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Não havia sido fácil convencer os guardiões dos portões de Osen a deixá-lo sair,mesmo dizendo que era um príncipe e que o rei se decepcionaria se soubesse que as ordens de seu filho foram desacatadas; Mas Oliver conseguira,por sorte os guardas não eram criaturas vermelhas,então ele oferecera uma recompensa que os interessava e cederam.

Ele pegara também um cavalo dos estábulos reais e agora cavalgava a toda pela floresta de Beelion,o castelo de Casser estava próximo.
Após algum tempo cavalgando,Oliver finalmente chegou ao seu destino. Desmontou seu animal e logo fora rodeado pelos novos guardas de Casser.

-E o senhor,quem é? -Perguntou um dos homens.

Oliver sorriu zombeteiro.

-Comandante da guarda real do rei Casser. -Respondeu.

Os homens se entreolharam,confusos; As roupas estampando o símbolo da realeza de Casser: dois cavalos prateados se erguendo sobre as patas traseiras de encontro um ao outro e chamas atrás dos animais. Como sentia falta de trabalhar para seu amigo,pensou Oliver.

-Mas já temos um comandante. -

Respondeu um dos homens.

-Ah,me dêm licença! -Disse

Oliver,impaciente.

Empurrou os dois guardas e passou por eles,começando a subir as escadas a passadas largas.

-O senhor não pode invadir o castelo dessa maneira! -Gritou o guarda atrás dele.

Oliver parou em um degrau e se virou para eles.

-Ouçam-me -Disse -Se digo que sou o comandante da guarda real,é porque sou! Onde está Casser?

-O rei está no cemitério do castelo.-Informou o guarda -Mas você não pode...

-Posso e irei! -Rebateu Oliver.

Ele se virou e retomou a subida,seguindo diretamente para o local afastado do castelo,o cemitério; os guardas em seu encalce.
                                          


Casser estava agachado sobre a terra úmida do local onde Justina fora enterrada logo ás primeiras horas da manhã,havia sol,mas ainda sim fazia frio. Seu rosto estava sério e amargurado,seus olhos fitavam vazios a terra fria diante dele. Casser se perguntava quantas pessoas mais teria de enterrar por sua coroa,que por sua vez pesava-lhe a cabeça e machucava. Por anos ele havia se forçado a manter-se forte pelo trono,pela missão que a Rainha da Luz colocara sobre suas costas. Mas a vida havia sido dura demais com ele,como se não reconhecesse a forma que ele batalhara para conseguir manter tudo em ordem. E ainda havia o fato de que se sentia completamente sozinho em questões do reino,pois a Rainha da Luz estava desaparecida e não poderia ajudá-lo com seus conselhos superiores. Casser fechou os olhos e apertou-os com força,diversas vezes desejara descansar como Justina o fazia agora; mas ele seria um covarde se abandonasse seu reinado,o que lhe fora proposto; o povo sempre se lembraria dele como um fracasso e isso não era o que ele queria.

Sua mãe. Se ela estivesse ali poderia aconselhá-lo,mas ela lhe afagaria a cabeça,e aquilo não era o que ele precisava...era? -Casser se perguntava.
Sacudiu a cabeça. Sentia tanta falta de sua mãe que doía,por incontáveis noites tudo o que ele queria era o colo dela; seu carinho,seus beijos. Como no tempo em que ele era menino.

Agora havia se tornado um homem,com responsabilidades a cumprir; seu pai se orgulharia dele se pudesse vê-lo agora? o que ele diria?
Justina mencionara sua mãe em seu leito de morte,ela sabia de algo? Eram perguntas que atormentavam Casser,mas ele estava decidido: mandaria alguém investigar sobre Zion e se ele tinha mesmo sua mãe em sua posse; já tinha em mente as pessoas certas que poderiam ajudá-lo com isso.

Rei Das Cinzas - Sombra Das águas (livro 02)Onde histórias criam vida. Descubra agora