Hey meninas e meninos, pra compensar vocês da ausência resolvi postar mais um capítulo hoje! Espero que estejam acompanhando ainda e principalmente, gostando! Me digam o que tão achando, comentem e falem comigo! Amo falar com vocês!
•
Três dias se passaram.
Três longos dias desde a última vez em que vi Olívia e a tive em meus braços. Não que nós não nos falássemos nesses três dias. Nos falamos sim. Mas o problema é que percebi que só falar com ela não era o suficiente, principalmente a levar em consideração o conteúdo de certas mensagens que me levavam direto a um banho gelado a procura de alívio, Olívia pode ser uma filha da puta quando quer e eu com certeza gosto mais dela por isso, para minha infelicidade. O cúmulo do absurdo, na minha opinião, foi quando ouvi na empresa as pessoas comentando sobre os progressos e avaliações que ela fez na fábrica e que alguém a viu e então eu pensava: ''que sorte dessa pessoa'' não minha, por que eu não a vi. Não que eu não tivesse tentado vê-la. Eu tentei. Mas aparentemente ''minha empresa tem muito mais o que fazer do que imaginei'' segundo Olívia disse. E isso foi o suficiente para ela não poder me ver ou se distrair comigo, como a mesma ressaltou.
Hoje já é quinta feira e graças aos céus parece que ela vem aqui hoje começar a fiscalizar o departamento de vendas. Se tiver um pouco de sorte, consigo roubar um beijo ou dois. Puta que pariu! Em que ponto eu cheguei. Uma batia soa em minha porta e digo:
— Entre!
Heitor passa pela porta e passa a mão em seus cabelos castanhos escuros. Seus olhos escuros estavam com uma sombra, e eu sabia que isso era cansaço. Não considero meu irmão gaiato ou imaturo mas eu sei que ele assumiu mais responsabilidades do que deveria para poder me ajudar, e isso o envelheceu de alguma maneira. Ele ainda era o Heitor brincalhão e sem noção de sempre, mas ainda assim era primeiramente o Heitor responsável e maduro que exigiam dele nesse momento.
— Posso ajudá-lo? — digo.
Heitor pega alguns papéis que estavam em suas mãos e os deposita em cima de minha mesa. Ele me lança um olhar avaliador como só ele faz e se senta em uma cadeira confortável em frente à mim. Suas pernas estão dobradas como um quatro e sua postura relaxa.
— Bem, deveria vir dizer algumas coisas. Umas são mais importantes que as outras. Por que ordem devo começar?
Ao contrário de mim, Heitor não é nem um pouco direto, ele adora jogos e se atrai por tudo que é misterioso.
— Você sabe que para mim tanto faz não é ?! Mas fale o mais importante primeiro.
Heitor desencosta da cadeira e chega para frente descruzando suas pernas e colocando os cotovelos em cima de seus joelhos. Então abre os lábios em um sorriso torto e me diz:
— Bem irmão, devo dizer que não poderei te falar isso, afinal se eu falar o mais importante primeiro você me deixaria solitário nessa sala e nem ouviria mais uma palavra do que eu tenho a dizer.
O que Heitor quer dizer? Não sei se me preocupo ou não com isso. Resolvo então me manter quieto e não entrar no jogo dele. Ele sabe que sou curioso, mas não vou perder essa. Após alguns segundos, ele diz:
— Muito bem irmão — ele sorri gaiato — Primeiro, a mamãe está querendo deixar o país e ir ficar um tempo com Katharine.
Bom se isso não é o mais importante, eu não sei o que é mas resolvo não interromper e me manter quieto até Heitor terminar.
—A segunda coisa é que devo dizer que recebemos uma proposta de um contrato com uma rede de hotéis que existe no Brasil inteiro! Eles querem que nós repaginemos todo o visual de todos os hotéis, uma pegada jovem e descontraída mas sem perder o luxo.
— Cara, isso é demais! Bom em relação a mamãe eu não concordo com ela ir, mas entendo sua vontade. Mas puta merda Heitor! Esse contrato saiu na hora certa! Mas quando foi isso que eu não estava aqui?
Heitor ri. Não apenas ri mas gargalha na minha cara. A minha cara de confusão deve estar grande porque Heitor ri mais ainda.
— Posso saber o que tá havendo?
Heitor para de rir por alguns segundos e ao normalizar a voz e a respiração ele diz:
— Bom irmão, acho que foi quando você estava viajando com a consultora da nossa empresa!
Puta que pariu! Como ele sabe disso?
— Bem, se você está se perguntando como eu sei... é simples... eu sei de tudo! Devo agradecer a Carla pela informação!
Excelente! Eu menti para minha mãe e meu irmão e esqueci de dizer a minha empregada para não dizer nada! Eu até deveria ficar com raiva de Carla, mas ela não tem culpa nenhuma. O burro foi eu!
— E posso saber como Carla te contou?
Heitor levanta da cadeira e se põe de pé. Ele ajeita seu blazer e o ajusta perfeitamente em seu corpo.
— Bom, eu achei muito estranho em pleno sábado você deixar de vir a empresa. Desde que papai morreu você trabalha todos os dias sem parar e só não trabalha aqui aos domingos por que o prédio fica fechado, e mesmo assim, você arruma trabalho para fazer em casa. — ele me olha sorrindo — Então eu apenas me esqueci do porque você não havia vindo trabalhar e liguei para sua casa para avisar do contato da rede de hotéis. Imagine a minha surpresa quando a Carla me diz que você foi viajar com uma amiga para Angra. E imagine mais ainda quando por coincidência eu liguei para Olívia para agradecer e o telefone dela dizia que ela estava viajando e não queria ser incomodada. Foi apenas uma questão de lógica.
Eu ouvi todas as coisas que ele disse, mas não consegui compreender a maioria delas já que quando ele disse que ligou para ela para agradecer meu cérebro desconectou.
— O que você tinha a agradecer a Liv?
Um super sorriso gatuno se expandiu no rosto do meu irmão e eu percebi a merda que eu fiz. Caralho Estevão! Burro!
— Liv? Irmãozinho? Não sabia que já estava assim! — ele anda até o aparador e serve duas doses de whiskey — Não precisa ficar assim, não tenha ciúmes de mim... a senhoria Stirling é linda eu admito mas eu sei do seu interesse por ela desde o primeiro dia em que os vi juntos. E além disso, eu tenho meus rolos também.
Heitor leva um copo a boca e leva o outro até a mim. Com uma golada grande eu bebo o líquido âmbar que desce rasgando em minha garganta. Já que eu estava na merda mesmo, o que me custava perguntar...?
— Ok Heitor, mas você ainda não disse o porque ligou para ela!
Heitor bebe o restante do líquido que havia em seu copo e se direciona a porta. Eu pensei que ele não iria me responder mas antes de sair ele se vira e diz:
— Foi ela quem ligou para Robert Goldeneye, o dono da rede Ibis e indicou a nossa empresa.
Ele sai da sala em alguns segundos e antes que eu pudesse digerir o que Liv fez por mim, minha empresa e minha família, Heitor ressurge e diz com um olhar travesso.
— Ah, e só para constar ela está aqui! Na sala de reunião 8º andar. E sozinha.
Foi tudo que eu precisava para sair correndo de minha sala e ir encontrá-la. Eu saí em desespero em direção ao elevador que para a minha surpresa já estava no meu andar me esperando. Heitor segurava a porta. Ele me deixa entrar e bate em meu braço antes da porta do elevador fechar.
— Boa sorte irmão! — Heitor diz.
— Obrigado pela dica! — respondo.
E a porta do elevador se fechou. E eu nunca pensei que o 8º andar fosse tão longe quanto hoje.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ESTEVÃO - Livro Um - Trilogia Russell's Company
Roman d'amourApós a morte de seu pai, Estevão Russell, o co-presidente da Russell's Company, sabe que as coisas não são as mesmas, nem para ele particularmente, nem para a própria empresa. Convencido por seu irmão, Estevão permite que ele contrate um especialist...