Vinte

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Que merda de dia. Depois de tudo que aconteceu hoje me sinto esgotado. E ainda tenho que ir ao jantar de Samanta, eu havia me esquecido para dizer a verdade. Ver Heitor arrasado daquela maneira me deixou puto. Com meu pai, com minha mãe, com Flávio, com todos aliás. Por que caralhas essa merda precisou acontecer? Por que meu pai colocaria um filho que nós não conhecemos para trabalhar na nossa empresa? Por que esse infeliz estava roubando a gente? Por que eu não fui capaz de descobrir que isso estava acontecendo?

Não que eu não estivesse amando o trabalho de Olívia, ou que eu não reconhecesse que ela é profissional nisso e não eu, mas é que meu pai deixou essa responsabilidade comigo, deixou a empresa para mim e eu não vi ela desmoronar sobre meus próprios olhos.

Como o esperado de mim, eu liguei para a Kat e para minha mãe e disse que precisava conversar urgentemente com elas! Kat disse que ia pegar um voo amanha mesmo e que a tarde já estaria aqui, mamãe disse que no horário que Kat chegasse ela viria também. Heitor por sua vez continua calado e não compartilha nada comigo.

O peso de tudo incomoda em minhas costas e eu confesso estar mentalmente cansado. Como vou fazer para pegar a maldita pasta? E eu pago mesmo o suposto irmão pelo silêncio ou não? Enfim, quer saber? Foda-se! Eu penso nisso depois.

O jantar com Samanta e Ricardo corre bem na medida do possível, eles percebem que tanto eu, como Heitor estamos um pouco distantes, mas ambos deixam pra lá. Depois do jantar, eu sei que deveria ir para casa, mas agora vou seguir meu coração e ligar para Olívia. Preciso vê-la, preciso estar com ela. Como pode sentir tanta falta de uma pessoa que eu vi há poucas horas? Eu combino com Olívia de encontrá-lá em seu hotel e é isso que eu faço. É para lá que eu vou.

Eu entro no hotel onde Liv está e pego a chave na recepção que a mesma deixou em meu nome

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Eu entro no hotel onde Liv está e pego a chave na recepção que a mesma deixou em meu nome. Sigo para o elevador e coloco o número de seu andar. A cada novo andar a ansiedade de vê-la aumentava e a excitação também de certo modo. Não que eu seja um homem incontrolável, mas Olívia me deixa de uma forma que ninguém nunca deixou. Eu a desejo em todo momento, e qualquer sorriso mal intencionado já me deixa de pau duro.

Ao abrir a porta encontro o quarto iluminado apenas por luzes direcionadas, deixando o quarto aconchegante. O condicionador de ar estava ligado criando um clima agradável, Olívia estava sentada na cama olhando o notebook, pelo visto a peguei de surpresa, pois ela levanta o olhar em minha direção e sorri meio nervosa.

- Estevão! Que susto!

- Olha - digo me aproximando dela - Achei que tivesse me esperando!

- E eu estava! - ela sorri - Mas estava perdida aqui em meio aos meus emails.

Eu me abaixo e dou um beijo em sua boca, suponho que meus lábios tenham adquirido um pouco da cor vermelha que está nos lábios de Liv.

- Sinto muito atrapalhar então... - finjo cara triste - Acho que vou embora.

ESTEVÃO - Livro Um - Trilogia Russell's CompanyOnde histórias criam vida. Descubra agora