Fazia algum tempo desde que acordara na manhã seguinte que Casser tentava sem sucesso fazer com que suas chamas saltassem de seus dedos,na vigésima tentativa ele desistiu. Droga,pensou; seria possível que seus poderes o tivessem deixado outra vez? Uma batida na porta interrompeu seus pensamentos.
-Entre.
Carolina entrou tão silenciosa quanto a névoa da manhã sobre o castelo,ela fechou a porta e virando-se para Casser parou; as pequenas mãos entrelaçadas diante do corpo franzino sob o vestido claro. Ele ergueu uma sobrancelha.
-O que você quer? -Perguntou. -Espero que os guardas estejam cumprindo corretamente sua tarefa de mantê-la sob vigília constante.
Ela baixou as pestanas escuras e engoliu seco.
-Sim,eles me escoltaram até aqui. -Respondeu e após um instante ergueu os olhos e contornou a cama de Casser,avaliando-o. -Como se sente hoje?
Casser abriu e fechou as mãos,torceu o lábio; Ele não deveria contar a ela que estava até então sem seus dons,ainda não a conhecia o suficiente para confiar totalmente.
-Me sinto melhor. -Respondeu,mas quando ergueu o olhar para a jovem diante dele,ela o encarava com uma expressão estranha. -O que é?
-S-seu cabelo. -Disse a jovem. -Parece...está um pouco mais escuro.
Casser franziu a testa,mas levantou-se da cama e foi até o espelho. Era verdade,seu cabelo havia passado de um cinza-claro para um escuro; ele passou os dedos pelos fios e jogou-os para trás,havia algumas mechas vermelhas entre os fios cinza. Ele inclinou-se um pouco mais para frente e notou que o circulo de seus olhos também adquirira uma cor escarlate,afastou-se.
-Que diabos aconteceu comigo? -Perguntou ele.
Mas antes que Carol pudesse pensar em algo para dizer,a porta se abriu e Diana enfiou a cabeça no aposento.
-Senhor,temos visitas. -Avisou.
Casser virou-se para ela carrancudo.
-Você nunca vai aprender a bater antes de qualquer comunicado,não é Diana? -Perguntou.
A criada olhou do rei para Carolina e ruborizou ligeiramente.
-E-eu não queria interromper o senhor e han...
Casser apertou os olhos,compreendendo o que sua criada queria dizer.
-Ah,não. -Apressou-se em explicar. -Não é nada disso que está pensando,Diana.
A criada baixou o olhar.
-Oh,não há necessidade de me explicar,senhor. -Disse.
Casser irritou-se.
-Eu não...-Parou,buscando as palavras corretas. -Ela e eu,nós não...
-Acho melhor eu ir. -Interrompeu Carolina,começando a atravessar o quarto em direção á porta.
-Não. -Disse Diana abruptamente. -Não acho uma boa ideia você descer. -Olhou para Casser. -A Rainha das águas está aqui e quer Carolina.
A expressão de Casser tornou-se fria.
-Ouça-me -Advertiu ele a Carolina,segurando o pulso da jovem. -Aguarde no corredor,não deixe o andar de cima por nada. -Olhou para Diana. -Diga a rainha que descerei dentro de alguns minutos.
Então de repente,Carol puxava o pulso; a expressão em total desconforto e assombro. Casser sentiu o cheiro estranho e baixou o olhar a tempo de ver a pele clara de Carolina tornar-se enegrecida onde ele segurou,ele a soltou rapidamente e encarou perplexo.
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Rei Das Cinzas - Sombra Das águas (livro 02)
FantasyConquistar um povo não é tarefa fácil,manter um reino de pé e ser sábio o suficiente para governá-lo. Quando Carolina Dae escolheu ajudar o rei Casser,ela traçou um caminho melindroso para milhares de vidas naquele mundo desconhecido; Agora,ela desc...