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Respirar sob as águas. Carol sempre se perguntou se isso seria possível,sempre sonhara que o conseguia fazer perfeitamente; e naquele dia Maye a havia mostrado que sim,era possível respirar sob as águas,mas ela explicara que não era um dom para qualquer um.

Nos primeiros instantes,Carol havia prendido a respiração; mas um momento depois Maye dissera que não seria necessário e então relutantemente,ela relaxara.

"Você é uma de nós,Carolina. Você faz parte deste lugar,você é uma sereia." -Dissera Maye.

Mas Carol achou impossível acreditar naquelas palavras,Maye tinha de estar errada; mesmo que ela não conseguisse explicar a forma como conseguira respirar sob a água,não havia sentido o que Maye dissera. Carol recusara-se a acreditar.

"Não há tempo,Carolina. E você vai vir a nós de livre e espontânea vontade,quando constatar que precisa de ajuda com seus novos dons. Quando isso acontecer,assopre isto e logo estará em casa."

Carol ainda segurava o cordão com pingente de concha agora,apertou uma vez mais e guardou-o em uma caixinha ao lado de sua cama. Poderia Maye estar dizendo a verdade? Seria mesmo possível que ela tivesse tido contato com sua mãe? Seus pensamentos foram interrompidos por batidas nada educadas na porta.

A cabeça acinzentada do rei apontou no vão da porta.

-Que cheiro é esse? -Perguntou ele.

Carolina se levantou da cama,surpresa.

-C-cheiro?

O jovem rei apertou os olhos e adentrou o quarto,olhando desconfiadamente ao redor.

-Peixe. -Concluiu Casser. -Aqui está fedendo a peixe!

Olhou acusadoramente para Carol.

-Alguém esteve aqui. -Disse firmemente.

A expressão de carol se fechou.

-N-ninguém...

-Então...-Interrompeu Casser,aproximando-se da jovem. Os olhos continuavam apertados e avaliativos. -Você não é uma... -Seus olhos cinza varreram-na de cima abaixo,em seguida segurou seu braço. -Você não pode ser uma delas..

-Não! -Respondeu Carol. -Não sou eu. -Puxou o braço com um safanão.

Casser a encarou especulativamente.

-Então de onde está vindo todo esse cheiro de peixe? e dentro do meu castelo! -Impacientou-se Casser.

Como não houve resposta,ele insistiu:

-Diga-me!

Carol piscou nervosa,não podia dizer que Maye estivera ali ou poderia gerar mais problemas para todos os envolvidos; mas o que diria ao rei?

-Maye. -Respondeu uma voz vinda corredor.

Clair.

Casser se virou para a companheira.

-Maye? como sabe? -Perguntou o rei.

-Sempre que o ar fica úmido sem explicação,uma delas está por está por perto. -Disse Clair. -E eu conheço muito bem o cheiro de Maye,já nos encontramos antes.

Casser absorveu a informação por um momento,então voltou-se para Carol.

-Você. -Disse entre dentes. -Estava com ela,não estava?

Carol engoliu seco e recuou um passo.

-Não. Quer dizer...ela veio até mim. -Respondeu a jovem.

-O que ela queria com você dentro do MEU castelo? -Perguntou Casser,o tom de voz um pouco alterado.

-Eu não sei. -Respondeu Carol.

Rei Das Cinzas - Sombra Das águas (livro 02)Onde histórias criam vida. Descubra agora