Sentimentos aflorados

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No apartamento de Augusto, Vivian estava deitada na cama, entediada com a sua rotina desde que perdeu o bebê. O vazio que sentia era imensurável, já não se lembrava mais quando foi a última vez que falou com alguém que não fosse seu marido. E apesar de sentir-se só, ela não queria ver ninguém pois não tinha ideia de como iria enfrentar a vida de novo. Quando seu celular que estava ao seu lado na cama toca e percebendo que era sua mãe ela apanha o celular e nega a ligação. Segundos depois o celular começa a tocar novamente e não contendo sua ira Vivian apanha seu aparelho com ódio e lança-o na parede, o aparelho cai despedaçando-se no chão e não resistindo mais a sua dor Vivian se encolhe na cama e chora o luto pelo bebê que perdera...

Na casa de Liliana, depois de passar por uma seção psicológica online com sua terapeuta e amiga Sandra, ela desliga o Netbook e olhando para seu relógio de pulso pela décima vez ela se preocupa mais uma vez com sua filha, pois não a via desde que Fernanda enciumada pediu para que ela fosse embora da festa de aniversário de Isabela a filhinha de Alexandre. Quando resolve sair de seu quarto para arejar um pouco e no meio da escada avista Fernanda chegando e entrando pela porta da frente:

-Boa tarde filha, será que eu posso saber onde você estava até agora? Eu te esperei para o almoço.

Liliana questiona a filha se aproximando dela, Fernanda sem olhar diretamente para sua mãe, recua um passo:

-Eu estava tendo aula de reforço com o professor Alexandre, se não acredita em mim pode ligar para o seu amiguinho ele vai confirmar o que eu estou dizendo.

-Eu não preciso ligar, confio em você!

Liliana sorri, logo depois limpa a garganta e volta a falar:

-Nanda eu acho que nós precisamos conversar sobre o que aconteceu ontem na festa de aniversário da Isabela, você não acha?

-Quer saber mãe eu também acho que precisamos sim.

-Então senta aqui. E eu falo primeiro.

-Tudo bem. Mais sem sermões por favor!

Liliana sentando-se no sofá indica um lugar ao seu lado para que sua filha pudesse sentar-se e obedecendo a mãe, Fernanda senta-se no lugar indicado abraçando seus joelhos se encolhendo toda. A garota hora parecia constrangida e hora raivosa. Quando Liliana a encara:

-Eu vou ser bem direta ao assunto Nanda, porque eu sei que você não gosta de rodeios... Você sente ciúmes de mim com o Alexandre?

-Eu??? É claro que não. Que bobagem que você tá falando mãe.

Fernanda surpresa com a pergunta da mãe tenta sorrir para disfarçar seus constrangimento, mais não consegue:

-Nanda, filha. Não minta para mim. É normal ter ciúmes de alguém, aliás ciúmes é um bom sinal, significa que gostamos da pessoa.

-E você acha um bom sinal eu ter beijado e estar apaixonada pelo meu professor, o qual minha mãe já teve um caso?

-Um caso? Mais de onde você tirou essa ideia?

-Eu vi o jeito que você olha para ele mãe, você ainda gosta do Alexandre e por isso faz tanta questão de estar próxima da família dele, agora que ele está solteiro e você também, você deve estar pensando em reviver o passado, você não pode negar.

-(Risos). Me desculpe pelo riso filha. É que o que você disse não tem cabimento algum. De onde você tirou que eu e o Alexandre tivemos um caso?

-Eu não sei. Vocês eram tão próximos na faculdade, você frequentava a casa dos pais dele e a Aydê te adora.

-Fernanda, minha filha. Na época em que eu e o Alexandre éramos próximos eu estava casada com seu pai e estava muito feliz com ele. Estava satisfeita com a minha vida eu tinha um marido lindo, gentil, carinhoso e trabalhador. E acima de tudo uma filha linda de 9 anos, você! Eu não tinha o porquê de trair seu pai com um amigo de faculdade meu.

Minha aluna, malcriada (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora