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Casser avançou com a espada na direção dos braços incrivelmente fortes de cipó da árvore que agarrara Carolina,mas foi detido por um sinal de joaquin.

-Não se movam -Advertiu o rapaz,ele se virou para Carolina; que gritava estridentemente na tentativa de se livrar do abraço da enorme árvore. -Carolina,não grite! shhhh elas querem falar.

Luid o olhou confuso e irritado,a espada empunhada.

-Falar? elas quem? -Perguntou o rapaz.

Clair e Casser permanciam em posição de ataque,os cabelos brilhando prateado em contraste com a escuridão que já se manifestava vivamente.

-As árvores. -Respondeu Joaquin. -Elas sempre querem algum favor e usam o que você tem para persuadí-lo a fazê-lo para elas.

-Sim -Concordou Casser. -Já ouvi histórias sobre elas,por isso sempre tento passar por aqui durante a luz do dia com meus homens; quando vamos para batalhas ou missões.

Rosnados agudos vieram dentre a mata e colocou todos em posição de alerta,Carolina se esforçava para não gritar e desvencilhar-se dos braços da árvore que a enlaçava; o aperto estava se intensificando,mas a árvore parecia estar sendo cuidadosa para não lhe tirar o ar dos pulmões. Ao fim e ao cabo (pensou Carolina) talvez elas quisessem mesmo barganhar.

Casser e Clair se viraram ligeiramente quando lobos negros surgiram de trás das árvores,seus olhos dourados brilhavam sob a escuridão da noite.

-Não tentem nada,meus caros amigos -Advertiu uma voz feminina atrás deles. A árvore que enlaçava Carolina. -Se tentarem algo contra os nossos,a garota aqui morrerá; não tenham dúvida disso.

Casser se virou para ela,furioso.

-O que vocês querem de nós? -Perguntou ele.

-Há algo que poderão fazer por mim. -Respondeu a árvore.

-Sempre há. -Resmungou Casser,revirando os olhos.

-Casser. -Advertiu Clair.

-Pois diga. -Disse Casser a árvore,já impaciente.

-Se quiserem a garota de volta,terão que ir até a caverna no alto da floresta e pegar minha folha dourada de volta. -Explicou a árvore.

Luid nunca havia visto nada igual aquilo que se mostrava diante dele,um rosto de madeira no tronco da árvore e que se movia como um humano.

-Folha dourada? -Perguntou Clair.

A árvore dirigiu os olhos amadeirados para ela.

-Há alguns dias fui roubada -Contou -Como já devem ter ouvido contarem as histórias sobre a floresta,todos os anos uma única vez e não sabe o dia exato que acontecerá uma de nós é escolhida para produzir uma folha dourada. A escolhida deste ano fui eu e fui roubada!

-E porque a folha dourada é tão importante? -Indagou Clair.

-Nós as vendemos todos os anos ás fadas,elas as utilizam em suas terras. -Respondeu a árvore.

Carolina já estava há alguns centímetros do chão e tentava não se contorcer muito sob o aperto da árvore,também evitava olhar para ela; focando assim seus companheiros abaixo.

Casser ergueu um sobrancelha cinza.

-E pelo que diabos uma árvore deveria vender sua folha dourada? -Questionou o rei.

Ao que pareceu,a árvore não apreciou o comentário do jovem rei; pois Carolina sentiu seus braços apertá-la um pouco mais.

-Casser. -Advertiu Clair outra vez.

Rei Das Cinzas - Sombra Das águas (livro 02)Onde histórias criam vida. Descubra agora