Enquanto tomava o café da manhã na estalagem,Luid foi alertado por uma das proprietárias a não partir para Osen sem uma túnica; pois teria de atravessar uma longa extensão de terra vermelha e o local ostentava um vento gélido, capaz de congelar uma pessoa desprevenida até os ossos. A moça ruiva (uma das donas da estalagem) apresentou a ele alguns modelos de túnicas, desde as mais leves às mais reforçadas e quentes; ele optou por comprar uma mais reforçada e partiu para as terras vermelhas que antecediam os portões de Osen.
Quando dissera á dona da estalagem que tinha como destino aquelas terras isoladas,ela o encarara com olhos arregalados de pena,certamente achando-o louco. Mas ele não se importava,faria aquilo e quanto mais fosse necessário para ajudar Carolina e libertá-la da possessão de Casser. Ele vestiu a túnica ao se aproximar das terras vermelhas e olhou adiante,havia uma longa extensão de terra; quanto tempo seria necessário para atravessá-la a pé? suspirando,ele seguiu seu caminho sem pensar mais.
Já fazia bastante tempo que Carol aguardava por Casser dentro daquela pequena caverna,vez ou outra, ela colocava a cabeça para fora procurando pelo rei; mas como não havia sinal dele,começava a se preocupar.
Após muito tempo esperando,ela resolveu sair da caverna. Seu braço continuava sangrando e ela precisava lavá-lo e amarrar algum tecido para estancar o sangue,deixou a caverna e seguiu em direção ao rio que corria ali embaixo. Começou a abaixar-se sobre a margem,mas antes que pudesse tocar a água, ouviu algo se mover atrás das árvores.
Carol se levantou imediatamente,e quando o barulho se intensificou, ela disparou a correr. Cansada,escondeu-se sob o tronco de uma árvore, para realinhar a respiração. Inclinou-se e conferiu se seu perseguidor ainda estava atrás dela,mas não viu nada. Quando se virou novamente,alguém cobriu sua boca com a mão; instintivamente, Carol fechou os olhos e empurrou com as duas mãos. Quando abriu os olhos se deparou com a figura encharcada e zangada do rei,de traseiro no chão.
Ela abriu a boca algumas vezes e fechou-a,olhou para as próprias mãos e para Casser novamente.
-Acho que eu não pedi um banho. -Resmungou o rei,se levantando.
-E-eu...eu fiz isso? -Carol fechou a mãos em punhos,como se para impedir que outro acidente acontecesse.
Casser jogou os cabelos molhados para trás e lançou-lhe um olhar irritado.
-Com certeza não foi Poseidon. -Ironizou.
-Desculpe. -Disse Carol,depois pensou melhor e completou -Bom,pensando bem você mereceu por ter chegado de supetão e...
-Está bem,está bem -Interrompeu Casser,impaciente -Vou levar em conta que você ainda está aprendendo a lidar com seus dons.
-Você pode se secar? -Indagou a moça.
O rei assentiu e em alguns minutos usando seus dons estava seco novamente. Ele estendeu a mão.
-Vamos, ou não chegaremos nunca a estalagem. -Disse o rei,mas antes que Carolina pudesse tocar sua mão ele falou: -Espere, antes quero ver seu braço.
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Rei Das Cinzas - Sombra Das águas (livro 02)
FantasyConquistar um povo não é tarefa fácil,manter um reino de pé e ser sábio o suficiente para governá-lo. Quando Carolina Dae escolheu ajudar o rei Casser,ela traçou um caminho melindroso para milhares de vidas naquele mundo desconhecido; Agora,ela desc...