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Já estavam caminhando há algum tempo pela floresta,em direção ás docas onde pretendiam conseguir um barco de retorno para Beelion.

-Luid,não aja inconsequentemente quando pusermos os pés em Beelion. -Advertiu Tom. -Também não sabemos o que podemos encontrar quando retornarmos,tampouco se encontraremos alguém ou alguma coisa.

Luid mantivera-se silencioso durante todo o percurso pela floresta,apenas sua irmãzinha Arabelle dizia algo vez ou outra a Tom. Ele estava irritado com os últimos acontecimentos e com algumas atitudes do pai. Parou bruscamente e se virou para Tom,os olhos verdes faiscando.

-E por acaso o senhor ainda se importa com algo? -Perguntou Luid,o maxilar cerrado.

Tom franziu a testa,Arabelle apenas encarava curiosa.

-O que está dizendo?

-Ora,o que estou dizendo! -Xingou Luid,batendo as mãos nas laterais da calça.-Você teve aquela ideia sem nexo de permitir que Ana Pullper nos acompanhasse até a floresta e agora veja só no que deu!

Tom se aproximou do filho para falar:

-Ana disse que nos ajudaria,ela...

-Pai! veja o que está dizendo! -Rebateu Luid. -Confiar em uma Pullper,pai? isso é sério? Veja onde estamos!

Houve um momento de silêncio entre eles,foi Luid quem quebrou.

-Pai...porque confiou nossas vidas áquela mulher? Ana? -Questionou.

Tom hesitou durante um longo momento,seus olhos âmbar brilhando ao encarar o filho.

-Me pareceu confiável no momento e o melhor a fazer. -Respondeu apenas,desviando os olhos.

Luid o estudou por alguns minutos,depois balançou a cabeça negativamente e um sorriso amargo curvou seus lábios.

-Francamente,pai! -Soltou,virando-se de costas para Tom. -Carolina. Agora ela está nas mãos de Casser e sabe-se lá se continua viva!

-Nós fizemos o que podíamos para ajudá-la,demos nosso melhor. -Disse Tom. -Não devia se culpar tanto...

-EU não dei o meu melhor! -Gritou Luid. -Não dei. Eu prometi ajudá-la e estar com ela em sua missão,mas falhei!

Tom deu um passo na direção do filho.

-Você não falhou,Ana nos tirou de jogo! -Lembrou.

Luid se virou para ele.

-Porque VOCÊ permitiu! -Rebateu o rapaz. -A culpa foi sua pai!

-Parem! -Pediu a pequena Arabelle,nervosa com a discussão de seus familiares; Mas ninguém pareceu dar-lhe ouvidos.

Luid recuou um passo,a expressão atordoada. Suor escorria sobre sua têmpora e ele parecia exausto.

-Perdemos Carolina para Casser. -Disse ele baixinho.

-Por quê se importa tanto? -Perguntou Tom,por fim.

Luid não respondeu inicialmente,encarava o pai com olhos arregalados; seus pensamentos embaralhados.

-Porque eu a amo. -Respondeu,engolindo em seco. -É por isso que me importo tanto.

A expressão de Tom era de surpresa e choque.

-Mas assim que desembarcarmos em Beelion,eu vou tirá-la das garras daquele monstro! -Disse Luid ao pai. -Irei atrás dela.

-Luid,você não pode...

-Você não pode dizer o que devo ou não fazer! -Dizendo isto,ele se virou e seguiu á frente. -Não depois de ter agido insanamente aceitando ajuda de uma Pullper.

Rei Das Cinzas - Sombra Das águas (livro 02)Onde histórias criam vida. Descubra agora