"Ele não vai fazer nada comigo. Agora preciso cuidar para que não faça nada com você."
Lucca agarrou meu braço com força, me machucando.
- Bem que eu achei muito estranha a conversinha do seu namorado. Só precisei observar um pouco pra descobrir que você trabalha aqui. E pensar que estava tão perto quando vim te procurar.
- O que você quer? - o encarei com medo.
- Não acha que temos umas contas pra acertar? Eu ainda não esqueci daquela noite. - observou e apertou meu braço com mais força.
Puxei meu braço e consegui me soltar. Acabei me desequilibrando e duas mãos fortes envolveram meus ombros. Olhei pra trás e senti um alívio ao ver Alfonso atrás de mim. Não deixei de notar o segurança ao lado dele. Alfonso se colocou na minha frente e estendeu a mão para Lucca.
- Senhor Dorantes como vai?
- Você mentiu para mim senhor Herrera.
- Acho que a rua não é o melhor lugar para tratarmos sobre este assunto, vamos até minha sala.
Lucca me encarou e Alfonso se moveu pro lado bloqueando a visão de meu padrasto sobre mim.
- O senhor primeiro. - apontou a porta.
Lucca estreitou os olhos, mas obedeceu e saiu na frente.
- Conduza a senhorita Portillo até a sala dela, por favor. - Alfonso sussurrou para o segurança.
- Vou com você, ele já me encontrou, não posso deixar vocês terem essa conversa sozinhos. - sussurrei. - E acha que eu vou conseguir me concentrar em alguma coisa sabendo que ele está na sua sala?
Alfonso assentiu e o segurança nos seguiu. Entramos no elevador, o segurança atrás de Alfonso e ele entre mim e Lucca. Era palpável o clima pesado que nos envolvia. Não sei como o elevador subiu e nos deixou no segundo andar. Só sei que me senti como se tivesse voltado a respirar quando sai de lá de dentro.
Alfonso me conduziu até a sala e meu padrasto nos seguiu.
- Sente-se senhor Dorantes. - apontou o sofá.
Meu padrasto obedeceu e fiquei parada de pé ao lado de Alfonso.
- Espere no corredor. - se dirigiu ao segurança.
O homem assentiu e saiu da sala. Pela porta de vidro o vi parado de pé do lado de fora.
- Você mentiu pra mim senhor Herrera.
- Quer conversar de mentiroso, para mentiroso? Se bem que o que eu fiz, foi apenas omitir uma informação, eu desconfiei do senhor desde o primeiro instante, por isso não lhe disse que Anahí trabalhava pra mim. Mas o senhor mentiu ao dizer que Anahí abandonou a mãe, que ela era uma filha ingrata.
- O que você contou pra ele? - Lucca me fuzilou.
- Que você e o pai dela eram primos e que se casou com a mãe dela, quando Anahí tinha 10 anos. Também me disse que ela fugiu porque tinha medo do senhor e das insinuações que fazia sobre ela. Infelizmente ela não pôde trazer a mãe com ela, mas ela nunca a esqueceu e durante esses anos acreditou que estava morta.
Fiquei surpresa pela forma calma como Alfonso disse tudo aquilo. Lucca o encarou por alguns segundos e depois assentiu, relaxando os ombros, tinha acreditado em Alfonso.
- A minha mãe está viva? - perguntei sentindo meu coração disparar.
- Está! - Lucca assentiu. - Daquele jeito, mas está viva.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Segredos ✔
Fiksi PenggemarSó pra você saber onde está se enfiando isso não é uma história de amor. É a história de alguém que teve a vida destruída a ponto de não acreditar que pessoas ou coisas boas existem. Eu lembro de como ela entrou na minha sala envergonhada. Mesmo sab...