Capítulo 113

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"Você ainda tem um coração e apesar de toda a merda que está fazendo com a minha amiga, você a ama completamente e quer protegê-la."




Alfonso

Depois da discussão que eu e Anahí tivemos no estacionamento nosso casamento que já estava ruim piorou. Eu tive certeza absoluta de que ela só estava morando comigo por causa da Verônica.

Com medo dela me pedir o divórcio eu me afastei ainda mais, apesar de sentir que isso estava me matando pouco a pouco. Antes estávamos afastados, mas eu tinha esperanças de que uma hora ela fosse me entender, me perdoar e de algum jeito tudo ficaria bem. Agora, eu estava sem esperanças, sentia que tinha perdido a minha esposa, o centro do meu mundo e estava vagando sem rumo.

Mas eu sabia que a coisa ia piorar se ela me pedisse o divórcio. Se Any se separasse de mim, se deixasse a cobertura, se eu parasse de vê-la todos os dias, de sentir a presença dela por todo o apartamento, seria como se ela estivesse morta. E eu me lembrava muito bem do que senti quando acreditei que ela tinha morrido. Por isso eu já tinha decidido que não aceitaria o divórcio, se ela chegasse a ponto de me pedir isso, eu recusaria, usaria todos os meios de mantê-la casada comigo. Se fosse necessário usaria minha irmã pra que ela continuasse morando comigo. Eu já a tinha perdido o suficiente, não podia e não ia permitir perder a última parte da minha esposa que faltava.

Naquele dia encarei Santiago inquieto enquanto esperava Lauren descer.

- Você tem certeza disso?

- Alfonso pelo amor de Deus, você é padrinho dela.

- Você podia acompanhar a gente até lá. - respondi incomodado.

- Seu terapeuta disse pra você ir sozinho com ela na consulta. - Santiago sorriu.

Abri a boca pra protestar, mas Lauren gritou meu nome e desceu as escadas correndo.

- Padrinho!

Me virei e ela agarrou minhas pernas.

- Cadê a madrinha?

- Ela não veio comigo. - forcei um sorriso.

- Vocês ainda estão brigados? Porque não acredito que não estão. - ela cruzou os braços e fechou a cara.

- Não, a gente ta bem querida. - forcei um sorriso.

- Vou perguntar pra marida pra confirmar. - Lauren me olhou desconfiada.

- Não enlouqueça seu padrinho, filha. - Santiago riu.

- Padrinho sabia que meu irmãozinho estava chorando hoje, eu comecei a conversar com ele e ele parou?

- Ah sim, que bom né? - sorri.

- Aham é que ele gosta muito de mim. - Lauren empinou o queixo e eu e Santiago tivemos que rir.

- Filha está pronta?

- Aham, mamãe está lá em cima, mas disse que quando a gente voltar ela desce.

- Ok, então me dá um abraço e um beijo pra não atrasar seu padrinho.

Lauren se aproximou e Santiago se abaixou. Ele fechou os olhos quando ela envolveu os bracinhos em torno do pescoço dele e suspirou, a abraçando de volta. Alguma coisa naquela cena me incomodou, mas não soube explicar o que. Não era a primeira vez que via demonstrações de afeto de Lauren com seus pais ou de seus pais com ela, mas pela primeira vez isso provocou algo em mim.

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