Capítulo 16

2.4K 164 29
                                    


"Ele não vai fazer nada comigo. Agora preciso cuidar para que não faça nada com você."



Lucca agarrou meu braço com força, me machucando.

- Bem que eu achei muito estranha a conversinha do seu namorado. Só precisei observar um pouco pra descobrir que você trabalha aqui. E pensar que estava tão perto quando vim te procurar.

- O que você quer? - o encarei com medo.

- Não acha que temos umas contas pra acertar? Eu ainda não esqueci daquela noite. - observou e apertou meu braço com mais força.

Puxei meu braço e consegui me soltar. Acabei me desequilibrando e duas mãos fortes envolveram meus ombros. Olhei pra trás e senti um alívio ao ver Alfonso atrás de mim. Não deixei de notar o segurança ao lado dele. Alfonso se colocou na minha frente e estendeu a mão para Lucca.

- Senhor Dorantes como vai?

- Você mentiu para mim senhor Herrera.

- Acho que a rua não é o melhor lugar para tratarmos sobre este assunto, vamos até minha sala.

Lucca me encarou e Alfonso se moveu pro lado bloqueando a visão de meu padrasto sobre mim.

- O senhor primeiro. - apontou a porta.

Lucca estreitou os olhos, mas obedeceu e saiu na frente.

- Conduza a senhorita Portillo até a sala dela, por favor. - Alfonso sussurrou para o segurança.

- Vou com você, ele já me encontrou, não posso deixar vocês terem essa conversa sozinhos. - sussurrei. - E acha que eu vou conseguir me concentrar em alguma coisa sabendo que ele está na sua sala?

Alfonso assentiu e o segurança nos seguiu. Entramos no elevador, o segurança atrás de Alfonso e ele entre mim e Lucca. Era palpável o clima pesado que nos envolvia. Não sei como o elevador subiu e nos deixou no segundo andar. Só sei que me senti como se tivesse voltado a respirar quando sai de lá de dentro.

Alfonso me conduziu até a sala e meu padrasto nos seguiu.

- Sente-se senhor Dorantes. - apontou o sofá.

Meu padrasto obedeceu e fiquei parada de pé ao lado de Alfonso.

- Espere no corredor. - se dirigiu ao segurança.

O homem assentiu e saiu da sala. Pela porta de vidro o vi parado de pé do lado de fora.

- Você mentiu pra mim senhor Herrera.

- Quer conversar de mentiroso, para mentiroso? Se bem que o que eu fiz, foi apenas omitir uma informação, eu desconfiei do senhor desde o primeiro instante, por isso não lhe disse que Anahí trabalhava pra mim. Mas o senhor mentiu ao dizer que Anahí abandonou a mãe, que ela era uma filha ingrata.

- O que você contou pra ele? - Lucca me fuzilou.

- Que você e o pai dela eram primos e que se casou com a mãe dela, quando Anahí tinha 10 anos. Também me disse que ela fugiu porque tinha medo do senhor e das insinuações que fazia sobre ela. Infelizmente ela não pôde trazer a mãe com ela, mas ela nunca a esqueceu e durante esses anos acreditou que estava morta.

Fiquei surpresa pela forma calma como Alfonso disse tudo aquilo. Lucca o encarou por alguns segundos e depois assentiu, relaxando os ombros, tinha acreditado em Alfonso.

- A minha mãe está viva? - perguntei sentindo meu coração disparar.

- Está! - Lucca assentiu. - Daquele jeito, mas está viva.

Segredos ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora