Conquistar um povo não é tarefa fácil,manter um reino de pé e ser sábio o suficiente para governá-lo. Quando Carolina Dae escolheu ajudar o rei Casser,ela traçou um caminho melindroso para milhares de vidas naquele mundo desconhecido; Agora,ela desc...
Logo Casser já estava correndo para se juntar a seus homens no pátio,o local estava tomado pelo caos. Ele arrancou sua espada e com a mão livre ativou suas chamas.
-Cães vermelhos. -Disse para si mesmo entredentes.
-Já ouvi falar deles. -Disse um guarda ofegante só lado de Casser.-São típicos das terras sombrias de Osen.
Casser lançou suas chamas na direção de um dos animais,atingindo-o em cheio e torrando sua carne exposta.
-Me pergunto porque o senhor de Osen está enviando seus carnívoros para Beelion. -Disse Casser. -Vá para a direita,há mais homens precisando de ajuda com os animais por lá.
O guarda imediatamente desapareceu pelo pátio e Casser avançou,lançando sua chama contra as criaturas sombrias e vez ou outra cravando sua espada na carne dos animais.
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Carol nunca havia visto criaturas tão horrorosas como aqueles cães,é claro que depois de ter enfrentado caranguejos gigantes quando estava na companhia de Tom e Luid -na ida para o Vale dos Bois - não deveria se assustar com aqueles animais no pátio; no entanto,aquele mundo sempre a surpreenderia de alguma forma. Se ela contasse essas histórias para seu pai e seus amigos,certamente nenhum deles acreditaria. As vezes Carol tinha medo de que a estadia naquele mundo pudesse lhe fazer mal,deixá-la louca.
Ela viu o rei avançar contra dois cães,ele enfiou a lâmina na costela de um deles e agitou as chamas na direção do outro; As criaturas -notou Carol- tinham a carne viva exposta e não pareciam estar se preocupando nem um pouco com isso. Ela esticou um pouco mais o pescoço a fim de ver Casser,ele estava lutando sozinho; Carol podia ouvir as vozes de seus homens combatendo o restante das criaturas na outra extremidade do pátio,mas supôs que deveria ter ao menos dois deles guardando as costas do rei.
Os cães estavam brincando com Casser,rondando-o. O primeiro cão ferido pela espada de Casser mancava,mas ainda assim não parecia abalado o suficiente para abandonar sua presa. Casser girou a mão e lançou uma bola de fogo sobre o cão da direita,arremeçando-o sem vida a uma distância considerável; ele se voltou para o cão da esquerda e golpeou com a espada,Carol supôs que ele também estivesse brincando um pouco com seus inimigos,ou já os teria aniquilado com suas chamas há muito se assim desejasse.
Um vulto escuro e maior de outro animal surgiu atrás de Casser,Carol se esticou um pouco mais para ver melhor; um cão muito maior que aqueles que atacavam Casser caminhava sorrateiramente na direção do rei. Carol se sobressaltou e bateu no vidro.
-Casser! Casser!
Mas o jovem rei não a ouvia,o cão com o qual ele ainda "brincava" rondava-o e esquivava-se de seus golpes.
-Droga,Casser -Xingou a jovem. -Porque você não o frita com suas chamas de uma vez por todas?
Ela ainda esperava que ele tivesse sentido a presença da criatura que se aproximava,mas Casser não dava sinais de que havia notado o animal; Carol viu seus ombros sacudirem-se e a tosse apoderar-se dele,ele se virou e olhou de relance para o animal que se aproximava sorrateiramente; seus olhos arregalaram-se e ele recuou três passos,de forma que ficou de frente para os dois. Ele ergueu a espada em frente ao corpo,em posição de ataque; uma de suas mãos ficara livre e ele moveu os longos dedos,aguardando as chamas surgirem -mas elas não vieram e Carol então compreendeu porque Casser estava atacando com a espada ao invés de usar seus dons- Seus poderes estavam exauridos.
Ainda era possível ver os ombros do rei sacudirem-se com a tosse,Carol tinha de fazer algo para ajudá-lo então saiu disparada para o pátio.
