor ainda, ao que papai fez. Ele estaria orgulhoso de nós! Ver Heitor amadurecido, responsável me aconselhando... quem diria? Katherine é uma mulher forte, divertida e independente, uma puta empresária que sabe onde quer chegar. Mamãe está bem, feliz pelos filhos e por si, passando bem pelo luto. E eu finalmente posso viver a minha vida, ou melhor, a nossa vida, minha e de Olívia.
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Hoje é quinta feira e Olívia voltou ao trabalho. Finalmente, eu podeira dar início a segunda parte do plano. Primeiro, faço um skype com Heitor e Katherine dando finalmente a notícia que eu resolvi, junto com Olívia, abrir mesmo a sede aqui. Deixo claro que será uma transação complicada e que eu já começaria hoje a procurar um agente de imigração daqui. Afinal, eu precisaria de um visto para permanecer aqui, além de todas as documentações necessárias para a nova sede.
Depois de falar com meus irmãos, eu vou ao centro comercial falar com o agente de imigração. O mesmo me explica todas as coisas que eu precisaria fazer e trazer sobre a Russell e sobre mim. Eu imediatamente, dou abertura no processo e digo a ele que Raquel, minha secretária do Brasil, enviará em breve os documentos para ele.
Ligo para mamãe para dizer as novidades. A mesma chora, como era esperado, e diz que está feliz por mim e por Olívia, além de estar orgulhosa pelos meus irmãos terem colocado juízo na minha cabeça. Mas ora essa, eles é quem ganham o crédito! Ela ainda diz que vai sentir saudades de mim no Brasil, mas que vai me visitar na Austrália, afinal era um país que ela ainda não tinha ido. Diz ainda que papai ficaria radiante ao ver os três filhos e se emociona mais ainda ao lembrar dele. Por fim, ela fala que vai cobrar todos os detalhes quando eu chegar no Brasil, porque com certeza eu vou precisar ir lá resolver muitas coisas antes de vir para cá, e que só queria me ver bem. Nós desligamos, e assim que desligo, meu telefone toca de novo.
— Hi Mr. Russel! Good afternoon, how are you? I'm the Agent Richard Nolan. Mr. Ferrari asked me to tell you. He said that you need my services.
*Olá senhor Russell! Boa tarde, como vai? Eu sou o agente Richard Nolan. O senhor Ferrari me pediu para ligar para o senhor. Ele disse que você precisa de meus serviços.
Então Joseph entrou em contato com o cara bem rápido. Eu havia conhecido Joseph Ferrari em um jantar durante esse dias. Ele é amigo de Olívia e logo fácil se transformou em meus amigo também. Eu disse a ele que precisava de algum agente imobiliário pois pretendia ficar na cidade e pedi que não dissesse nada a Olívia pois ela ainda não sabia. Ainda não sabe na verdade.
Eu converso com Nolan pelo telefone, dizendo a ele exatamente os tipo de casa que eu gostaria. Ele foi atencioso e prestou atenção ao detalhes de tudo. Ele disse que existiam algumas casas que se enquadravam em meu pedido e falou que amanhã mesmo poderia agendar as visitas. Eu confirmo com ele.
Não é que eu não queira morar com Olívia nesse apartamento, não é isso. Mas é que eu quero a sensação de um lugar nosso, que foi pensado e decorado por nós. Uma casa para nossa família, com um gramado para nossos filhos correrem, com uma piscina e tudo que poderia querer. Ainda não contei a Olívia que estou em busca dessa casa, mas quando achar uma que acho que ela vai gostar eu a mostrarei.
E lá, quando eu for mostrá-la será o lugar do passo final.
